Leituras do Mês: Fevereiro

Fevereiro, fevereiro...

O fim de fevereiro, para mim, marca algumas coisas. O verão está acabando. Eu AMO verão, sou totalmente solar, mas, este ano, o calor intenso em Florianópolis foi demais. Eu estou louca pela primavera, que logo chegará.

Também, as aulas da faculdade recomeçam em breve. Isso significa menos tempo, tanto para a leitura quanto para estar presente nos blogs amigos. Esse semestre será o mais puxado até agora, pois além das aulas normais e das optativas que preciso fazer, o estágio obrigatório vai começar. Só que, como sempre, eu pretendo dar um jeito.

Esse blá blá blá todo é só para contar para vocês como foram as leituras de fevereiro... vamos ao que interessa então? rsrs


Em fevereiro não li tanto quanto em janeiro, mas foram bastantes livros também. No total, foram seis. Os dois primeiros do mês foram digitais, Momentos, de Gisele Souza, e Cair para Voar, de Flávio Galindo, os dois com capas aí embaixo. Este último também já tem resenha neste link.


Depois foi a vez dos livros físicos. O primeiro foi Filme Noturno, que tem resenha e promoção no ar e o segundo, A garota que tinha medo, com resenha também publicada. Para fechar o mês, tirei Cante para eu dormir da estante, pois já estava lá há tempos, e finalizei com As cores do entardecer.

As leituras foram ótimas, tenho é que colocar as resenhas em dia!

Não recebi nada pelo correio este mês, o que ajudou a desacumular a estante ;)

E vocês, como foi o mês?


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A garota que tinha medo - Breno Melo

Marina é uma jovem que faz tratamento para a síndrome do pânico. Às voltas com o ingresso na universidade, um novo romance e novas experiências, Marina tem seu primeiro ataque de pânico. Sua vida vira de cabeça para baixo no momento mais inapropriado possível e então psiquiatras e psicólogos entram em cena. Acompanhamos suas idas ao psiquiatra e ao psicólogo, o tratamento farmacológico e a psicoterapia. Ao mesmo tempo, conhecemos detalhes de sua vida amorosa e sexual, universitária e profissional, social e familiar na medida em que elas são marcadas pela síndrome. Um tema atual. Uma excelente obra tanto para conhecimento do quadro clínico como entretenimento, narrada com maestria e de uma sensibilidade notável.
MELO, Breno. A garota que tinha medo. Chiado Editora: 2014.

Eu já havia lido uma ou duas resenhas de A garota que tinha medo antes de ter oportunidade de ler o livro, em razão de uma parceria com o autor Breno Melo. Eu sabia que era um livro que tratava de um tema sério, a Síndrome do Pânico, sobre a qual eu pouco conhecia além do nome. Fiquei bastante impressionada ao ler a obra, especialmente com a clareza e a sobriedade com que o tema foi abordado.

A obra é narrada em primeira pessoa por Marina, que conta como sua vida passou a ser influenciada pela Síndrome do Pânico. O texto comenta com riqueza de detalhes tudo o que a realidade daqueles que sofrem a síndrome passa a compreender e trata com naturalidade - que às vezes ainda falta - a natureza deste e de outros distúrbios mentais. Há descrição detalhada de sintomas, das sensações no ápice das crises, bem como alguns termos técnicos, que são explicados de forma simples, para que qualquer pessoa possa entender e tomar conhecimento do que é, de verdade, a síndrome.

"Minha existência sempre havia sido banal e discreta, sem grandes dramas, até que um vendaval, vindo de não sei onde, virou-a de ponta-cabeça. Me tornei a protagonista de uma história que eu não queria interpretar, passei a ser o centro das atenções e a me sentir humilhada. Nunca mais fui a mesma depois do primeiro ataque, temendo as pessoas ou os lugares. Tinha medo de passar por outros ataques, que poderiam acontecer a qualquer momento."

Ao mesmo tempo que o livro aborda com precisão de detalhes esse "pedaço" de Marina, ela, definitivamente, não se resume a isso. Breno conseguiu construir uma personagem complexa, que tem toda uma vida afora o distúrbio, com crenças, religião, gostos literários, paixões e todos os outros elementos presentes na vida de qualquer um, mas que tem todas as suas "partes" influenciadas pela síndrome.

Particularmente, não vi muitas semelhanças minhas com a personagem, a não ser o fato de ser bastante exigente comigo mesma, mas mesmo assim consegui me sentir próxima de Marina. A maneira como o texto foi escrito, com interrupções da protagonista para comentários e devaneios, deu um tom de diálogo ao texto e a impressão de que Marina conversava com o leitor. Ver os acontecimentos por seu ponto de vista, suas motivações e justificativas, permitiu-me compreendê-la. São interessantes as reflexões fugazes da personagem,  sejam eles a respeito do amor, da fé, da vida.

"Dizem que não nascemos com a sensação de medo, mas que a adquirimos ou a aprendemos; e o aprendizado se dá através da observação de terceiros. Ver alguém com medo exagerado diante de um trovão ou de uma barata pode nos levar, na tenra infância, a acreditar que os trovões ou as baratas são exageradamente perigosos. E então crescemos com essa ideia adormecida em algum lugar de nossas mentes. Numa linguagem mais clara, nossos medos irracionais estão em nosso inconsciente, nesse terreno em que quase ninguém pisa."

Algo que me deixou bastante intrigada, no início, foi o fato de a história ter como pano de fundo o Paraguai. Por que o Paraguai? Porém, conforme o enredo se desenrolava, percebi quão pouco eu sabia dessa país vizinho, e Breno traz tantos elementos da cultura, da história e da geografia do país que logo me percebi querendo saber mais.

A única coisa que realmente me incomodou durante a leitura foi o uso recorrente de diminutivos. Sei que muitas vezes usamos palavras assim no dia a dia, mas não é algo agradável de ver na literatura.

A garota que tinha medo é uma leitura com um peso a mais, por trazer um tema tão importante, que nem sempre tem seu devido espaço. É um livro técnico o suficiente para explicar a doença, mas com o entretenimento necessário para aqueles que buscam algo mais leve.


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Cair Para Voar - Flávio Galindo

O tempo sempre foi um paradigma. Ele passa e pronto. Tomamos nossas decisões. Mas e se por um segundo sequer, ele pudesse voltar?
Foi com essa questão que Rodrigo se viu parado de frente ao abismo. A vida lhe proporcionara riquezas, mas sua maior ele perdera. Então o tempo lhe deu uma escolha. A escolha de fazer diferente.
O que você faria se pudesse reviver sua maior história de amor? O que você faria para mudar? Largaria todas as suas decisões passadas?
Conheça a estória de Rodrigo e Jéssica. Um amor que nem mesmo o tempo pode contra.
GALINDO, Flávio. Cair Para Voar. Sollo Editorial: 2013.


Quando o autor Flávio Galindo entrou em contato e propôs parceria com o Conjunto da Obra, eu não conhecia seu trabalho. Ainda assim, o tema de seus livros despertou a minha curiosidade e, dentre eles, Cair Para Voar se destacou. O livro me cativou, mesmo com suas poucas páginas, e me mostrou que a literatura nacional vem ganhado o espaço que realmente merece nesses últimos anos, já que temos livros muito bons por aqui.

Cair Para Voar tem um título interessante, que faz todo o sentido para a história. Apesar de ter menos de 90 páginas, é uma obra carregada de mensagens de peso, a respeito da vida e daquilo que damos valor em nosso dia a dia e, mesmo nessas poucas páginas, há emoção o bastante para que haja conexão com os personagens. A construção do texto também contribui para a leveza e a fluidez da leitura, que não leva muitas horas para ser concluída.

"Eu sempre quis voar, pena que minha única opção era cair."

O enredo do livro me lembrou bastante o do filme Antes que termine o dia. O ponto de partida dos dois é parecido, mas o desenvolvimento leva as histórias para caminhos diferentes. No caso do livro, o autor preferiu dar ênfase àquele momento vivido pelos personagens, não explorou os aspectos de suas vidas além do relacionamento amoroso, não se estendeu ao explanar o passado do casal. Mesmo assim, com foco no presente, a narrativa alcança o leitor e é fácil se flagrar com os olhos marejados no fim da leitura.

"A questão era simples. Eu tinha voltado no tempo. Não sabia como e nem porque,
mas eu estava ali, ao lado de minha esposa."

Acredito que a grande mensagem na obra seja o fato de que o futuro nada mais é do que o resultado de nossas escolhas, que é preciso lutar por aquilo que realmente se quer. Achei ótima a forma como o autor mostrou isso brincando com o elemento "destino". Mais importante ainda: o autor ilustrou com simplicidade a forma como o amor e a força de vontade podem modificar a realidade.

Cair Para Voar foi uma leitura singela, que trouxe reflexões profundas em uma leitura que poderia aparentar ser superficial, por ser tão leve e gostosa.


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Novidades #90: Editora Intrínseca

Fevereiro já está no fim, mas o que o mês trouxe foi maravilhoso *-*
Muitos lançamentos incríveis e vários livros que entraram na lista de desejados.

Alguns deles são da Editora Intrínseca, que trouxe muitos livros bons em fevereiro. Vamos conferir?


Um mais um, de Jojo Moyes — Em seu novo livro, a autora de Como eu era antes de você conta o engraçado e comovente romance entre uma mãe solteira falida e um milionário do ramo da tecnologia. A história começa com Jess precisando levar sua filha Tanzie para uma Olimpíada de Matemática na Escócia. O problema é que ela não sabe como chegar lá até conhecer Ed Nicholls, um geek estranho que oferece uma carona até o destino. A engraçada viagem provará que os opostos se atraem e que é possível encontrar o amor nos lugares mais improváveis.

Quase uma rockstar, de Matthew Quick — Amber Appleton é uma adolescente que mora em um ônibus escolar com a mãe e o leal vira-lata. Dona de um otimismo incansável, a menina se autoproclama princesa da esperança e se recusa a desistir, mesmo quando uma tragédia faz seu mundo desabar. Com personagens cativantes, Matthew Quick, autor do best-seller O lado bom da vida, constrói um universo de risadas, amizade e esperança.

Playbook: O manual da conquista, de Barney Stinson com Matt KhunBarney Stinson, da série de TV How I Met Your Mother, apresenta mais de setenta técnicas de sedução. Repleto de dicas, macetes, truques e conversa fiada, o livro sugere maneiras divertidas de abordar uma mulher e ser bem-sucedido.

Até você ser minha, de Samantha Hayes — A assistente social Claudia parece ter uma vida perfeita. À espera do bebê que sempre desejou, ela vive em uma linda casa com seu marido que a ama incondicionalmente. Até que Zoe — a babá contratada para ajudá-la quando a criança nascer — entra na sua vida. Claudia passa a desconfiar de Zoe. E um dia as suspeitas se tornam um medo real.

Objetos cortantes, de Gillian Flynn — Em seu premiado romance de estreia, a autora de Garota exemplar narra a história da repórter Camille Preaker, que retorna à sua cidade natal para investigar o brutal assassinato de uma menina e o desaparecimento de outra. À medida que as investigações para elaborar sua matéria avançam, Camille passa a desvendar segredos familiares perturbadores, quase tão macabros quanto os problemas que ela própria enfrenta.

E tem ainda mais novidades. Quem quiser conferir os outros lançamentos, ou ter acesso a trechos dos livros, basta clicar na imagem abaixo:

http://www.intrinseca.com.br/blog/2015/02/lancamentos-de-fevereiro/


A maior novidade da Editora Intrínseca dos últimos dias, no entanto, é que, a partir desta semana, o autor Miguel Sanches Neto irá divulgar, no blog da Editora, seu diário com os bastidores da criação de A Segunda Pátria, novo livro nacional da Intrínseca que será lançado em 18 de março.

Sua coluna “Biografia de um livro”, será publicada toda segunda-feira neste link.


Às vésperas da Segunda Guerra Mundial, Getúlio Vargas resolve se tornar um aliado do Terceiro Reich. No cenário alternativo criado por Miguel Sanches Neto, o país se alinha com o Eixo e, como parte do acordo, é estabelecido que os estados do sul, com grande presença de descendentes de alemães, podem pôr em prática os princípios do nazismo, como o racismo, o antissemitismo e a eugenia. Em Blumenau, à medida que a saudação Heil Hitler se torna corriqueira, o engenheiro Adolpho Ventura convive atônito com o progressivo cerceamento de sua liberdade. Seu crime é ser negro e pai de uma criança mestiça. Na mesma cidade, desenrola-se a trajetória de Hertha, jovem sedutora que encarna todos os predicados da superioridade ariana. A ela é confiada uma misteriosa missão. Com violência e sensualidade, o autor revela uma paixão proibida, enquanto subverte os fatos para criar um Brasil que não está nos livros de história, mas nem por isso deixa de ser assustadoramente plausível.

E então, do que gostaram mais?



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Belleville - Felipe Colbert

Sinopse: Belleville - Se pudesse, Lucius aterrissaria em 1964 para ajudar Anabelle a realizar o grande sonho do seu falecido pai! De quebra, ajudaria a moça a enfrentar alguns problemas muito difíceis, entre eles resistir à violência do seu tio Lino. Claro que conhecer de perto os lindos olhos verdes que ele viu no retrato não seria nenhum sacrifício... Sem conseguir explicar o que está acontecendo, Lucius inicia uma intensa troca de correspondência com a antiga moradora da casa para onde se mudou. Uma relação que começa com desconfiança, passa pelo carinho e evolui para uma irresistível paixão – e para um pedido de socorro... (Skoob)
COLBERT, Felipe. Belleville. Rio de Janeiro: Novas Páginas, 2014. 304 p.

Lucius chega a Campos do Jordão para estudar na faculdade da cidade, uma das melhores do país, e se formar no curso de Matemática. Com a ajuda do pai, ele aluga um velho casarão arrendado em um leilão e cujo proprietário não tinha intensões de ocupá-lo num futuro próximo. Apesar de não precisar de tanto espaço, o valor do aluguel era irrisório. Logo que chega, Lucius fica curioso com uma grande biblioteca que existe na casa e acaba, acidentalmente, encontrando a foto de uma linda moça ruiva, que segura uma caixa ao lado de um pequeno buraco feito na terra, bem ao lado de uma estaca de madeira. A foto data de 1964. Curioso, Lucius desbrava o enorme terreno atrás da casa e se surpreende ao se deparar com o início da construção de trilhos. Procura a estaca onde a moça estava quando tirou a foto e, ao cavar o local, descobre a caixa que ela segurava. Dentro da caixa, uma carta endereçada ao futuro morador do local, onde Anabelle, a moça da foto, descreve o sonho de seu falecido pai de construir uma montanha-russa no terreno da casa, a que deu o nome de Belleville. Comovido, Lucius resolve também escrever sua carta reforçando o pedido. Guarda as duas folhas dentro da caixa e volta a enterrar. Cinquenta anos no passado, Anabelle desiste do intenção de deixar a carta enterrada. Para sua surpresa, ao abrir a caixa, depois de a retirar do buraco, encontra uma outra carta junto da sua, escrita por alguém chamado Lucius.

"O preto-e-branco esbatido da fotografia revelava os traços singelos de uma moça, num vestido claro, ajoelhada na terra. No rosto sereno e delicado, ela sustentava um sorriso triste. Nas mãos, segurava uma espécie de caixa. De repente me peguei estudando a foto, como se a garota fosse me dizer alguma coisa."

Esse é o início da obra criada por Felipe Colbert. Uma mistura de romance com viagem no tempo. Lucius e Anabelle se comunicam através das cartas enterradas no terreno, e os dois acabam se apaixonando, mesmo sem se conhecerem pessoalmente.

A primeira metade do livro é centrada no convencimento de que os dois realmente estão se comunicando através de um espaço temporal de cinquenta anos. As cartas que trocam são tocantes e engraçadas. Primeiro, a indignação de participarem de uma brincadeira de mau gosto; depois, a curiosidade sobre a possiblidade de estarem vivendo algo fantástico; a constatação de que realmente os dois se comunicam através do tempo, e, finalmente, a descoberta de que a vida de Anabelle pode estar em perigo.

Isso porque, nessa metade do livro, o tio de Anabelle surge para reclamar a autoridade sobre a sobrinha e sobre a herança deixada pelo irmão. O homem é um monstro de maldade e transforma a vida de Anabelle em um inferno, direcionando a história para a urgência de Lucius evitar uma tragédia, mesmo estando cinquenta anos no futuro.

"As paredes do quarto se fecharam a minha volta. Ele arrancou minha roupa e me jogou na direção da bacia. Não satisfeito, segurou meu cabelo e empurrou minha cabeça para baixo. Meu rosto bateu na água quente, o que fez as feridas doerem como nunca. Todas as minhas chagas ficaram expostas naquele momento. Eu apenas pedi a Deus que terminasse logo."

Lucius é um personagem obstinado, com as qualidades de quem abre mão de seu futuro acadêmico com o intuito de realizar o sonho do pai de uma garota que não conhece e que viveu cinquenta anos antes dele. Anabelle é corajosa e enfrenta seu destino nas mãos do tio com o tipo de força que compete a mulheres de fibra, mesmo tendo apenas 18 anos. Os dois encontram nas palavras de suas cartas, a força para abrirem mão de seus sonhos. Ou, como se descobre no fim, da possibilidade de destruírem suas vidas para a realização dos sonhos um do outro. E esse é o significado do verdadeiro amor: abstinência da própria segurança pela pessoa amada.

Belleville é uma leitura deliciosa, ingênua, romântica, despretensiosa, simples. Existem alguns defeitos, sim, como a tentativa desnecessária e infrutífera da conversa de Lucius com seu professor de física sobre a impossibilidade de viagens no tempo; ou a má utilização do pai de Lucius, que não tem nenhuma real função dentro da história; ou a brusca e assustadora mudança de tom da história com a chegada do tio de Anabelle, que transforma o romance em uma narrativa de crueldade e desespero; ou até o bullyng que Lucius sofre na faculdade e que deixa uma estranheza ao ser resolvido no fim do livro, mesmo que num trecho particularmente comovente. Mas, sinceramente, ignorei todos em detrimento do sentimento que a história nos faz sentir. E seu final bastante óbvio, mas por isso mesmo, muito desejado. Se terminasse de forma diferente, eu nem faria esta resenha da raiva que estaria sentindo ;)

Entretanto, os maiores defeitos ficam por conta da edição da obra. A narrativa é em primeira pessoa, feita por Lucius e Anabelle, nem sempre em capítulos alternados. Não existe uma identificação no início do capítulo sobre quem está narrando, obrigando, às vezes, o leitor a passar por algumas linhas até conseguir descobrir se é Lucius ou Anabelle quem está contando a história. Outro problema, é que as cartas dos dois protagonistas estão em uma fonte que imita a letra humana. É bonito visualmente, mas torna a leitura cansativa, porque o leitor precisa tentar decifrar uma palavra ou outra devido à fonte.


"Um ódio sem fim inflo meu peito, deixando-me com um nó na garganta. Andei até o pilar principal e me agachei. Com as próprias mãos, cavei o buraco. Não me importava com a terra enchendo meus calos e feridas; só queria buscar uma resposta."

Descobri Belleville acidentalmente na última bienal aqui de Belo Horizonte. Estava no stand da Leitura e vi em um canto uma pilha de livros com o desenho de uma ruiva na frente de uma montanha-russa. Pela sinopse envolver viagem no tempo, acabei comprando de curiosidade. Fora esse momento, e apesar de estar sempre à procura de novidades para ler, nunca vi nenhuma propaganda do livro, o que demonstra a constante falta de iniciativa na divulgação de obras nacionais de escritores iniciantes.

Isso é uma pena.

A obra de Felipe Colbert não possui nenhuma real novidade se comparada a histórias semelhantes, mas a escrita é impecável e o romance dos dois protagonistas é comovente. Na segunda metade do livro, eu simplesmente não conseguia deixar de ler para descobrir o destino de Anabelle e Lucius. E isso só autores competentes conseguem transmitir através das palavras.

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Precisamos Falar Sobre o Kevin - Lionel Shriver


Sinopse: Precisamos Falar Sobre o Kevin - Lionel Shriver realiza uma espécie de genealogia do assassínio ao criar na ficção uma chacina similar a tantas provocadas por jovens em escolas americanas. Aos 15 anos, o personagem Kevin mata 11 pessoas, entre colegas no colégio e familiares. Enquanto ele cumpre pena, a mãe Eva amarga a monstruosidade do filho. Entre culpa e solidão, ela apenas sobrevive. A vida normal se esvai no escândalo, no pagamento dos advogados, nos olhares sociais tortos. (Skoob)
SHRIVER, Lionel. Precisamos Falar Sobre o Kevin. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2012. 464 p.


Uma das coisas que eu mais odeio na vida é ver um filme e descobrir que ele foi adaptação de um livro. Quem é leitor de carteirinha geralmente prefere ler o livro antes de assistir ao filme, mas comigo aconteceu o contrário pelo motivo que citei anteriormente. Quando eu assisti Precisamos Falar Sobre o Kevin, eu não fazia ideia que ele era uma adaptação. Na verdade, só assisti porque o Ezra Miller, que faz o papel do Kevin, é meu ator favorito. Porém, o filme é tão profundo que, quando descobri meu infortúnio, comprei o livro imediatamente.

O livro é escrito em formas de cartas que Eva destina ao seu marido, Franklin. Essas cartas são um misto do seu passado e presente para tentar entender o futuro. Desde os primeiros capítulos do livro percebemos a aversão de Eva à maternidade. Essa aversão é tão forte que até quem não planeja ter filhos se assusta com a forma que ela trata o assunto.

Para início de conversa, temos uma mulher que não ama seu filho. Isso parece ser totalmente justificável, já que Kevin também não ama sua mãe. Por mais que Eva tente, ela não consegue manter um relacionamento afetivo sólido com o garoto. A única coisa que ela consegue, no decorrer dos anos, é se distanciar do marido, que morre de amores pelo filho.

"Veja só, tudo o que me fazia bonita era intrínseco à
maternidade, e até mesmo o meu desejo de que os homens me
considerassem atraente era uma imaginação do corpo 
projetada para expelir seu próprio substituto. [...] Sentia-me dispensável,
jogada fora, engolida por um grande projeto biológico que não iniciei 
nem escolhi, que me produziu mas que também iria me 
mastigar e depois cuspir fora. Eu me senti usada."

Logo percebemos que, ao contrário de Eva, Franklin desejou Kevin desde o início do casamento, por mais que não demonstrasse. E foi justamente esse desejo que o fez construir uma relação de puro encanto com o filho. É claro que, na minha opinião, não se esqueçam disso, Kevin tinha essa amizade com o pai apenas para afrontar a mãe, mas há quem acredite que Kevin realmente amou o pai.

O início do livro é bem arrastado, mas acreditem: há um pote de ouro no fim do arco-íris. Se a autora passa muito tempo detalhando a concepção e a infância de Kevin, mostrando toda a repulsa que o filho sente pela mãe e vice-versa é por uma finalidade. Precisamos conhecer cada traço da história para tirarmos nossa conclusão no final dela.

Precisamos Falar Sobre o Kevin é um livro pesado e polêmico. Afinal, quem gosta de escrever sobre crianças que, apesar de aparentemente puras são na verdade demônios (não consegui encontrar outro termo para comparar, me desculpem) com a mente perversa?

Após o término do livro ficamos com aquela eterna dúvida no ar: de quem é a culpa? De Eva, que nunca quis a gravidez e não conseguiu amá-lo, de Franklin, que além de fazer todas as vontades o filho, sempre foi alheio às atitudes dele ou foi simplesmente influência da sociedade? Sem dúvida, ainda temos muito o que falar sobre o Kevin.

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Promoção: Filme Noturno


Agora que li Filme Noturno, quero que todos tenham oportunidade de ler também <3
Eu adorei o livro, fiquei vidrada na história, e sinto até agora que já tenha acabado.

Pensando nisso, o Conjunto da Obra, em parceria com a Editora Intrínseca, vai presentear um leitor com um exemplar do livro!

Para concorrer a Filme Noturno, é simples! Basta seguir o blog Conjunto da Obra pelo Google Friend Connect (clicar em "Participar deste site" na barra lateral direita) e preencher essa entrada no formulário. Depois, várias outras entradas serão abertas, para quem quiser ter ainda mais chances.


As inscrições serão feitas por meio da ferramenta Rafflecopter. Para os que ainda têm dúvidas sobre como utilizá-la, podem ver este tutorial aqui. As inscrições são válidas até dia 14 de março, e o resultado será divulgado em até 7 dias, neste mesmo post. 

Após o resultado, o Conjunto da Obra entrará em contato com o vencedor por e-mail, que deverá ser respondido em até 48 horas. O exemplar será remetido pela Editora Intrínseca.
 
 
 

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Filme Noturno - Marisha Pessl


Sinopse: Com uma narrativa ágil, pontuada por recortes de jornal, páginas da internet, relatórios policiais e bilhetes manuscritos, Filme Noturno é um thriller que mantém o leitor preso até a última página.
Em uma noite fria de outono, Ashley Cordova é encontrada morta em um armazém abandonado em Manhattan. Embora a polícia suspeite de suicídio, o jornalista Scott McGrath acredita que exista algo mais por trás dessa história. Seu interesse pelo caso não é gratuito: Ashley é filha do famoso e recluso diretor de filmes de terror Stanislas Cordova, um homem que não é visto em público há mais de trinta anos e que, no passado, teve um papel trágico na vida de McGrath.
Impulsionado por vingança, curiosidade e necessidade de descobrir a verdade, o jornalista é atraído para o horripilante e hipnótico mundo de Stanislas. Da última vez que chegou perto do cineasta, McGrath perdeu o casamento e a carreira. Dessa vez, pode acabar perdendo muito mais. (Skoob)
PESSL, Marisha. Filme Noturno. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2014. 624 p.

Muitas vezes, evito ler suspenses pelo simples fato que mergulho de tal forma no enredo, que deixo de separar os sentimentos de minha vida real daqueles despertados pelos livros. Filme Noturno, de Marisha Pessl, despertou minha curiosidade, mais que meu medo, e a cada página eu tinha mais certeza de ter feito a escolha certa ao ler esse livro.

Scott McGrath, jornalista que viu sua carreira desmoronar por uma tentativa frustrada de trazer à tona os segredos do cineasta Stanislas Cordova, vê-se novamente tentado pelos mistérios da família após descobrir que a filha do diretor, Ashley, foi encontrada morta.

“Porque eu sabia que minha derrocada não era nenhum acidente. Cordova, exibindo uma antevisão e uma inteligência que eu não pude antecipar, me superara. Eu estava no chão, nocauteado, luta encerrada, vencedor declarado – antes mesmo de ter colocado os pés no ringue.
[…]
Mas ali estava eu de novo.”

Em primeira pessoa, o leitor acompanha a investigação pelo ponto de vista de McGrath, em uma narrativa entremeada de "recortes" de jornal, e-mails, pesquisas de internet, e outros elementos que parecem dar mais vida e dinamicidade à história criada por Pessl. Todos os detalhes foram tão ricamente pensados e esculpidos que, em certo momento da narrativa, precisei pesquisar para ter certeza se Cordova realmente não existia.


Marisha Pessl brincou lindamente com elementos atuais, especialmente quanto à necessidade de promoção pessoal quase o tempo todo na internet. O fato de Cordova ser tão discreto, tão recluso, faz com que os leitores, e mesmo o protagonista, questionem todas as verdades que se apresentam - e, por vezes, até a existência de Cordova. Porque, por mais que hajam evidências irrefutáveis de que ele existe, ele parece inalcançável.

Junto a Scott, tenta-se encaixar as peças e montar um panorama dos acontecimentos, mas justo quando as coisas parecem fazer sentido, tudo muda novamente. É uma busca interminável, já que todas as respostas parecem verdadeiras, todas fazem sentido, mas eliminam-se mutuamente. Há a forte mistura de real e imaginário, mito e razão, a limitação cética e a conclusão sobrenatural. E é a busca por respostas que torna a leitura viciante, sufocante até.

“- […] A verdade sobre o que acontece conosco neste mundo está sempre mudando. Sempre. Nunca para. Algumas vezes nem mesmo depois da morte.”

Posso dizer sem sombra de dúvidas que Filme Noturno foi o melhor livro que li há meses. Traduz-se naquela leitura que se sabe ser ficção, mas que mexe com o inconsciente e te leva a querer mais. Pode parecer não fazer sentido algum, mas faz todo o sentido, e me envolveu a ponto de eu sonhar com os acontecimentos, com os cenários dos filmes de Cordova, fez-me querer mais dele enquanto lia e, ainda mais, quando terminei de ler.

Ainda que McGrath tenha tido suas respostas, eu não tive as minhas. Cordova continuou a ser aquele que escapa por entre os dedos quando finalmente se pensou que havia sido alcançado. Eu, particularmente, precisava mais dele, ter assistido a seus filmes, ter participado daquela conversa. O final em aberto me deu a possibilidade de escolher em que acreditar e, também, mostrou que a busca em si ensinaria muito mais que a solução.

Mesmo não tendo sido Cordova quem escreveu o livro, sua característica principal estava lá: levar o leitor até seu limite, seja este entre o real e o imaginário, entre o que é racional ou não. Não é exatamente assustador, apesar de ser. Mas mostra de uma forma bem inusitada outras maneiras de simplesmente enxergar.














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Conjunto de Ganhadores #14


Eu geralmente faço postagens especiais para comemorar o carnaval, como aconteceu aqui no blog em 2012, 2013 e 2014. Quem tiver curiosidade, vale a pena conferir, são postagens mais leves e trazem o tema para a "realidade" literária.

Este ano, não consegui me programar, por isso não trouxe nada relacionado ao tema. Espero que me perdoem *-* rsrs

Mas, para manter a "tradição" de trazer algo mais light neste dia, vou mostrar para você algumas fotos que recebi de sortudos das Promoções do Conjunto da Obra, ok?

~~*~~*~~


A Larissa não quis aparecer, mas ela já havia sido sorteada outra vez e esteve aqui no último Conjunto de Ganhadores com a foto do livro Se eu Ficar. Agora, mandou apenas a foto do prêmio que ganhou na Promoção de Claros Sinais de Loucura.

~~*~~*~~

A Vanessa foi a sorteada na Promoção de O Dia Seguinte, e recebeu em Brusque, aqui mesmo em Santa Catarina, um exemplar do livro.

~~*~~*~~


O Nardonio também deu sorte, e recebeu, em Caruaru, um exemplar do livro Ele está de volta.

~~*~~*~~

Galerinha, obrigada de novo por enviarem as fotos! Eu fico feliz e saltitante quando todo mundo participa e gosta de estar aqui no blog :)

E é bom relembrar que todos esses prêmios foram sorteados em parceria com a Editora Intrínseca ;)

Quem quiser, também tem promoção em comemoração ao carnaval, e as inscrições encerram hoje (17/02). Corre que ainda dá tempo!

http://conjuntodaobra.blogspot.com.br/2015/01/promocao-carnaval-de-livros.html



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Jogador Número 1 - Ernest Cline

Sinopse: Jogador nº 1 - Cinco estranhos e uma coisa em comum: a caça ao tesouro. Achar as pistas nesta guerra definirá o destino da humanidade. Em um futuro não muito distante, as pessoas abriram mão da vida real para viver em uma plataforma chamada Oasis. Neste mundo distópico, pistas são deixadas pelo criador do programa e quem achá-las herdará toda a sua fortuna. Como a maior parte da humanidade, o jovem Wade Watts escapa de sua miséria em Oasis. Mas ter achado a primeira pista para o tesouro deixou sua vida bastante complicada. De repente, parece que o mundo inteiro acompanha seus passos, e outros competidores se juntam à caçada. Só ele sabe onde encontrar as outras pistas: filmes, séries e músicas de uma época que o mundo era um bom lugar para viver. Para Wade, o que resta é vencer – pois esta é a única chance de sobrevivência. (Skoob)

CLINE, Ernest. Jogador Número 1. Leya: 2012. 464 p.


Mesmo vivendo no ano de 2044, Wade Watts é um garoto como qualquer outro de hoje em dia: viciado em vídeo games. No caso dele, o objeto de sua afeição é o OASIS, um console onde cada pessoa tem um avatar, que pode ter ou não a sua aparência, e participa de um universo de planetas com suas próprias características e funções.

Por exemplo, existem planetas de séries, de jogos, de desenhos ou educacionais, com escolas e universidades. Todos os integrantes são virtuais e é necessário um Tardis (a cabine telefónica que serve de nave do tempo para o Dr. Who), para viajar de um lugar para o outro. Wade é pobre, mora no trailer dos tios e se refugia no OASIS para fugir de seus problemas. Lá ele é popular, tem dinheiro e, dentro do possível, possui as coisas que nunca poderia ter na vida real.

“Na aula de astronomia, visitamos todas as luas de Júpiter. Subimos na superfície vulcânica de Io enquanto nossa professora explicava como a lua havia se formado. Enquanto ela falava, Júpiter crescia atrás dela, preenchendo metade do céu, com seu grande ponto vermelho  aparecendo lentamente acima de seu ombro esquerdo.”

Mas tudo muda quando o dono do OASIS, Halliday, morre e não deixa herdeiros. Deixa, sim, um desafio: quem encontrar os cinco ovos de Páscoa (são partes de código que não fazem parte do jogo, mas executam alguma brincadeira), que ele escondeu dentro do OASIS, vira o dono de sua empresa. 

Então, a corrida começa, uma vez que qualquer jogador do planeta tem chances de encontrar as pistas para os 5 ovos.

Jogador Número 1 é um livro de extremos opostos. Quem tiver menos de 30 anos, não vai entender ou aproveitar a maioria das referências que o livro faz, uma vez que elas se concentram na cultura pop dos anos 80. Quem tiver mais do que 30 anos, vai amar.

E como essas referências ocorrem?

Nesse ponto, o leitor terá que usar bastante de sua imaginação. Quem faz parte do primeiro grupo, recomendo que tenha um computador ou tablet ao lado para poder pesquisar. Como as pistas estão dentro do OASIS, e este é um mundo virtual, Wade precisa entrar nos episódios de séries e interagir com a ação como se fizesse parte daquela série.

Você lerá sobre os Caça-Fantasmas, Curtindo a Vida Adoidado, Caras e Caretas, Clube dos Cinco, Gatinhas e Gatões, Mulher Nota Mil, Star Wars, O Senhor dos Anéis, Matrix, De Volta para o Futuro, Indiana Jones, Mad Max, jogos do Atari, MegaDrive, entre muitas outras referências.

O final do livro é uma batalha de cultura pop. Você verá desde naves de Star Wars até monstros de Ultraman e Jaspion. Tudo em uma batalha para conseguir o último ovo de Páscoa. E esse é um dos dois pontos falhos do livro. Fica difícil distinguir o que acontece. O leitor acaba se perdendo no meio de tantos personagens e tantas referências que são jogadas a cada parágrafo do último capítulo. Ao invés do clímax, fica a sensação de uma grande dor de cabeça.

O segundo problema, é que o livro não se define com seu público. No início, acontece uma tragédia que mostra a seriedade que tem a busca dos 5 ovos de Páscoa. É uma fortuna que está em jogo. A própria diretoria da empresa não tem interesse que um estranho assuma o comando. Mas essa tragédia é logo esquecida. Fica uma sensação de que algo não ficou bem encaixado. A própria reação de Wade é fria e deslocada.

“Parei de me mover para a frente e o som de cascos também parou, mas apenas segundos depois eu me virei e vi de onde vinha o som. Não era de um cavalo. Era um homem batendo duas metades de coco. Então percebi onde estava. Dentro da primeira cena de Monty Python: em busca do cálice sagrado. Outro filme favorito de Halliday e talvez o melhor filme geek de todos os tempos.”

De qualquer forma, são dois problemas mínimos que não afetam a leitura. Mesmo se você tiver menos de 30 anos (e sei que 90% dos leitores fazem parte desse grupo), recomendo a leitura e a pesquisa paralela. Você vai conhecer um mundo pop que não pode participar. Os anos 80 foram uma máquina de cultura, tanto de filmes, jogos, livros, músicas e séries. Muita coisa de hoje em dia é reciclada dos sucessos dessa época. E a seleção feita por Ernest Cline só faz referência  ao que de melhor existia e que deixou muita saudade.

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Conjuntando #36: Janeiro em Fotos

Pois é galera, estamos no carnaval! Para os que gostam da folia e da bagunça, espero que as festas sejam ótimas!

Eu pretendo ficar de molho, ler um pouco mais e pegar uma praia - se o tempo deixar, já que a previsão de tempo aqui é de muita chuva.

E para começar o final de semana, que tal ver as fotos que apareceram lá no Instagram do Conjunto da Obra no mês de Janeiro?




E aí, gostaram?

Quais foram as novidades de Janeiro por aí?


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O lado bom da vida - Matthew Quick

Sinopse: Pat Peoples, um ex-professor na casa dos 30 anos, acaba de sair de uma instituição psiquiátrica. Convencido de que passou apenas alguns meses naquele 'lugar ruim', Pat não se lembra do que o fez ir para lá. O que sabe é que Nikki, sua esposa, quis que ficassem um 'tempo separados'. Tentando recompor o quebra-cabeça de sua memória, agora repleta de lapsos, ele ainda precisa enfrentar uma realidade que não parece muito promissora. Com o pai se recusando a falar com ele, a esposa negando-se a aceitar revê-lo e os amigos evitando comentar o que aconteceu antes de sua internação, Pat, agora viciado em exercícios físicos, está determinado a reorganizar as coisas e reconquistar sua mulher, porque acredita em finais felizes e no lado bom da vida. (Skoob)
QUICK, Matthew. O lado bom da vida. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2013. 256 p.


Quando O lado bom da vida, de Matthew Quick, foi lançado e muitas resenhas surgiram em blogs literários, eu tive bastante curiosidade de ler. Mas eu não comprei o livro, assisti e me emocionei com o filme, e a vontade de ler se amainou. Ganhei o livro de presente no natal de 2013, mas somente agora, em janeiro de 2015, tirei da estante para ler. O resultado foi que adorei.

Apesar de ter muitas semelhanças com o filme, ainda assim o livro é algo completamente novo, e tão tocante quanto. A base de ambas as versões é a mesma, e a adaptação cinematográfica não tirou a essência da história. Porém, optou por seguir um outro roteiro. Por isso, ler o livro não foi como assistir ao filme, e eu pude conhecer a mesma história de maneira diferente.

Eu me diverti muito com Pat Peoples. Ao mesmo tempo em que o personagem tinha motivos nobres, suas motivações eram ingênuas, quase infantis, e seus problemas de controlar a si mesmo estavam em choque, o tempo todo, com a determinação de ser um homem melhor, de ser gentil em vez de ter razão. Essa ambiguidade me fazia olhar para todas as situações de uma nova maneira. Ver através dos olhos de Pat – que narra o livro em primeira pessoa – é ao mesmo tempo leve e dramático, divertido, mas triste.

"- Sim. Você nunca percebeu que a vida é como uma série de filmes?
- Não. Conte para mim.
- Bem, a pessoa tem aventuras. Todas começam com encrecas, mas logo você assume seus problemas e se torna uma pessoa melhor, trabalhando duro, que é o que fertiliza o final feliz e permite que ele floresça; como o final de todos os filmes de Rocky, Rudy, Karate Kid, as trilogias Star Wars e Indiana Jones, e os Goonies, que são os meus favoritos, embora eu tenha jurado me abster de filmes até a volta de Nikki, porque agora minha vida é o filme que vou assistir e, bem, está sempre passando."

Da mesma forma que comenta os “problemas” de Pat, Mathew Quick consegue nos mostrar que todos têm seus problemas, sejam aqueles que precisam de terapeutas, de instituições psiquiátricas, ou mesmo aqueles que não precisam, aparentemente, de nada disso. Pelos olhos de Pat, conhecemos a loucura de Tiffany, que revela muito mais no seu silêncio do que muitos que falam além do necessário; conhecemos o mau humor do pai de Pat, que demonstra sentimentos de maneiras tão singulares que nem os mais próximos conseguem ter certeza de como ele se sente; somos apresentados à mãe de Pat, com sua doçura e otimismo infinitos; e conhecemos Nikki, que, pela descrição de Pat, não conseguimos julgar.

Pelos olhos do protagonista é possível ver que as coisas aconteceram por um conjunto de fatos, de atos, e ninguém é responsável sozinho por tudo. Cada um tem sua parcela de culpa, mas não há vilão, não há vítima ou mocinho.

"Quando corro, eu sempre finjo que estou correndo em direção a Nikki, e isso me dá a impressão de que estou diminuindo o tempo que terei de esperar para vê-la novamente."

O livro tem pouco mais de 250 páginas, mas os capítulos curtos prendem a atenção, e através deles é contado o presente de Pat, após sair do “lugar ruim”, enquanto o protagonista reflete sobre seu passado. Há muitas menções ao futebol americano, a Nikki e ao que ela gostaria ou não. Por causa disso, também há muitas referências sobre literatura – e muitos spoilers sobre os livros citados. Algumas vezes, o texto é até repetitivo, mas é isso que dá o toque e a característica de Pat de narrar.

Muito embora seja complicado citar o que realmente conquista no livro, porque não há qualquer elemento em especial a ser citado, é difícil não se deixar conquistar pela escrita e pela forma tão peculiar de Mathew Quick traduzir seus personagens. Além disso, mesmo a carga de tristeza da obra vem acompanhada de um otimismo quase impossível de funcionar no mundo real, mas que traz algo bom que gostaríamos de sentir mais vezes.

Eu adorei O lado bom da vida, e estou louca de curiosidade para conhecer outros livros do autor.



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Will & Will - John Green e David Levithan


Sinopse: Em uma noite fria, numa improvável esquina de Chicago, Will Grayson encontra... Will Grayson. Os dois adolescentes dividem o mesmo nome. E, aparentemente, apenas isso os une. Mas mesmo circulando em ambientes completamente diferentes, os dois estão prestes a embarcar em um aventura de épicas proporções. O mais fabuloso musical a jamais ser apresentado nos palcos politicamente corretos do ensino médio. (Skoob)
GREEN, John; LEVITHAN, David. Will & Will. Galera Record: 2013. 352 p.

Se teve um livro que eu estava muito ansiosa para ler, esse livro foi Will & Will. Todo mundo queria dar uma espiadinha nesse tão falado romance homossexual de dois autores consagradíssimos. O pior é que a gente sempre fica com medo de ler algo quando colocamos altas expectativas nele, não é mesmo? Mas posso dizer uma coisa com total certeza: essa obra prima não decepciona.

Outra coisa que me chamou atenção sobre esse livro e me motivou ainda mais a lê-lo foi quando eu vi uma foto no Instagram da Galera Record de uma nota em uma revista que dizia que a editora havia mandado um exemplar do livro para para Feliciano com a seguinte dedicatória: “Prezado deputado Marco Feliciano. É só amor. Talvez com esse livro o senhor consiga entender.” Ele até respondeu à editora...

Will Grayson é um um adolescente como todo os outros. Tirando o fato de ser tímido, desajeitado e ter um melhor amigo totalmente gay. Tiny Cooper, o melhor amigo, é um garoto grandalhão que está planejando um musical fabuloso para contar para todo mundo sobre a sua vida. O Will Grayson número dois (vamos chama-lo assim rs) é introspectivo, super depressivo e, é claro, gay.

Eu: sabe o que é uma merda no amor?
O.W.G: o quê?
Eu: o fato de estar tão ligado à verdade.

O que acontece é que em um dia totalmente comum, Will Grayson encontra Will Grayson em uma sex shop qualquer de Chicago. E é aí que a história (fantástica, por sinal) começa de verdade. Apesar de a história fluir mesmo a partir desse ponto, o livro em si é perfeito.

Os personagem são ótimos, todos muito bem construídos. Porém, tenho que falar de Tiny separadamente. Não tenho nem palavras pra definir o quão incrível ele é. Então vou começar pelo nome, que já te faz querer rir pelo fato de Tiny (tradução livre: minúsculo) ser um cara grandalhão. E depois tem a personalidade, que é a melhor dentre todas: ele consegue lidar com a vida de um jeito bem humorado. Ele é ácido. Ele é irônico. Ele é tudo o que um personagem precisa ser.

Green e Levithan conseguiram trazer um tema atual, lembrando que não deixa de ser um tabu, para o nosso dia-a-dia de uma forma muito divertida e natural. Eles realmente conseguem transmitir que amor é amor independentemente da opção sexual do indivíduo. E vamos ser sinceros, né gente? Por também ser uma obra do John Green, não podemos esperar nada menor que maravilhoso desse livro.


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Leituras do mês: Janeiro

Se Dezembro rendeu, Janeiro foi ótimo! Já tinha comentado um pouco sobre isso no último Mês em Fotos, mas nada melhor do que mostrar para vocês as leituras:


O primeiro livro de 2014 foi Minta Que Me Ama, que foi seguido pelo primeiro digital do ano, Marcada a Fogo. O lado bom da vida e Cachorros Submarinos, da Editora Intrínseca, foram lidos logo depois, seguidos por outros dois da Editora Novo Conceito: A Garota do Penhasco (que eu esqueci de colocar na foto) e Twittando o Amor. Para fechar o mês, A Esperança, que eu queria ter lido há bastante tempo, e Café Forte, outro digital da autora parceira Eliane Quintella.

Foram 8 livros, e gostei muito da maioria deles ;) Logo, logo publicarei a resenha de todos eles, ok?

Hey, Mr. Postman:

Também chegaram por correio alguns livros que parecem ótimos:


Cachorros Submarinos, que recebi em parceria com a Editora Intrínseca; A Garota que tinha medo, em parceria com o autor Breno Melo.


Outono dos Sonhos veio de uma troca no Skoob; Filme Noturno, também recebido em parceria com a Editora Intrínseca;


Recebi também a caixa com os lançamentos de janeiro e fevereiro da Editora Novo Conceito. Será a última este ano, infelizmente, já que a parceria do Conjunto da Obra não foi renovada. Parabéns aos blogs amigos que conseguiram, fico muito feliz por todos :)

E vocês, tiveram novidades literárias no mês de janeiro?


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Halo - Alexandra Adornetto

Sinopse: Três anjos são enviados à Terra com planos de se misturarem aos humanos para assegurar a paz e trazer a bondade: Gabriel, o Herói de Deus, um antigo guerreiro que se disfarça de professor de música; Ivy, serafim abençoada com poderes de cura; e Bethany, a mais nova e inexperiente do grupo, enviada como uma jovem estudante para aprender sobre a humanidade. Após Bethany se encantar com a vida humana, ela começa a viver todas as experiências de uma adolescente normal, até se apaixonar por um rapaz e colocar toda a missão em risco. As forças do mal se aproveitarão dessa situação para pôr seus planos malignos em prática. Um romance de tirar o fôlego, que responderá a pergunta: será que o amor é forte o suficiente para vencer as forças do mal? (Skoob)

ADORNETTO, Alexandra. Halo. Agir: 2010. 470 p.


Halo sempre me chamou a atenção por causa da capa. Ela é linda e reflete com perfeição o que os dois personagens principais sentem. Bethany se apaixona por Xavier logo na primeira vez que o vê. E como na capa, onde ele fica de encontro à árvore com ela o empurrando e se esticando para beijá-lo, é ela quem controla a relação. Isso não quer dizer que Xavier a ama menos, mas é a personalidade de Bethany que provoca e define todas as situações. Ela o ama com a intensidade de alguém que não sabe o que é sentir, enquanto ele a ama com a intensidade de um garoto.

Antes de comprar e começar a ler, sempre faço uma pesquisa em resenhas espalhadas pela Internet. Descobri que Halo é um livro cheio de altos e baixos. Há quem o ame, e há quem o deteste. Ou seja, não consegui descobrir previamente se poderia gostar ou não da leitura. Assim, resolvi tirar minhas próprias conclusões.

“Ele não poderia ter mais de 17 anos, mas era possível enxergar nele o homem que um dia se tornaria. Usava bermuda cargo até os joelhos e uma camiseta branca larga com as mangas cortadas. Suas pernas musculosas pendiam da beirada do píer. Ele pescava e tinha uma sacola de tela cheia de iscas e molinetes sortidos ao lado. Paramos de súbito assim que o avistamos e teríamos dado meia-volta, se ele já não nos tivesse visto.”

Após a leitura, compreendi perfeitamente o motivo de tanta dualidade. É muito fácil gostar de Halo; mas também é muito fácil apontar vários defeitos que podem incomodar um ou outro leitor.

Note-se que o livro foi escrito quando Alexandra Adornetto era uma adolescente. Pode-se dizer que não é desculpa para as falhas, mas explica a inconstância do enredo, uma vez que nessa idade a gente se comporta da mesma forma.

E essas inconstâncias não estão presentes apenas nos momentos de ação da história, mas também na forma como ela é contada. No início do livro temos várias e várias páginas descrevendo a chegada dos três anjos, Gabriel, Ivy e Bethany, bem como a casa onde vão morar, a forma como se vestem, o que comem, seus deveres como servos de Deus, a fragilidade de Bethany por ser sua primeira missão, entre outros detalhes que, à primeira vista, podem não acrescentar nada à história. E muitas pessoas, nas resenhas que li, reclamaram disso. Entretanto, essas páginas ajudaram a compor o ambiente e a imagem de pureza dos três personagens, que não seria possível com um parágrafo apenas.

“Sua mão  era larga e quente. Ele segurou a minha por uma fração de segundo a mais. Lembrei-me do que Gabriel dissera a respeito de evitar interações humanas arriscadas. Sinos de alerta soaram a minha cabeça enquanto eu franzia o cenho e puxava a mão de volta.”

Logo após essa primeira parte, o livro aumenta a agilidade dos acontecimentos e desenvolve o romance entre Bethany e Xavier, que torna-se mais perigoso do que o surgimento do inimigo. E nesse ponto, reside um outro defeito. Jake, o demônio que pretende trazer o mal à cidade, demora muito a aparecer. E o melhor do livro está exatamente quando isso acontece.

Não é formado um triângulo amoroso que deixa o leitor em dúvida sobre a preferência de cada personagem, porque Bethany sempre deixa bem claro de que seus sentimentos por Xavier são muito mais fortes do que por qualquer outra pessoa, mas as estocadas de Jake para conquistá-la e afastar Xavier apimentam a história e criam momentos de tensão, que poderiam ser em mais quantidade e maiores se tivessem começado mais cedo.

Uma segunda coisa que me incomodou foi a relutância do casal em se relacionar sexualmente. Tudo bem, Bethany não é deste mundo e nunca experimentou esse tipo de prazer. Seria compreensível se a relutância viesse dela e não de Xavier. A situação criada por Adornetto para que eles não tenham uma primeira noite juntos, chega a ser menos crível do que a existência de anjos andando na Terra. Não sei se a autora desejou deixar alguma mensagem de castidade para os adolescentes, ou se foi sua própria imaturidade para lidar com o assunto.

“O garoto que se aproximou da professora não era o que eu esperava. Alguma coisa em sua aparência fez meu coração afundar no estômago. Alto e esguio, tinha o cabelo escuro e liso na altura dos ombros. As maçãs do rosto eram salientes, dando ao rosto uma expressão emaciada, cavernosa. O nariz era encurvado ligeiramente na ponta, e os olhos escuros nos observavam obstinados sob sobrancelhas espessas.”

O clímax do livro seria minha terceira queixa. Ele é rápido e muito meloso. Tanto que chega a incomodar. Ainda mais para uma geração que está habituada a ver séries de TV como Supernatural. Não basta criar uma solução para uma situação e dizer que é o poder escondido da personagem, ainda mais o tipo de poder que ela liberta. Acredito que seja o ponto mais frágil de toda a narrativa e demonstra a imaturidade da autora para criar uma situação que poderia ser cheia de ação e adrenalina.

Como Halo é o primeiro volume de uma trilogia, já toda publicada no Brasil, muita coisa fica em aberto. E, mesmo assim, o que é deixado para o próximo livro não chega a causar muita curiosidade.

Apesar de tudo o que escrevi, preciso confessar que gostei do livro. Talvez seja devido ao carisma do casal principal, ou a forma como eles se relacionam, ou a expectativa de que consigam ficar juntos no último livro, ou simplesmente porque, apesar de todas as irregularidades, a história é cheia de bons sentimentos e me conquistou por causa deles.

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Top Comentarista - Fevereiro


Depois de vários meses sem, resolvi fazer novamente um Top Comentarista. E como eu não gosto de nada muito simples, resolvi diversificar bastante nas regras desse novo Top ;)

  •  Serão cinco títulos disponíveis:
1. Minta Que Me Ama;
2. Twittando o Amor;
3. Infinity Drake;
4. Um Conto do Destino;
5. Primeiro Amor.
  • Desses cinco livros, o vencedor do Top Comentarista terá direito a escolher o de sua preferência (um deles), que receberá em casa.
  • Haverá um segundo premiado, mas esse será definido por sorteio, que escolherá, dentre os livros restantes, aquele que quer receber.
Será, portanto, um 2 em 1, Top Comentarista e Sorteio. Assim, será possível concorrer apenas pelo Top Comentarista, apenas pelo Sorteio, ou das duas maneiras ao mesmo tempo.

  • Regras:
  1. Para participar do Top Comentarista é necessário preencher a primeira entrada no formulário Rafflecopter abaixo. Apenas a primeira, e já estará concorrendo por esta modalidade.
  2. Ao final do mês, será sorteado um dos posts do mês de fevereiro. Não serão selecionados posts referentes a novas promoções.
  3. Naquela postagem selecionada, será dado um número, por ordem de comentário, apenas àqueles que se inscreveram para participar do Top Comentarista (preenchendo a primeira entrada do formulário). Por esse número, via Random, será sorteado o comentarista que levará o prêmio.
  4. O post em que ocorrerá o sorteio só será definido no final da promoção, por isso quanto mais comentários forem feitos, maiores as chances.
  5. Só serão aceitos comentários com conteúdo, que demonstrem que a publicação foi lida.
  6. Serão válidos os comentários feitos durante todo o mês de fevereiro, inclusive naquelas postagens já publicados até a presente data.
  7. Será válido apenas um comentário por participante em cada postagem;
  8. Para participar do Sorteio, basta preencher a segunda opção do formulário Rafflecopter abaixo. É essa opção que habilitará o participante a concorrer nessa modalidade. Todas as outras entradas são opcionais, e garantem mais chances de ser sorteado.
  9. O resultado será publicado em até 7 dias, ao final da promoção, nesse mesmo post e divulgado nas redes sociais do blog. O vencedor será contatado por email;
  10. Os livros serão enviados por mim em até 40 dias.
  11. O Conjunto da Obra não se responsabiliza em caso de extravio pelos correios.

a Rafflecopter giveaway


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A Pousada Rose Harbor - Debbie Macomber


Sinopse: Jo Marie Rose decide comprar uma pequena pousada, como forma de superar a morte do marido. Mal sabe ela que as surpresas que a esperam nessa nova empreitada. Seu primeiro hóspede é Joshua Weaver, que voltou para casa para cuidar de seu padrasto doente. Os dois nunca se conheceram pessoalmente e Joshua tem alguma esperança de que possam conciliar suas diferenças. No entanto, uma habilidade de Joshua há muito perdida prova que o perdão nunca está fora de alcance e que o amor pode florescer onde menos se espera. A outra hóspede é Abby Kincaid, que retorna a Cedar Cove para comparecer ao casamento do irmão. De volta pela primeira vez em 20 anos, ela quase deseja não ter ido, devido às memórias trazidas pela pitoresca cidade. E conforme Abby se reconecta com sua família e seus velhos amigos, percebe que só pode seguir em frente se permitir-se verdadeiramente a isso. (Skoob)

MACOMBER, Debbie. A Pousada Rose Harbor. São Paulo: Novo Conceito, 2013. 348 p.


Jo Marie quer recomeçar sua vida. Após perder o marido em um acidente, Jo decide comprar uma pousada em um lugar chamado Cedar Cove. Pacífico e com pessoas amigáveis, ela espera superar o luto e criar novos laços nesse lugar tão pitoresco. Seus primeiros hóspedes, Abby Kincaid e Joshua Weaver, também trazem grandes fardos consigo. Joshua e Abby não retornam a Cedar Cove há anos e terão que superar todos os seus medos e esquecer coisas do passado nessa pequena estadia.

A narrativa de Debbie Macomber é tão calma quanto Cedar Cove. Debbie nos narra a história com serenidade e simplicidade. É incrível a atmosfera de calma nesse livro, apesar de todos os conflitos que os personagens têm, tantos obstáculos a serem superados. A Pousada Rose Harbor nos brinda com três histórias diferentes, mas interligadas. Os três protagonistas precisam de um rumo para a vida, precisam deixar o passado e acima de tudo, perdoar a si e aos outros. E a pousada é o lugar ideal para isso. Em Cedar Cove todos terão a chance de recomeçar. 

"Os dois tinham voltado com fardos nas costas à Cedar Cove, seu antigo lar. Mas eu mesma carregava vários. Percebi que cada um de nós leva sua carga, alguns mais que outros. Algumas pessoas ficam tão acostumadas ao peso extra que parecem não ter mais consciência dessa bagagem. Senti um impulso de ajudar meus hóspedes, mas não tinha certeza se e como poderia ajudá-los - ou mesmo se deveria tentar. Talvez eles tivessem vindo à Pousada Rose Harbor para poderem me ajudar." 

A Pousada Rose Harbor não tem uma narrativa dinâmica nem nada parecido, segue uma linha contínua durante todo o enredo. Vamos acompanhar a história de três pessoas diferentes nessa calmaria infinita. Isso não chega a ser um ponto negativo, entretanto, em certos momentos me causou uma leve agonia. Em suma, o livro tem um desenvolvimento lento.

A narrativa é dividida entre primeira pessoa por Jo Marie e terceira pessoa por Josh e Abby. Confesso que meus momentos favoritos ficavam a cargo de Jo. Sempre fui grande fã de narrativas em primeira pessoa, ela sempre me aproxima muito do personagem, então senti essa ligação mais forte com Jo do que com os demais personagens. Apesar de interessantes, não consegui me envolver tanto com eles.

“– (...) Eu o odiei por tanto tempo... mas não percebi como amor e ódio podem estar próximos.”

Apesar de todos os pontos citados anteriormente, eu gostei de A Pousada Rose Harbor. Terminei o livro com uma sensação incrível de tranquilidade, fora que os personagens cresceram muito durante o enredo. Posso dizer que terminei o livro muito leve <3






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