A Seleção - Kiera Cass


Sinopse: Para trinta e cinco garotas, a “Seleção” é a chance de uma vida. Num futuro em que os Estados Unidos deram lugar ao Estado Americano da China e mais recentemente a Illéa, um país jovem com uma sociedade dividida em castas, a competição que reúne moças de dezesseis e vinte anos de todas as partes para decidir quem se casará com o príncipe é a oportunidade de escapar de uma realidade imposta a elas ainda no berço. É a chance de ser alçada de um mundo de possibilidades reduzidas para um mundo de vestidos deslumbrantes e joias valiosas. De morar em um palácio, conquistar o coração do belo príncipe Maxon e um dia ser a rainha. (Skoob)

CASS, Kiera. A Seleção. Seguinte: 2012. 368 p.


A Seleção é o primeiro livro de uma trilogia distópica. Após a queda dos Estados Unidos, surge o Estado Americano da China, que logo passou a ser chamado de Illéa. O país divide sua população em oito castas diferentes (aqui seriam como as classes sociais). Quanto maior for o número de sua casta, sendo Um a menor, mais pobre você é. America Singer faz parte da casta Cinco, que é composta por artistas. Apesar de não passar tantas necessidades como as pessoas das castas inferiores, as pessoas da Cinco não vivem no luxo.

America é apaixonada por Aspen, mas eles são obrigados a manter o relacionamento de dois anos em segredo por motivos de força maior: Aspen é um trabalhador da casta Seis. Mas America está disposta a sacrificar tudo para se casar com o seu amor.

Porém ela vê seus sonhos indo por água abaixo quando uma carta chega avisando que as inscrições para A Seleção começaram e sua mãe praticamente a obriga a participar. A Seleção, que é transmitida por meio de um reality show, consiste na escolha 35 garotas de diversas províncias e castas para competir pela coroa de princesa. Isso mesmo, a futura princesa de Illéa é escolhida em um "jogo" onde o príncipe escolhe que sai e quem fica. O que America não esperava é que ela seria uma das 35. 

"Na manhã seguinte, me vesti com o uniforme das
 Selecionadas: calças pretas, blusa branca e a
 flor de minha província - um lírio - em meu cabelo. Meus
 sapatos eu pude escolher. Eu peguei um par 
de sapatilhas vermelhas bem gastas.
Eu achei que eu devia deixar claro desde o início
 que eu não era material para princesa."

No decorrer da história, sofreremos com America dentro do castelo tendo que lidar com as outras garotas, com a separação do seu amado e, principalmente, com a mudança abrupta da sua vida. Mas o que mais chamou minha atenção foi ver o príncipe Maxon se apaixonar pela única menina que não está interessada na coroa.

Fiquei totalmente encantada com Maxon, que realmente honra seu título de príncipe. É um perfeito cavalheiro, gentil e se preocupa com o seu povo (sou totalmente Team Maxon, haha). Em contrapartida, a personagem principal consegue me irritar bastante do decorrer da história. Não aguento o mimimi de America quando o assunto se trata seus sentimentos por Aspen e pelo príncipe. 

A Seleção é um um livro bem escrito, com uma premissa envolvente e leitura leve que flui super rápido, mas, sinceramente, esperava mais dele. A questão é que a autora se deixou levar demais pelo romance e se esqueceu completamente da parte da distopia. No fim, senti que estava lendo um bom e velho YA e não um livro distópico, que é o que a maioria prega.

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Promoção: Aniversário do Blog Interesses Sutis

É óbvio que em aniversário de blog literário sempre tem sorteios de nossos amados livros, e os blogs Paraíso de IdeiasLivros de EliteJust BooksMilkShake de PalavrasResenhas TeenLivros e FloresRoendo LivrosO Maravilhoso Mundo da LeituraLivros e CoresConjunto da Obra e Quer Falar de Livros? quiseram fazer parte desta festa! O blog Interesses Sutir está fazendo aniversário e quem ganha presentes são vocês, não deixem de participar! 


Regras
 - A promoção estará no ar de 28/01 a 28/02;
- A promoção é válida somente para quem tem endereço de entrega no Brasil;
- Os livros serão enviados aos ganhadores em um prazo de 30 dias úteis após o recebimento dos dados do ganhador.
- Cada blog será responsável pelo envio do livro que cedeu, por isso os livros chegarão separadamente, em datas distintas;
- Os blogs participantes da promoção não se responsabilizam por extravio ou atraso na entrega dos Correios. Assim como não se responsabilizam por entrega não efetuada por motivos de endereço incorreto, fornecido pelo próprio ganhador e os livros não serão enviados novamente;
- O ganhador terá o prazo de 3 dias para responder ao e-mail que lhe será enviado;
- Se após o prazo não houver retorno do ganhador, um novo sorteio será realizado para substituir aquele que não responder ao e-mail;
- São 4 kits e 4 ganhadores, um para cada kit de três livros ou dois livros e mimos.
- O livro O Homem Que Odiava O Mundo, do kit 1, será entregue com autógrafo ao ganhador pela autora Sara Muniz, que é autora do blog Interesses Sutis. 


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Eu Me Chamo Antônio - Pedro Gabriel

Sinopse: Antônio é o personagem de um romance que está sendo escrito e vivido. Frequentador assíduo de bares, ele despeja comentários sobre a vida — suas alegrias e tristezas — em desenhos e frases escritas em guardanapos, com grandes doses de irreverência e pitadas de poesia. Antônio é perito nas artes do amor, está sempre atento aos detalhes dos encontros e desencontros do coração. Quando está apaixonado, se sente nas nuvens e nada parece ter maior importância, e, quando as coisas não saem como esperado, é capaz de enxergar nas decepções um aprendizado para seguir adiante. Do balcão do bar, onde Antônio se apoia para escrever e desenhar, ele vê tudo acontecer, observa os passantes, aceita conversas despretensiosas por aí e atrai olhares de curiosos. Caso falte alguém especial a seu lado (situação bastante comum), Antônio sempre se acomoda na companhia dos muitos chopes pela madrugada.
A mente por trás de Antônio é Pedro Gabriel. Em outubro de 2012, ele inaugurou a página Eu me chamo Antônio no Facebook para compartilhar o que rabiscava com caneta hidrográfica em guardanapos nas noites em que batia ponto no Café Lamas, um dos mais tradicionais bares do Rio de Janeiro. Em seu primeiro livro, Pedro apresenta histórias vividas por seu alter ego, desde a cuidadosa aproximação da pessoa desejada, o encantamento e a paixão, até o sofrimento provocado pela ausência e a dor da perda. Os guardanapos que inspiram milhares de pessoas na internet agora estão reunidos numa caprichada edição, novo lançamento da Intrínseca. (Skoob)
GABRIEL, Pedro. Eu me chamo Antônio. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2013. 192 p.

Existem livros que são apenas livros – sem nenhum menosprezo nessa afirmação, já que os amo seja como forem. Mas existem livros que se assemelham a obras de arte, como é o caso de Eu Me Chamo Antônio, de Pedro Gabriel.

Sei que é uma afirmação estranha, mas este é um tipo de livro que eu não compraria para mim mesma. Seria mais ou menos como comprar um escapulário, para os católicos – é o tipo de coisa que não se compra para uso, mas que seria um ótimo presente. E, felizmente, alguém me presenteou.

Abrir Eu Me Chamo Antônio é como voltar a ser criança, com a complexidade de um adulto. O uso de cores diversas, de imagens impressas ou dos rabiscos de Pedro, chama a atenção e encanta o olhar. Senti como se estivesse relendo meu primeiro livro infantil, e que ele tivesse crescido e amadurecido da mesma forma que eu.


A escrita nas páginas também reforça essa impressão. As letras tumultuadas, desenhadas em guardanapos de papel, às vezes se tornavam um mistério a ser desvendado – assim como uma criança faz em sua primeira leitura. O autor admite, no início do livro, que seus escritos perderam, algumas vezes, a sobriedade e, por isso, há a transcrição de todas as frases no final do livro.

É importante ressaltar que não se trata de um romance, mas de um livro de mensagens independentes que levam à reflexão. Os jogos de palavras de Pedro Gabriel faz com que, além de pensarmos no sentido de cada frase em seu contexto, pensemos também no intuito de ele ter usado cada palavra em específico, já que nenhuma delas parece estar ali por acaso.

Como comentei no início, Eu Me Chamo Antônio não é apenas um livro, é uma obra de arte, que deve ser lido, apreciado e analisado nos mínimos detalhes. Quem quiser conhecer mais do trabalho do autor, pode visitar sua página no facebook ou do livro no site da Intrínseca. E o melhor: Segundo Eu Me Chamo Antônio já está à venda.


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As Luzes de Setembro - Carlos Ruiz Zafón

Sinopse: Durante o verão de 1937, Simone Sauvelle fica de repente viúva e abandona Paris junto com os filhos, Irene e Dorian. Eles se mudam para uma cidadezinha no litoral da Normandia, e Simone começa a trabalhar como governanta para Lazarus Jann, um fabricante de brinquedos que mora na mansão Cravenmoore com a esposa doente. Tudo parece caminhar bem. Lazarus demonstra ser um homem agradável, trata com consideração Simone e os filhos, a quem mostra os estranhos seres mecânicos quecriou: objetos tão bem-feitos que parecem poder se mover por conta própria. Irene fica encantada com a beleza do lugar – os despenhadeiros imensos, o mar e os portos – e por Ismael, o pescador primo de Hannah, cozinheira da casa. Ismael tem um barco, entende tudo sobre navegação e gosta de velejar sozinho, até conhecer Irene e vê-la de maiô... Os dois logo se apaixonam. Entre Simone e Lazarus parece nascer uma amizade. Dorian gosta de ler e, muito curioso, quer entender como os bonecos de Lazarus funcionam. Todos estão animados com a nova vida quando acontecimentos macabros e estranhas aparições perturbam a harmonia de Cravenmoore: Hannah é encontrada morta, e uma sombra misteriosa toma conta da propriedade. Irene e Ismael desvendam o segredo da espetacular mansão repleta de seres mecânicos e sombras do passado. Juntos enfrentam o medo e investigam estranhas luzes que brilham através da névoa em torno do farol de uma ilha. Os moradores do lugar falam sobre uma criatura de pesadelo que se esconde nas profundezas da floresta. Em As luzes de setembro, aquele mágico verão na Baía Azul será para sempre a aventura mais emocionante de suas vidas, num labirinto de amor, luzes e sombras. (Skoob)
ZÁFON, Carlos Ruiz. As Luzes de Setembro. Suma de Letras: 2013. 232 p.

Da mesma forma que pintores, alguns escritores conseguem transmitir em suas obras um sentimento que vai além da história dos personagens. E Zafón é um deles. Suas frases tem um quê de melódico, algo que emociona pela forma como ele coloca cada palavra. Assim, seus livros devem ser apreciados linha a linha, como se você bebericasse um bom vinho, sem pressa, sentindo cada momento com intensidade.

As Luzes de Setembro é seu terceiro livro e, juntamente com O Príncipe da Névoa e O Palácio da Meia-Noite, comprovam o amadurecimento de sua narrativa, que culminará na sua obra mais famosa: A Sombra do Vento. Fino, com poucas páginas, mas descritivo no essencial, é uma leitura rápida, emocionante e indispensável.

Quem leu O Príncipe da Névoa, vai encontrar grandes semelhanças na história de As Luzes de Setembro, no local onde ela ocorre e nos personagens. O próprio autor confessa, em uma nota no início do livro, que era essa sua intenção, uma vez que ele não ficou totalmente satisfeito com seu primeiro livro e queria corrigir algumas coisas. Isso não é um problema, uma vez que essas semelhanças são súteis e não atrapalham em nada a leitura.

Pelo contrário.

O livro se inicia com uma carta de Ismael para Irene e termina com uma carta de resposta enviada 10 anos depois. O motivo é explicado – embora eu não goste ou concorde :>( – , e você não precisa ficar se remoendo por achar que o casal principal não vai ficar junto, que vai morrer, ou sei lá...

Calminha, vou adiantar o motivo desses 10 anos para que não fique me xingando.

O motivo é o mesmo que permeia a maioria dos livros de Zafón. Uma sombra, um medo que fica sempre ao redor e que nunca interfere diretamente nas histórias de seus livros, mas que Zafón faz questão de deixar claro que ele existia, que era terrível e que era a razão da constante tristeza que permeava as entrelinhas de cada parágrafo: a Segunda Guerra Mundial. Essa é a verdadeira sombra que ele nunca deixa de mencionar e o motivo de seus finais melancólicos.

“Vou lhe confessar um segredo. Muitas vezes, durante as longas noites de inverno da guerra, enquanto tiros e gritos soavam na escuridão, deixava meu pensamento me levar novamente para lá, para junto de você, para aquele dia que passamos na ilha do farol. Quem dera nunca tivéssemos saído de lá. Quem dera aquele dia nunca tivesse terminado.”

Voltando à história, Irene e Ismael têm química, e o romance dos dois convence. A descrição dos momentos em que estão juntos, na confiança que um conquista do outro, na forma como se salvam de um perigo de morte e depois enfrentam o inimigo dentro da mansão, é muito bem narrada e dentro da realizada do que dois jovens poderiam fazer.

“Ela ergueu os olhos. Seus lábios estavam entreabertos e tremiam imperceptivelmente. Ismael sentiu um formigamento no estômago e um leve compasso nos ouvidos. Era o próprio coração, martelando a toda velocidade. Paulatinamente, os lábios dos dois se aproximaram com timidez. Irene fechou os olhos. Agora ou nunca, parecia sussurrar uma voz dentro de Ismael...”
Lazarus é misterioso, inteligente, elegante, cordial e triste, tudo na mesma dose. Ele carrega o peso de um passado doloroso e de um arrependimento maior. E Simone, a mãe de Irene, se encaixa perfeitamente no espaço vago para sua recuperação. Devido a isso, o inimigo resolve aparecer e reclamar seu lugar.

Memórias marcadas por escolhas erradas, um casal sem chance de se amar, o homem misterioso detentor de poderes, um mostro negro, autômatos que ganham vida, uma mansão gigantesca e cheia de sombras...

Chega!

Não vou fazer como a editora Suma e escrever mais do que o necessário sobre a história. Na orelha do livro, a editora simplesmente conta quase toda a trama, inclusive o destino de uma personagem que deveria ser surpresa, sem falar que praticamente torna vulgar o primeiro encontro entre Irene e Ismael. Por isso, por favor, quando comprar o livro (e você vai, né?), ignore essa orelha, nem chegue perto, arranque se possível (brincadeira, não estrague seu livro. Só não leia mesmo!).

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Atrás do Espelho - A. G. Howard

Créditos da Imagem: Mademoiselle Loves Books
Sinopse: Em O Lado mais Sombrio , a releitura dark de Alice no País das Maravilhas , Alyssa Gardner foi coroada Rainha, mas acabou preferindo deixar seus afazeres reais para trás e viver no mundo dos humanos. Durante um ano ela tentou voltar a ser a Alyssa de antes, com seu namorado, Jeb, sua mãe, que voltou para casa, seus amigos, o baile de formatura e a promessa de ter um futuro em Londres.
No entanto, Morfeu, o intraterreno sedutor e manipulador que povoa os sonhos de Alyssa, não permitirá que ela despreze o seu legado. O mesmo vale para o País das Maravilhas, que parece não ter superado o abandono.
Alyssa se vê dividida entre dois mundos: Jeb e sua vida como humana... e a loucura inebriante do mundo de Morfeu. Quando o reino delirante começa a invadir sua vida real , Alyssa precisa encontrar uma forma de manter o equilíbrio entre as duas dimensões ou perder tudo aquilo que mais ama. (Skoob)
HOWARD, A. G. Atrás do Espelho. Splintered #2. Novo Conceito Editora, 2014. 400 p.


Não fosse a Rainha Vermelha, nem um detalhe teria ficado em aberto em O lado mais sombrio para que um segundo livro pudesse ser escrito. O primeiro teve um bom final e, nesse caso, sempre há um pouco de receio em uma continuação. Mas em Atrás do Espero, A. G. Howard aprimorou a loucura do País das Maravilhas sem perder a essência, em uma aventura mais perigosa e sombria do que a primeira.

Alyssa escolheu o lado de sua natureza com o qual gostaria de conviver, mas agora os estragos causados pela Rainha Vermelha no País das Maravilhas não podem mais ser ignorados. Morfeu voltou a visitar seus sonhos para chamá-la de volta, e sua natureza intraterrena grita por ser liberada. Isso não é o pior: seus conflitos pessoais até podem ser deixados de lado, mas não a Guerra que está prestes a eclodir e a deixar seus dois mundos em perigo.

"O meu próprio coração se contrai. O País das Maravilhas era tão lindo e animado, embora também estranho e assustador. Ainda assim, ver esta terra desmoronar não deveria me afetar de modo tão intenso."

Como já comentei, a escrita de Howard está aprimorada nesse volume. Novas características do País das Maravilhas vêm à tona, e os detalhes são mais assustadores agora. Toda a loucura que Alyssa tentou evitar é agora abraçada pela protagonista, e ao mesmo tempo em que isso pode ser o problema, também pode ser a solução.

Os capítulos do livro sempre param em algum ponto em que é impossível interromper a leitura e é como se estivéssemos o tempo todo em uma violenta montanha russa, pois no exato momento que algum alívio nos é dado, algo ainda mais importante nos é arrancado, e se sente o estômago afundar mais uma vez. Só que são essas emoções instáveis que tornam a aventura tão irresistível, e as ondas de adrenalina são como drogas, pelas quais ansiamos cada vez mais.

Além disso, Howard conseguiu remontar peças que nem sabíamos que estavam soltas, ao trazer detalhes do primeiro volume e construir um novo ponto de vista sobre uma situação que já havia sido vivenciada. Gostei de perceber como a autora conseguiu mostrar isso sem perder o enredo que já existia antes, dando ares de reviravolta em toda a trama.

Alyssa é uma protagonista agradável, apesar de alguns draminhas adolescentes. Em razão disso, a leitura pelo seu ponto de vista, em primeira pessoa, é fácil, ainda mais se considerarmos que ela tem duas companhias incríveis e opostas, mas que se complementam por trazerem características tão distintas: Jeb e Morfeu.

"- Eu não vou parar até que você reine sobre a corte Vermelha para sempre. Até que você volte para o lugar ao qual pertence.
- Eu não pertenço àquele lugar.
- Pertence, sim. Por causa de quem você é. Do que você é. Uma metade transbordando de obscura curiosidade e um apetite voraz por tudo que é insano. Mas a outra metade é sonhadora e leve, cheia de coragem e lealdade. - Ele morde o lábio inferior, um gesto tão mínimo que poderia ser objeto da minha imaginação. - Nada pode quebrar os laços que você inspirou em meu coração. Porque você é o País das Maravilhas."

Outro aspecto interessante desse segundo livro é que os personagens secundários também tiveram mais espaço e puderam ser melhor compreendidos. Alison e Thomas, pais de Alyssa, por exemplo, tiveram momentos dedicados às suas histórias, o que nos ajuda a conhecer mais também sobre a protagonista e o País das Maravilhas.

Eu achei que seria bastante difícil, mas Atrás do Espelho conseguiu superar seu antecessor em todos os sentidos, e deixar a loucura me envolver foi a melhor coisa que poderia ter acontecido durante a leitura. Dessa vez, no entanto, o final ficou completamente em suspenso, e que me deixa em desespero pelo próximo livro.

~~*~~*~~

#2 - Atrás do Espelho
#3 - Ensnared (Sem título em português)

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Promoção: Carnaval de Livros



E se a sua folia de carnaval fosse repleta de livros? Bom, não é?

Pensando nisso, o Conjunto da Obra se reuniu com outros 10 blogs amigos, que juntos vão presentear 2 sortudos com muitos livros!


Quer saber como é fácil levar para casa esse presentão de carnaval? Confira as regras e participe!

• Prêmios:
- Livro: As vantagens de ser invisível - Rascunho Cultural
- Livro: Reiniciados - Reality of Books
- Livro: Um lugar para ficar - Obsession Valley
- Livro: De coração para coração - Conjunto da Obra
- Livro: O lado bom da vida - Roendo Livros
- Livro: Twittando o amor - Além da Contracapa
- Livro: Presentes da Vida - My Dear Library
- Livro: As gêmeas - De Tudo um Pouquinho
- Livro: Sem Esperança - Livreando
- Livro: A menina mais fria de Coldtown - Books and Much More
- Livro: O céu da amarelinha - Perdidas na biblioteca


• Informações:

- Não esqueça de ler o Terms & Conditions que está incluso no Rafflecopter;
- Somente para quem tem endereço de entrega no Brasil;
- A promoção vai de 21 de janeiro a 17 de fevereiro;
- Serão dois ganhadores: o primeiro sorteado escolherá sete livros entre os disponíveis; o segundo sorteado ficará com os restantes;
 - Para se inscrever basta inserir suas entradas no formulário Rafflecopter abaixo;
- A primeira inscrição é livre, para entradas extras leia a instrução de cada uma;
- O sorteado será anunciado neste mesmo post após o dia 17 de fevereiro;
- O sorteado terá 48 horas para retornar o e-mail com seus dados, ou um novo sorteio será realizado;
- Os blogs serão responsáveis pelo envio de um exemplar, não sendo responsáveis em caso de extravio pelos correios; o prazo para envio é de 40 dias;
- Caso o ganhador mande os dados para o envio do livro errado, o mesmo será sorteado novamente.
- Na opção twittar sobre a promoção, basta clicar no ícone do twitter que uma janela aparecerá com a mensagem que você deve twittar e é só confirmar e depois copiar o link e colar no local indicado.
- Usar o tweet about the giveaway apenas 1 vez por dia, com a seguinte frase:

#CarnavaldeLivros 11 blogs fazem festa, e o presente poderá ser meu!

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Alma Menina - Camila Silvestre


Sinopse: Mari é uma garota simples, cercada por coisas simples: trabalho, familia, faculdade, namorado. Tudo muito simples, simples demais. Tão simples, que Mari pensa não existir espaço em sua vida para sonhos e cores. Assim, pouco a pouco, a garota vai se extinguindo nesse mundo simples que tem pressa, muita pressa. Lentos são, apenas, os passos que a levam até o abismo. E é ali, espreitando com desconfiança a beirada do precipício, que um encontro muito imprevisto com um homem nada simples faz Mari ter certeza: já era hora de pular. (Skoob)
SILVESTRE, Camila. Alma menina. São Paulo: INMOD, 2013. 227 p.


Camila Silvestre chegou ao Conjunto da Obra por indicação da Aione, do blog Minha Vida Literária e, logo que ela propôs me enviar um exemplar do livro, topei, principalmente porque gostei da proposta do livro e de alguns comentários que li sobre a obra, e por essa capa e esse título tão fofos. Ainda assim, senti-me às cegas, já que não tinha muitas informações sobre o que, especificamente, contava o livro. Agora, fico feliz por ter aceitado.

Alma Menina conta a história de Mari, que pela primeira vez na vida resolveu enfrentar seu pai, para tentar no vestibular aquilo que sonhava para sua vida. Aprovada, longe de casa e sem o apoio daqueles em quem mais confiava, a garota teria de aprender a viver e se cuidar sozinha. Porém, mesmo aquilo com o que ela mais sonhou podia não ser exatamente como ela queria.

Bastante curto, o livro é narrado em primeira pessoa, e tem o texto enxuto e objetivo na medida. Camila não usa palavras rebuscadas, mas consegue dar sonoridade e beleza às coisas cotidianas que conta. O livro, que poderia ter se tornado superficial em virtude do seu tamanho, trouxe um tema de peso, e me fez repensar vários conceitos que tinha pré-concebidos. Não sei se algumas coisas que comentarei aqui são ou não spoiler, mas é preciso citar alguns detalhes para conseguir me expressar.

No início, Mari me irritou. Ela estava infeliz, mas não buscava maneiras de mudar sua situação. Por isso, afundava-se em sentimentos cada vez mais sombrios e negativos. Várias vezes quis dar um "sacode" na menina. Mas então eu percebi: era depressão.

"- Não existe jeito de amar. Amor é amor. Se te faz mal, não é amor."

É engraçado como temos tendência de interpretar os outros por nós mesmos e, então, os julgamos. Mas o fato de sermos de um jeito ou de outro não significa que todos serão iguais a nós. E achar que aquilo pelo que Mari passava era fraqueza foi uma ideia que pipocou em minha mente com certa frequência. E é egoísta pensarmos assim, condenar por algo que não entendemos.

Então surgiu Sérgio. Não sei dizer, em termos médicos, se alguém consegue realmente levar outra pessoa a sair da depressão, sem remédios e tratamento. Mas o personagem parecia, na verdade, a consciência de Mari mostrando a ela como se reencontrar, como alguém que ama sem interesse, sem ciúmes, que só queria que ela conseguisse se entender e resolver seus problemas sozinha. Sérgio era um incógnita para Mari, assim como era para mim, e descobrir a verdade sobre ele, além de acompanhar o crescimento da protagonista, impulsionou ainda mais a leitura.

O enredo é intercalado ainda por outros textos de contos de fada, que seriam escritos por Mari, e mostram sua paixão pela escrita e a essência de sua alma. Eram criativos, envolventes e às vezes até me perdia na leitura deles em vez de lembrar da protagonista.

"A menina coçou a cabeça. Não era bem aquilo que ela estava 
procurando a princípio, mas até que poderia servir.
- E quanto é que custa um futuro?
O homem abriu uma gaveta e retirou uma pasta enorme e empoeirada de dentro dela. Revirou alguns papéis velhos, sem pressa, enquanto a garota o observava com certa ansiedade.
Por fim, entregou a ela um papel amarelado com alguma coisa escrita. A menina suspirou alto, um suspiro de profunda tristeza: o preço de um futuro era toda a coragem que ela não tinha."

O final contribuiu para fechar todo o contexto com certo toque de magia, de leveza poética que, de certa forma, já estava presente em todo o livro. Foi o final, junto à escrita encantadora de Camila, que me ganhou de verdade.

Alma Menina é, em resumo, um livro de sonhos e obstáculos, que trata de um assunto sério com leveza e esperança e que pode ser lido rapidamente, mas com chances de ficar na memória por algum tempo.




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A Torre Acima do Véu - Roberta Spindler

Sinopse: Suas vidas logo passaram a depender da proteção da Torre, aquela que controla os armamentos e a tecnologia que restaram. Cinquenta anos se passam, na megacidade Rio-Aires, Beca vive do resgate de recursos há muito abandonados nos andares inferiores, junto com seu pai e seu irmão. A profissão, perigosa por natureza, torna-se ainda mais letal quando ela participa de uma negociação traiçoeira e se vê cada vez mais envolvida em perigos e segredos que ameaçam muito mais do que sua vida ou a de sua família. (Skoob)

SPINDLER, Roberta. A Torre Acima do Véu. Giz Editorial: 2014. 272 p.

Após o surgimento do véu, uma nuvem de origem desconhecida que matava ou transformava quem a respirava em horríveis monstros disformes chamados de sombras, as pessoas passaram a viver no alto de arranha-céus, longe da nuvem, mas limitados aos recursos que sobraram.

“Foi assim que a Nova Superfície começou. Graças à Torre, temos uma sociedade organizada, os sequestros no nosso território diminuíram consideravelmente e, mesmo com todas as dificuldades, resistimos. Os magaedifícios são nossas fortalezas, os arranha-céus, nossos postos de observação, prevaleceremos enquanto continuarmos unidos sob a liderença insubstituível que nos devolveu a esperança.”

Mas a névoa também modificou quem fugiu dela. Alguns dos que nasceram depois, ganharam habilidades e poderes, como aumento da agilidade, ou velocidade, ou força, ou premonição, ou até mesmo a possibilidade de teleporte.

Beca é uma dessas pessoas. Ela tem sua habilidade aumentada e trabalha com Lion e Edu, seu pai e seu irmão adotivos, em missões de procura e recuperação de itens perdidos nos andares próximos à névoa a pedido de clientes, que pagam por essas missões.

Lion consegue os clientes; Edu é o especialista em auxiliar no planejamento das missões e guiar Beca dentro do labirinto de prédios abandonados; e Beca cria toda a ação, escapando de cães transformados pela névoa, pássaros assassinos, os sombras e agentes concorrentes.

Outras missões são em proveito próprio, quando Rato, um informante amigo, ou não, de Beca, encontra algum item valioso que pode ser vendido ou trocado por mantimentos à Torre, o edifício mais alto e que abriga a facção mais poderosa após a queda dos governos.

Em uma dessas missões, algo dá errado e Edu cai dentro da névoa. Rato descobre que ele pode estar vivo, e assim Beca e Lion cobram todos os favores à torre e a outros grupos para criarem uma equipe de resgate, que terá de entrar na névoa e enfrentar seus horrores para resgatar Edu. Mas nada é o que parece. Inclusive acima do véu.

“Usando toda a rapidez que suas habilidades concediam, ela conseguiu chegar perto do garoto com cinco longas passadas. Entretanto, ter que perseguir um teleportador era uma competição mais do que desleal. Quando quase agarraou seu pescoço, ele desapareceu com uma lufada de vento, materializando-se no corredor, fora do ninho.”

Roberta Spindler criou uma distopia fascinante, que não fica em nada, nada mesmo, a dever às trazidas do exterior pelas grandes editoras brasileiras. A ação ininterrupta se assemelha bastante a Maze Runner, inclusive a narrativa mais fria e direta. Entretanto, Spindler consegue descrever toda a ação, e seus envolvidos, de forma mais clara e visual do que o livro de James Dashner. Curioso é que Spindler também cria um romance que não convence, exatamente como o de Maze Runner, devido à sua narrativa mecânica. Mas isso não compromete a leitura e a apreciação da obra. 

O resultado de A Torre Acima do Véu me surpreendeu bastante. Vou ser sincero: nunca havia lido nenhum livro nacional com tanta ação, e tão bem narrada. Spindler prende a leitura, cria detalhes muito interessantes para explicar a forma caótica a que as pessoas foram obrigadas a viver após a névoa, convence na composição de cada personagem, que são em número exato para explicar a história e cativar o leitor.

Por isso mesmo, fico decepcionado por um livro de tanta qualidade ser praticamente desconhecido. Não sei dizer se o motivo é uma falta de marketing por parte da Giz Editorial, ou se é apenas preconceito quanto a livros de ação nacionais. A perda é única do leitor, que deixa de ler um dos melhores livros de distopias nas livrarias.

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Promoção: Cachorros Submarinos



Quem aí gostaria de receber um exemplar desse livro super fofo em casa?

Em parceria com a Editora Intrínseca, um dos leitores do Conjunto da Obra terá essa oportunidade em uma super promoção!


A promoção será realizada via Fanpage do blog, e as regras são simples:

1. Comentar na resenha do livro (pode ser um comentário simples);
2. Curtir as páginas do Conjunto da Obra e da Editora Intrínseca no Facebook;
3. Compartilhar o link da Promoção;
4. Clicar em "Quero Participar" na aba de Promoções da página do Conjunto da Obra no Facebook.

As inscrições são válidas até dia 4 de fevereiro, e o resultado será divulgado em até 2 dias, neste mesmo post.
Após o resultado, o Conjunto da Obra entrará em contato com o vencedor por e-mail, que deverá ser respondido em até 48 horas. O exemplar será remetido pela Editora Intrínseca.


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Cachorros Submarinos - Seth Casteel

Sinopse: De fora, parece simples: um cachorro dá um salto, mergulha e então volta à superfície molhado e triunfante, com uma bola na boca.
Debaixo dágua, porém, o que vemos é um caótico balé de dentes e bolhas, patas se movendo, pelos e orelhas levados pela corrente. De uma Labrador mergulhando a um Dachshund submerso, cada cachorro mostra uma personalidade diferente: alguns nadam despreocupadamente, enquanto outros arqueiam os corpos com o foco e a determinação de um tubarão.
Em mais de oitenta fotos, Seth Casteel, premiado fotógrafo de bichinhos de estimação e ativista em defesa dos direitos dos animais, mostra um novo lado de nossos velhos amigos com vibrantes fotografias subaquáticas. Cada imagem explode em alegria e vivacidade, uma marcante lembrança de que mesmo no mais amável e domesticado cãozinho há uma força primitiva.
Impresso em cores e papel couché, Cachorros submarinos foi escolhido o melhor livro-presente pelas revistas Entertainment Weekly e O, The Oprah Magazine. (Skoob)
CASTEEL, Seth. Cachorros Submarinos. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2014. 132 p.


Um olhar diferente para os bichinhos que fazem parte da vida diária de muitas pessoas. Diferente e molhado. Essa é a proposta de Cachorros Submarinos, e acho bem difícil alguém que não vá se encantar com esse livro, que mais parece, na verdade, um álbum de fotos. Composto quase em sua integridade por imagens, Cachorros Submarinos traz por escrito apenas uma breve introdução, que explica como surgiu a ideia para as fotos, e um curto agradecimento no fim do livro.

"A maioria dos animais retratados neste livro nunca estivera embaixo d'água até me conhecer, e alguns deles nunca nem mesmo haviam nadado! Eles não apenas participaram por vontade própria como também se divertiram! É isso que eu amo nos cachorros: sua atitude diante da vida."

Para os amantes da fotografia, é um livro incrível. Para os amantes de cachorros, porém, é indispensável. Casteel consegue captar facetas dos animais que, em muitos casos, podem parecer ocultas em "terra firme". Ao buscar a bolinha lançada na água, alguns bichinhos mostravam cautela, outros, um embaraço engraçado ou uma fofura infinita e alguns, ainda, pareciam ter uma ferocidade e determinação assustadoras.


As fotos são um balé de cores, bolhas e cachorros dançantes embaixo d'água, e é fácil se entreter com as imagens e esquecer de todo o resto em volta. Por várias vezes me flagrei rindo sozinha, pois me diverti com cada fotografia, especialmente quando imaginava o comportamento de cada cachorro no momento em que a imagem foi captada. E o mais legal: os modelos têm nome, idade e raça.


Como diz a sinopse, acho que Cachorros Submarinos seria um ótimo livro-presente, já que mesmo aqueles que não gostam de ler se apaixonariam por essas fofuras e é difícil errar com uma escolha assim, especialmente pelas imagens tão lindas e encantadoras, que fascinam os olhos pelos pequenos e grandes detalhes.


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Novidades #88: Lançamentos de Janeiro Intrínseca


A Editora Intrínseca veio à toda em 2015 e trouxe muitos lançamentos já em janeiro. Tem livros para todos os estilos, então provavelmente agradarão a todos. 

Vamos conferir o que ela trouxe este mês?

A Nova República: Há anos um grupo separatista da região de Barba, em Portugal, explode bombas ao redor do mundo como estratégia para conseguir a sua independência. A comunidade internacional vive aterrorizada com os atentados implacáveis e imprevisíveis e a autodeterminação de Barba é um dos temas centrais e mais quentes da política mundial. A capital, Cinzeiro, abriga jornalistas de toda parte, entre eles o recém chegado Edgar Kellogg – advogado bem-sucedido que trocou a carreira em Nova York pelo entusiasmo e a imprevisibilidade do jornalismo. Hostilizado na infância por ser gordo, construiu uma idolatria por personagens magnificentes. Quando lhe oferecem uma vaga de correspondente em Barba, península ficcional de Portugal onde surgiu um movimento terrorista, Edgar não hesita. Enviado para substituir o excepcional repórter desaparecido Barrington Saddler, o novato reconhece nesse homem grandioso a figura que deseja imitar. Lionel Shriver montou em Barba um cenário de guerra fictício, porém não inverossímil. Com uma trama criativa, personagens muito bem construídos e diálogos inteligentes, a autora trata com perspicácia de temas como terrorismo, política, jornalismo e o culto ao indivíduo, demonstrando mais uma vez por que é considerada umas das escritoras mais interessantes da atualidade.

As presas: Com a morte pairando sobre suas cabeças, Gene e os outros humanos precisam encontrar uma forma de sobreviver na Vastidão, uma área desértica e isolada, por tempo o bastante para escaparem dos predadores sedentos de sangue que os caçam obstinadamente na noite. Conforme a tênue linha entre inimigos e aliados se torna cada vez mais indistinta, uma coisa fica absolutamente clara: se quiser sobreviver, Gene precisará confiar em alguém além dele mesmo. Andrew Fukuda oferece aos leitores uma sequência de desdobramentos tão tensos e aterrorizantes quanto o primeiro livro da trilogia.





Caixa de Pássaros: Romance de estreia de Josh Malerman, Caixa de pássaros é um thriller psicológico tenso e aterrorizante, que explora a essência do medo. Uma história que vai deixar o leitor completamente sem fôlego mesmo depois de terminar de ler.
Basta uma olhadela para desencadear um impulso violento e incontrolável que acabará em suicídio. Ninguém é imune e ninguém sabe o que provoca essa reação nas pessoas. Cinco anos depois do surto ter começado, restaram poucos sobreviventes, entre eles Malorie e dois filhos pequenos. Ela sonha em fugir para um local onde a família possa ficar em segurança, mas a viagem que tem pela frente é assustadora: uma decisão errada e eles morrerão.





Sonhos com deuses e monstros: No desfecho da trilogia Feita de fumaça e osso, best-seller do The New York Times, dois mundos se equilibram na iminência de uma terrível guerra. Na Terra, os humanos recebem com êxtase os anjos e seu imperador, que pretendem angariar armas para um combate maligno. Jael nem desconfia de que, em Eretz, quimeras e Ilegítimos ensaiam unir forças na tentativa de alcançar a paz. Karou assumiu o controle da rebelião quimera e, ao menos na batalha contra o inimigo em comum, está, finalmente, ao lado de Akiva. É uma versão distorcida do tão antigo sonho dos dois, uma esperança de futuro para seus povos. E, talvez, para o amor que eles sentem renascer.



Sniper americano: Best-seller do The New York Times e um dos livros mais comentados de 2013 na imprensa dos Estados Unidos, Sniper americano é considerado um dos relatos de guerra mais importantes da atualidade. Em uma década de serviço, incluindo diversas incursões ao Iraque e a outras zonas de combate durante a chamada guerra ao terror, Chris Kyle, atirador de elite dos Seals, alcançou o recorde de mais de 150 mortes confirmadas pelo Pentágono. No livro, ele fala da morte brutal dos companheiros, da ação como atirador e da frieza e da precisão que desenvolveu ao longo da carreira, lançando luz não só sobre a realidade dos combatentes como também sobre a dificuldade de readaptação dos que retornam ao lar. Em 2013, Chris Kyle foi assassinado por um veterano de guerra que sofria de transtorno de estresse pós-traumático. A adaptação cinematográfica do livro estreia no Brasil em 22 de janeiro em grande circuito. Com direção de Clint Eastwood e protagonizado por Bradley Cooper, o filme está entre os favoritos na corrida ao Oscar 2015.

E tem mais! Quem quiser conferir, basta clicar neste link, onde também estão disponíveis trechos de cada livro, ok?

E então, quais vocês gostaram mais?


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Vermelho como o sangue - Salla Simukka


Sinopse: No congelante inverno do Ártico, Lumikki Andersson encontra uma incrível quantidade de notas manchadas de vermelho, ainda úmidas, penduradas para secar no laboratório de fotografia da escola. Cédulas respingadas de sangue.
Aos 17 anos, Lumikki vive sozinha, longe de seus pais e do passado que deixou para trás. Em uma conceituada escola de arte, ela se concentra nos estudos, alheia aos flashes, à fofoca e às festinhas dominadas pelos garotos e garotas perfeitos.
Depois que se envolve sem querer no caso das cédulas sujas de sangue, Lumikki é arrastada por um turbilhão de eventos. Eventos que se mostram cada vez mais ameaçadores quando as provas apontam para policiais corruptos e para um traficante perigoso, conhecido pela brutalidade com que conduz os seus negócios.
Lumikki perde o controle sobre o mundo em que vive e descobre que esteve cega diante das forças que a puxavam para o fundo. Ela descobre também que o tempo está se esgotando. Quando o sangue mancha a neve, talvez seja tarde demais para salvar seus amigos. Ou a si mesma. (Skoob)
SIMUKKA, Salla. Vermelho como o sangue. Ribeirão Preto, SP: Novo Conceito Editora, 2014. 240 p.


Há uma regra que é praticamente infalível quando o assunto é literatura: não crie expectativas. Quando isso acontece, é muito comum o leitor acabar frustrado. O inverso também é válido e, muitas vezes, quando se inicia uma leitura sem esperar muito, ela pode nos surpreender. Vermelho como o sangue, de Salla Simukka, no meu caso, se encaixou nesta última categoria e eu, que escolhi ler o livro por ser fininho, passei a virar as páginas freneticamente para saber como a história terminaria.

Lumikki já havia passado por muita coisa na vida, apesar de não ser mais do que uma adolescente. Mas ela sabia ser o que quisesse, até mesmo invisível... ou quase. Por causa dessa "habilidade", de uma personalidade singular e sua curiosidade aguçada, a garota discreta e solitária acaba se envolvendo em uma trama que relaciona um saco de dinheiro sujo de sangue, um trio de adolescentes que pouco se recordam, e uma máfia que é mais próxima e poderosa do que ela imagina.

Toda a trama de Vermelho como o sangue se desenrola no frio inverno finlandês, e acontece em poucos dias. Tendo em vista a quantidade de informações descobertas, isso poderia ser considerado uma falha no enredo, mas não foi tão importante assim. Além disso, a narrativa de Simukka, que escondia informações e só revelava aquelas que eram de extrema necessidade, acendia o interesse durante a leitura e a vontade de descobrir a verdade sobre o dinheiro e sobre o passado de Lumikki.

"Você não é essas palavras. Você não é os gritos e os xingamentos. Você não é as coisas horríveis cuspidas em você como chiclete sem gosto. [...]
Dentro de você, já sempre uma parte sua que ninguém pode tocar. Você é você. Você é sua e dentro de você está o universo. Você pode ser o que quiser. Você pode ser qualquer pessoa."

Outro aspecto do texto é que, de modo quase irônico, a autora faz algumas comparações sobre os acontecimentos da trama com passagens de contos de fadas. Irônico porque o livro não tem nada de leve e nada de conto de fadas, tem mais a ver com um thriller, com muito mistério e ação. Porém, imagino não ter sido à toa que a protagonista tem o nome que tem - que significa Branca de Neve, em finlandês.

No início, não gostei da protagonista. Senti uma noção de superioridade na forma como ela analisava os outros ao seu redor, o que me pareceu um modo amargurado de tentar ter orgulho da vida vazia que tinha. Com o tempo, a autora mostra por que a protagonista construiu suas armaduras, e é possível compreendê-la um pouco. Apesar de ser um pouco presunçoso por parte da autora - que em uma passagem assim define Lumikki -, a personagem tem mesmo algo de Hercule Poirot e de Lisbeth Salander. Algo sutil, mas tem. Passei a ter maior simpatia por Lumikki ao ver a relação que ela começava a criar com Elisa, e mesmo com Tukka e Kasper, e ver que ela podia não ser tão egoísta quanto eu supusera.

"Ela prometera a si mesma que não ia mais ter medo. No entanto, estivera pensando em si mesma apenas. Não percebera que poderia sentir medo por outra pessoa. Se saísse naquele momento e fechasse a porta, poderia se livrar de tudo aquilo. Não se afastaria do medo, entretanto. [...] 
Ela ficaria com medo por Elisa. Não queria isso."

Ainda que haja um final neste volume,  muita coisa ficou pendente. O fechamento do livro, por sinal, foi a única coisa que realmente não agradou, já que a autora resolveu tudo do modo mais fácil, sem dar detalhes e respostas, e cabe ao leitor apenas imaginar o que aconteceu, porque a autora "pula" essa parte. Também, conforme comentei antes, a autora só revelou, durante o livro, aquelas informações que se fizeram necessárias. Há ainda muito sobre Lumikki, sobre seus pais e outros personagens que, imagino, só virão à tona nos próximos livros.

De um modo geral, a obra é instigante, com muito mistério e poucas respostas, com cenas que elevam a adrenalina e que, mesmo tendo chances de ser uma ótima leitura, pode frustrar quem tiver muitas expectativas.



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Ser Feliz é Assim - Jennifer E. Smith

Sinopse: Após Graham enviar, por engano, um e-mail para Ellie falando sobre seu porco de estimação Wilbur, nasce uma inesperada amizade virtual. Ele é um astro de cinema, e ela, uma menina simples que faz o possível para passar despercebida, tentando esconder um escândalo do passado. Sem nem saber o nome um do outro, eles começam uma correspondência virtual, compartilhando segredos, esperanças e medos. Quando surge a oportunidade de Graham filmar seu próximo filme na pequena cidade de Ellie, o relacionamento ganha contornos reais. Duas pessoas de mundos tão diferentes conseguirão ficar juntas? (Skoob)

SMITH, Jennifer E.. Ser Feliz É Assim. Galera Record: 2014. 392 p.

Semanas atrás, eu fiz a resenha de outro livro de Jennifer E. Smith: A Probabilidade Estatística do Amor à Primeira Vista. Quem leu essa minha resenha, sabe que não gostei, porque a autora se preocupou demais em explicar o drama sentimental da personagem principal com o pai, sem um motivo coerente, e deixou o romance em segundo plano.

Não sei se isso aconteceu, mas suponho que alguém gritou no ouvido dela o erro que cometeu, porque Ser Feliz é Assim corrige todos os problemas desse outro livro.

Novamente narrado em terceiro pessoa, desta vez conhecemos ambos os lados dos dramas pessoais que Graham e Ellie enfrentam em relação à sua família.

A mãe de Ellie se apaixonou pelo homem errado: após ficar grávida, descobriu que ele tinha outra família e um futuro profissional que o impedia, em termos, de assumir seu papel de pai de Ellie. Isso é explicado mais para o meio livro e faz todo o sentido.

Já Graham enfrenta a solidão e a desconfiança das amizades que surgem de todos os lados, devido à sua fama como estrela de filmes juvenis de ação. Somado a isso, existe uma espécie de abandono dos pais, que nunca parecem sentir vontade de participar de sua vida. Ele sente a falta deles, mas não sabe como trazê-los para perto.

“No entanto, do lugar onde estava Graham conseguia enxergá-la perfeitamente: o cabelo ruivo ondulado e a camiseta grandona com a figura de uma lagosta sorridente na frente, o jeito como as pernas estavam encolhidas por baixo do corpo no assento da namoradeira de balanço e o nariz coberto de sardas. Ele conseguia vê-la bem, e a reação foi exatamente aquela que havia imaginado mais cedo. Foi como levar um soco em cheio no estômago.”

Em diversos momentos somos apresentados a acontecimentos passados que explicam a relação de Ellie e Graham com essas dificuldades, mas sem atrapalhar ou roubar os momentos que constroem o romance dos dois. São trechos curtos, colocados entre ações e nunca no meio delas, evitando a quebra de ritmo.

“Outro rojão explodiu no céu, agora em anéis de luz verde e roxa, mas esse Ellie acabou perdendo. Ela estava ocupada demais observando Graham, e, quando ele girou o corpo, os olhares de ambos se encontraram imediatamente. Os dois ficaram daquele jeito por um longo instante enquanto chovia fagulhas coloridas.”

Não existe realmente muito a se dizer sobre a história em si. Ela gira ao redor das tentativas de Graham em convencer Ellie de que sua fama não vai impedir que eles possam se amar e ficarem juntos. Somando a isso, existe a solução do problema de cada um deles com os pais.

Pode parecer pouco para um livro com tantas páginas, mas não é. Assim, Smith tem o espaço necessário para escrever o que mais importa: as conversas entre Ellie e Graham, e a troca de e-mails, sempre muito curtos, mas carregados de emoção e dualidade. Explico: as mensagens são pequenas, mas o que não é dito nelas, apenas sugerido, força a imaginação do leitor a criar exatamente o que fica oculto. E quanto Ellie e Graham estão juntos, aquilo que o leitor imaginou é confirmado pelos dois.

Ellie e Graham formam um casal apaixonante, e é impossível não torcer para que fiquem juntos no final, independente dos desencontros que surgem pelo caminho. Os diálogos não são formados por frases cheias de significado, daquelas elaboradas, que perdem a credibilidade por não serem naturais, por parecerem pensadas demais, certinhas demais. Eles conversam sobre trivialidades, sobre seus sentimentos, desejos, medos, dificuldades, sonhos, etc., exatamente como qualquer casal apaixonado conversaria.

“Ela: Você não acha um saco quando pessoas respondem e-mails usando emoticons?
Ele: :)
Ela: Vou fingir que não vi isso.”

Talvez esse seja o motivo do livro ser tão fácil de ler.

Talvez esse seja o motivo de, ao virar a última página, você seja flagrado com um sorriso no rosto.


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Novidades #87: Janeiro com a Novo Conceito


2015 chegou, e com ele trouxe muitas novidades para o mundo literário. As editoras já têm divulgado algumas previsões para o ano, e os lançamentos de janeiro pipocam por aí para deleite de nossos olhos. rsrs

A Novo Conceito anunciou esta semana quais livros serão publicados este mês, e tem muita coisa legal:



O que significa ser um geek?

Por intermédio das suas reflexões e da viagem que decidiu fazer, Ethan Gilsdorf conta não somente a sua história, mas a da cultura pop. Jogador, na adolescência, de Dungeons & Dragons e fã de J. R. R. Tolkien, ele pegou a estrada para ir ao encontro de sua família . Nesse incrível tour, o autor viaja para a cidade natal do criador de D&D, Gary Gygax, veste uma fantasia para participar de um RPG e usa trajes medievais para encenar uma guerra em um encontro de nerds.
Ao longo de sua jornada, Ethan ainda visita as obras do castelo francês Guédelon, uma incrível fortaleza medieval que está sendo construída hoje com os mesmos recursos utilizados no passado, e viaja para a Nova Zelândia, onde conhece as locações das filmagens de O Senhor dos Anéis. Acompanhe Ethan Gilsdorf nesta jornada sem precedentes, que traz para a realidade a paixão pela fantasia e pelos jogos.

A sonhadora Isabelle e o determinado Robert desejavam, com todas as suas forças, se entregar à paixão que os unia. Mas uma jovem branca e um rapaz negro não poderiam cometer tamanha ousadia em plena década de 30, em uma das regiões mais intolerantes dos Estados Unidos, sem pagar um preço muito alto.

Diante dos ouvidos atentos da cabeleireira Dorrie, a história do amor trágico e proibido se desdobra, enquanto mudanças profundas se instalam em sua própria vida.

Com personagens humanos e, por isso mesmo, memoráveis, As Cores do Entardecer mostra que as relações afetivas muitas vezes são mais profundas que os laços de sangue. A cada etapa da viagem de Isabelle e Dorrie, as lições sobre otimismo e fé se multiplicam.


Quanto tempo você precisa para saber que está apaixonado? Uma semana? Um mês? Um ano? Line e Teo só precisaram de três dias. E, em três dias, eles vivem uma paixão que, pela sua vontade, duraria para sempre.
Line mora sozinha no Rio, ainda juntando os cacos depois que o seu noivo a abandonou no dia do casamento. Sem um emprego decente, sem um amigo sequer e sem coragem de voltar para a sua cidadezinha natal, ela vê os dias passarem enquanto aguarda algum sinal do destino
sobre qual caminho seguir. No ônibus ela conhece o brasiliense Teo, que está na cidade a passeio, curtindo o verão mais escaldante dos últimos mil anos. Olhares trocados, mensagens de
texto e uma vontade incontrolável de se ver mais uma vez... É assim que começam as paixões mais gostosas. Para Line, poderia ser apenas uma distração (maravilhosa) para as noites quentes
de Copacabana, seja nos barzinhos junto com a galera ou na (quase) privacidade do apê onde Teo está hospedado. O problema é que um coração cansado de sofrer se preenche com a maior facilidade e Teo não pode ir embora sem saber que mudou a vida dela para sempre.

COMO FOI QUE ELE SE TORNOU UM DEUS POR ACIDENTE?
INGREDIENTE A: meias esportivas muito usadas
INGREDIENTE B: imundicie do GRANDE e Poderoso TODD (em pessoa)!
INSTRUÇÕES: deixar embaixo da cama por meses e meses. NÃO ARRUMAR O QUARTO

Mas atenção! Quando o valentão da escola, Max Loving, coloca em risco o futuro da minúscula civilização toddliana, Todd terá que fazer tudo o que estiver ao seu alcance para salvar essa raça que ele mesmo criou sem querer.
Perfeito para os fãs de livros de aventura que saem da mesmice, O REINO SECRETO DE TODD vai fazer você rir bem alto. Descubra o que acontece quando você deixa a roupa suja jogada no chão...

Para Kate Klein, que, meio por acaso, se tornou mãe de três filhos, o subúrbio trouxe algumas surpresas desagradáveis. Seu marido, antes carinhoso e apaixonado, agora raramente está em casa. As supermães do play-ground insistem em esnobá-la. Os dias se passam entre caronas solidárias e intermináveis jogos de montar. À noite, os melhores orgasmos são do tipo faça você mesma.

Quando uma das mães do bairro é assassinada, Kate chega à conclusão de que esse mistério é uma das coisas mais interessantes que já aconteceram em Upchurch, Connecticut, nos últimos tempos. Embora o delegado tenha advertido que a investigação criminal é trabalho para profissionais, Kate se lança em uma apuração paralela dos fatos das 8h45 às 11h30 às segundas, quartas e sextas, enquanto as crianças estão na creche.

À medida que Kate mergulha mais e mais fundo no passado da vítima, ela descobre os segredos e mentiras por trás das cercas brancas de Upchurch e começa a repensar as escolhas e compromissos de toda mulher moderna ao oscilar entre obrigações e independência, cidades pequenas e metrópoles, ser mãe e não ser.

Em tempos modernos, as relações sociais se referenciam cada vez mais pelas redes virtuais e pelos códigos de consumo. Diante da força do Ter pelo Ter, o Ser se esvazia. Tudo passa a se definir pelo que se “tem” e não pelo que se “é”. A Arte de Pertencer, do professor e gestor público Fernando Moraes, é um livro que faz pensar. O simples fato de ser parte de um lugar “humano”
desperta a sensação de viver em uma comunidade, com o poder de interferir e participar ativamente na construção de um Novo Estado de Convivência Social. Uma reflexão comprometida com as coisas que fazem a vida valer a pena.


Tem livros para todos os gostos, não é?

Quais vocês leriam?


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Fugitivos - Carlos H. Barros


De onde vem a amizade? O que é necessário para se ter uma vida melhor?
Caio, um carioca de 15 anos, perdeu os pais em uma tragédia e foi morar com a avó em Belo Horizonte. Cheio de traumas, causados pelo incidente que vitimou sua família, ele não tem mais desejo de retomar sua vida. Fernanda, de 15 anos, protege seu irmão Jonas, de 11 anos, do temperamento violento do pai. Ela se apaixona por Caio, e este por ela. O sentimento que nutrem, será o catalizador de uma briga que colocará em risco a segurança dos dois. Gabriel, de 17 anos, e Bianca, sua irmã de 5 anos, perderam a mãe, por ela ser viciada e ter sofrido uma overdose, e o pai está preso. Ficam sob a tutela da Justiça e do irmão mais velho, de 20 anos, que apoia o pai em planos escusos para melhorarem de vida.
Em Fugitivos, acompanhamos o amor nascer entre Caio e Fernanda, e a força da amizade que surge entre os cinco jovens, de forma tão intensa, que o drama de cada um deixa de ser individual e passa a ser de todos. No momento em que suas histórias se misturam, eles precisam fugir para salvarem suas vidas. Nessa corrida emocionante, que atravessa os estados de Minas Gerais, Bahia, Alagoas e Pernambuco, mais de dois mil quilômetros, iremos descobrir seus sonhos, seus medos, suas tristezas e suas alegrias, tudo envolto por muito suspense, perigo, romance e reviravoltas surpreendentes.
BARROS, Carlos H. Fugitivos. Independente: 2014. 665 p.

Antes de conhecer o Carlos colunista, conheci o Carlos autor, que me perguntou se eu gostaria de ler Fugitivos e resenhar o livro no blog. Eu sempre fico muito feliz - muito mesmo! - quando o autor entra em contato, e só recuso de conhecer seu trabalho no caso de saber que não terei tempo, ou quando eu acredito que o estilo do livro não me agradará. A partir desse primeiro contato, tive a oportunidade de conhecer esse cara muito legal e que, melhor ainda, escreve muito bem.

Enquanto leio algo, é bastante comum eu me interromper para analisar a escrita do livro, pensar que certa frase ficaria melhor se elaborada de determinada maneira, pois deixaria aquele trecho mais "natural". Quando esses devaneios acontecem, tenho certeza de que é porque não consegui mergulhar no mundo criado pelo autor, não consegui viver a história junto com os personagens. Felizmente, com Fugitivos, aconteceu exatamente o contrário.

No livro, a escrita é impecável e a narrativa, natural, com uso de algumas gírias e da linguagem cotidiana nos diálogos, colocadas no momento certo, o que transformou as cenas em algo possível de visualizar. A descrição dos cenários é minuciosa, e os acontecimentos são contextualizados com precisão. Por isso tudo, a trama se desenrola como se assistíssemos aos personagens, no local exato onde se encontravam, seus modos de falar e seus trejeitos. Carlos conseguiu desenhar seus personagens, perfis bem traçados para cada um deles.

Quando li pela primeira vez a sinopse, acreditei que os fugitivos seriam apenas adolescentes inconsequentes e irresponsáveis, que partiriam para o mundo simplesmente porque seria o mais fácil. Mas não foi assim, e nisso fui surpreendida. A narração se dá em terceira pessoa, e as cenas podem ser vistas não só em seu exterior, já que o autor explorou o aspecto subjetivo de todos os personagens. Por isso, enquanto se "vê" o que acontece, também é possível compreender como cada um dos garotos se sente.
 
E os personagens não são somente qualidades, ainda que tenham muitas. Como todo mundo, têm fraquezas, medos e dores. Ficou nítida a carga de sofrimento que cada um carregava e, principalmente, o quanto amadureceram por causa dessas experiências. A fuga só aconteceu porque era a única saída, e as muitas páginas de contextualização deixam isso bem claro.
 
Todo o enredo faz com que seja impossível não se envolver com os cinco garotos: Jonas e sua ingenuidade, apesar de tudo pelo que passou; Fernanda, com força e coragem que eu mesma não sei se teria; Gabriel, um rapaz responsável e maduro, calejado pela vida, mas que não se deixou amargurar; Bianca, a menininha mais doce que eu já "conheci"; e Caio, que perdeu tudo, mas não a si mesmo. A amizade e o amor que nasceu entre eles são quase sólidos, e a forma como Carlos construiu a relação entre eles, que poderia mesmo ser verídica, de tão realista, pode facilmente conquistar a todos.
 
"[...] Se aprendi alguma coisa, é que não devemos esperar para resolver nossos problemas afetivos. Achamos que as pessoas que amamos vão ficar à nossa esperar para sempre, mas nem sempre isso acontece, e elas partem."

No entanto, ao mesmo tempo em que essas muitas características me fizeram mergulhar na história, é por causa delas que citarei o principal problema do livro, na minha opinião: ele se tornou extenso e, por consequência, muito pesado - fisicamente falando. Toda vez que pegava o livro para ler, as páginas fluíam rapidamente, e não era raro ler 40, 50 páginas em uma hora ou pouco mais. Mas suas mais de 660 páginas não permitiam que eu o carregasse comigo em minha maratona diária, e o livro se tornou meu companheiro apenas de final de semana. Tive de intercalar Fugitivos com outros livros e demorei muito para terminar a leitura.

É preciso ressaltar, porém, que a história não foi, em nenhum momento cansativa. É detalhista, minuciosa, mas a maneira como é escrita nem nos faz perceber que as páginas passam. Até porque, enquanto os garotos viajam pelo país, conhecemos muitos lugares junto deles, e as aventuras são muitas. Existe reviravoltas, romance, cenas de ação, entre muitas outras coisas. Não dá de cansar com isso gente.

Gostei muito de Fugitivos, de conhecer esses personagens tão fofos - e provavelmente esqueci de falar um monte de coisas que deveria sobre eles, mas tudo bem. O livro será lançado em breve pela Editora Giostri, por isso, quem gostar da temática e tiver oportunidade, é uma obra que vale a pena conhecer.


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