Por que eu abandonei Finding My Prince Charming?


Desde que deixei de fazer curso de inglês, há 5 anos, sempre tento incluir entre minhas leituras algum livro nessa língua, para me obrigar a ter contato com as palavras e não deixá-las se desgastar com o passar do tempo. Encontrei Finding My Prince Charming, da autora J. S. Cooper, de graça na Amazon, e decidi lê-lo pelo motivo que citei acima. Vocês sabem que eu não gosto de deixar livros pela metade, mas por mais que eu tenha insistido, essa leitura não funcionou para mim e eu não consegui prosseguir de jeito algum.



Can a Playboy Prince ever be tamed?
When Lola Franklin decided to study abroad she never anticipated embarking on a whirlwind weekend romance with a hot guy before classes started.
And she certainly never counted on the hot guy being her new professor. Or a Prince. Or the biggest asshole she had ever met.
Xavier Van Romerius is the playboy Prince of Europe and he loves his life. He doesn't do relationships, and never wants to get married. But when he see's Lola Franklin flirting with his little brother Casper, he realizes that maybe he needs to rethink his ideas about love before the wrong Prince gets the girl.

Finding My Prince Charming conta a história de Lola, que abandona sua vida sem graça na Flórida com a amiga Anna para fazer um curso em Londres, com um ideal em mente: aproveitar. E essa temporada de "aventuras" começa logo no primeiro final de semana, na noite de abertura do curso. Anna bebe demais e Lola acompanha a amiga a um hotel com um estranho na intenção de protegê-la. E, nas reviravoltas das horas seguintes, é Lola quem vai para a cama com um desconhecido lindo, charmoso... e babaca. Ela espera nunca mais ter de encontrá-lo, mas é claro que não poderia ter menos sorte, e as coincidências do destino os colocam frente a frente mais cedo do que esperava.

Eu tentei, juro que tentei continuar a ler o livro. Mas a irritação com a história era tanta que eu não consegui mais engolir. Vejamos: a escrita de J. S. Cooper é ótima, envolvente, e a leitura poderia ser ótima, se a história fosse boa. Só que não era.

A autora intercala a visão de Lola com a de Xavier, o que nos permite analisar um pouco dos dois personagens e ter uma compreensão mais ampla do contexto. Foi só por esse motivo que eu consegui chegar à metade do livro, já que Xavier se contradizia o tempo todo, mas quando lia seus trechos eu conseguia entender um pouco o porquê. O problema é que, por mais que eu tivesse entendido, a única conclusão a que cheguei foi: Xavier é louco.

Não gostei de nada no enredo ou dos personagens. E, claro, uma coisa ter relação direta com a outra. Xavier tem uma postura machista, possessiva e, ao mesmo tempo, faz aquele tipo que tenta minar a autoestima de uma mulher para conseguir exercer seu poder sobre ela. Eu só consegui sentir raiva dele, e se a intenção era torná-lo atraente, não funcionou. Por conta disso, enquanto o objetivo do livro era me envolver, como leitora, com o romance entre o casal, tudo o que eu pensava era que Xavier devia levar um baitae morrer de dor de cotovelo.

Pior do que Xavier, ainda, era Lola, que até demonstrou uma fraca tentativa de revidar ao gênio ridículo do cara, mas que na verdade se deixou ser humilhada e se derretia toda quando ele a tocava, quando ELE a queria. Não consegui lidar com a submissão psicológica e emocional da personagem, eu só queria que ela caísse na real.

Em consequência, tudo o que eu consegui enxergar ali foi o nascimento de uma relação doentia, desigual e possessiva. Vai contra tudo o que eu acredito e, por isso, não consegui continuar a leitura. O livro tentava mostrar isso como certo, como belo, como se não houvesse nada de errado, e pode até ser que a situação mudasse, mas preferi não perder meu tempo.

Recentemente, outro livro da autora foi publicado no Brasil: Apenas por uma noite. Pelo que li, sinopse e comentários, especialmente no Goodreads, este e outros livros da autora seguem a mesma linha de Finding My Prince Charming. Para mim, está anotado: nada mais de J. S. Cooper.

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Novidades #138: Lançamentos Intrínseca Junho

Ok, ok... Junho já está acabando. Mas nunca é tarde para conferir o que as editoras trouxeram de novidades, não é?

Hoje vou mostrar para vocês alguns dos lançamentos da Editora Intrínseca. Como sempre, tem livros de gêneros diversos, tem suspense, tem livro do Neil Gaiman, tem romance, e muito mais. Vamos conferir alguns?


Loney, de Andrew Michael Hurley - Quando os restos mortais de uma criança são descobertos durante uma tempestade de inverno numa extensão da sombria costa da Inglaterra conhecida como Loney, Smith é obrigado a confrontar acontecimentos terríveis e misteriosos ocorridos quarenta anos antes, quando ainda era criança e visitou o lugar.
À época, a mãe de Smith arrastou a família para aquela região numa peregrinação de Páscoa com o padre Bernard, cujo antecessor, Wilfred, morrera havia pouco tempo. Cabia ao jovem sacerdote liderar a comunidade até um antigo santuário, onde a obstinada sra. Smith crê que irá encontrar a cura para o filho mais velho, um garoto mudo e com problemas de aprendizagem.
O grupo se instala na Moorings, uma casa fria e antiga, repleta de segredos. O clima é hostil, os moradores do lugar, ameaçadores, e uma aura de mistério cerca os desconhecidos ocupantes de Coldbarrow, uma faixa de terra pouco acessível, diariamente alagada na alta da maré. A vida dos irmãos acaba se entrelaçando à dos excêntricos vizinhos com intensidade e complexidade tão imperativas quanto a fé que os levou ao Loney, e o que acontece a partir daí se torna um fardo que Smith carrega pelo resto da vida, a verdade que ele vai sustentar a qualquer preço.

Welcome to Night Vale, de Joseph Fink e Jeffrey Cranor - O podcast Welcome to Night Vale conta as histórias da cidade de Night Vale, uma amistosa comunidade no meio do deserto onde todas as teorias da conspiração são reais. No formato de um programa de rádio, Cecil Palmer, locutor da rádio comunitária, informa a todos as pequenas estranhezas dessa pacata cidadezinha - onde fantasmas, anjos, alienígenas e agências governamentais misteriosas e ameaçadoras fazem parte do cotidiano dos cidadãos. Desta vez, a chegada de um homem de paletó bege faz com que as vidas de duas mulheres, cada uma com seu mistério, virem de cabeça para baixo.
Como todos em Night Vale, a proprietária da loja de penhores, Jeckie Fierro, gosta de sua rotina. Por isso, quando um homem de paletó bege aparece na loja e interrompe a imutável rotina da jovem, ela fica sem chão. Ele lhe entrega um papel com duas palavras escritas à mão: king city. Tudo naquele homem a deixa nervosa, especialmente o papel, do qual Jackie não consegue se livrar.
Diane Crayton tem um filho de quinze anos. Josh é um adolescente normal: de humor e forma inconstantes. Ele às vezes é humano, mas em certas ocasiões prefere parecer um abajur ou ter asas e tentáculos. Josh está cada vez mais curioso sobre o pai que nunca conheceu, o que deixa Diane transtornada, pois Troy, pai do menino, começa a aparecer em todos os lugares onde ela está (e com a mesma aparência de quando deixou a cidade e se mudou para King City, anos atrás). É um desastre iminente que ela não sabe como impedir.
As duas mulheres vão se unir na busca por respostas, assombradas por aquelas palavras que parecem ser a solução de tudo: king city, a chave para todos os segredos, que, tomara, trancará o passado e abrirá as portas do futuro. Isso se elas conseguirem achá-la.

A Outra História, de Tatiana de Rosnay - Aos vinte e quatro anos, Nicolas Duhamel se depara com um segredo perturbador, há décadas mantido a sete chaves por sua família. Perplexo, ele parte em uma cruzada na busca por suas verdadeiras origens, uma empreitada que o inspira a escrever seu primeiro romance, O envelope. Depois de três anos do inesperado e estrondoso sucesso mundial do livro, Nicolas é um autor vaidoso, com muitos fãs, obcecado pela fama e pelas redes sociais a ponto de deixar de lado família e amigos. Contudo, não consegue escrever nem uma linha sequer. Hospedado em um luxuoso resort na costa da Toscana, ele tenta vencer o bloqueio criativo, mas, em vez de paz e de tranquilidade que lhe permitirão criar a outra história, o que Nicolas encontra poderá colocar em jogo todo o seu futuro.
Ágil, repleto de camadas e belamente escrito, A outra história é uma reflexão sobre identidade, o processo de ser escritor e a glória e o preço da fama, um retrato de como as decisões de antigas gerações ecoam no presente e moldam o futuro.

No Reino do Gelo, de Hampton Sides - No final do século XIX, o mundo era bem diferente de como o conhecemos hoje. Os Estados Unidos eram um jovem país em acelerado crescimento após a Guerra Civil, invenções tecnológicas apareciam a todo momento e muitas partes do globo ainda continuavam completamente inexploradas. Entre elas estava o Polo Norte.
George Washington De Long, jovem tenente da Marinha americana, ficou obcecado pelo Ártico após retornar de uma viagem de resgate na costa da Groenlândia. Inspirado pela teoria amplamente difundida (embora pouco fundamentada) de que haveria águas quentes e navegáveis no topo do planeta, permitindo talvez a existência de terras e até mesmo civilizações perdidas, De Long traça um plano minucioso para alcançar esse local desconhecido. No mesmo período, James Gordon Bennett Jr., o rico e excêntrico proprietário do New York Herald, em busca de uma história que gere comoção nos leitores, decide patrocinar a expedição de De Long. Com a ajuda financeira do magnata, o navegador encontra e reforma o navio perfeito para a aventura e tem acesso aos mais variados equipamentos, a cartas de navegação e a círculos políticos, conseguindo todo o apoio necessário para a jornada.
Enfrentando os terríveis efeitos do frio e da neve, a fome, ferozes ursos polares e labirintos de gelo, a tripulação segue rumo a um destino incerto. Com reviravoltas impressionantes, No reino do gelo é uma fascinante história de heroísmo e determinação num dos locais mais implacáveis do planeta.

Lugar Nenhum, de Neil Gaiman - Publicado pela primeira vez em 1997, a partir do roteiro para uma série de TV, o sombrio e hipnótico Lugar Nenhum, primeiro romance de Neil Gaiman, anunciou a chegada de um grande nome da literatura contemporânea e se tornou um marco da fantasia urbana. Ao longo dos anos, diferentes versões foram publicadas nos Estados Unidos e na Inglaterra, e Neil Gaiman elaborou, a partir desse material, um texto que viesse a ser definitivo: esta edição preferida, que também inclui uma introdução do autor, uma cena cortada e um conto exclusivo.
Em Lugar Nenhum, Richard Mayhew é um homem simples de coração bom que tem a vida transformada quando ajuda uma jovem que encontra ferida numa calçada. De um dia para o outro, Richard se torna invisível na Londres que sempre conheceu: não tem mais trabalho, não tem mais noiva, não tem mais casa. Para recuperar sua vida, ele se embrenha em um mundo que nunca sonhou existir, uma cidade que se abre nos esgotos e nos túneis subterrâneos: a chamada Londres de Baixo, em que personagens únicos e cenários mirabolantes fazem a Londres de Cima parecer uma mera paisagem cinza.

E tem outros livros também. Para quem quiser dar uma olhada, basta clicar na imagem abaixo:



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As gêmeas do gelo - S.K. Tremayne

Sinopse: Um ano depois de Lydia, uma de suas filhas gêmeas idênticas, morrer em um acidente, Angus e Sarah Moorcroft se mudam para a pequena ilha escocesa que Angus herdou da avó, na esperança de conseguirem juntar os pedaços de suas vidas destroçadas. Mas quando sua filha sobrevivente, Kirstie, afirma que eles estão confundindo a sua identidade — que ela é, na verdade, Lydia — o mundo deles desaba mais uma vez. Quando uma violenta tempestade deixa Sarah e Kirstie (ou será Lydia?) confinadas naquela ilha, a mãe é torturada pelo passado — o que realmente aconteceu naquele dia fatídico, em que uma de suas filhas morreu?' (Skoob)
TREMAYNE, S.K. As gêmeas do gelo. Editora Bertrand, 2016. 362 p.

A sinopse de As gêmeas do gelo, pelo menos para mim, é instigante. Fiquei curioso, antes mesmo de começar a ler, sobre se aconteceu uma troca de identidade, ou não, quando uma das meninas morreu no acidente. Mas não estava preparado para o que iria acompanhar nas 365 páginas desse livro.

A história não trata apenas de uma possível troca. Lydia é a gêmea que todos acham que morreu, uma vez que a irmã, Kirstie, estava gritando seu nome quando encontram as duas. Mas Kirstie se comporta como Lydia. O cachorro da família age com ela da mesma forma que agia com Lydia. A própria Kirstie, depois de um tempo, afirma que é Lydia. E que, de vez em quando, Kirstie a visita para brincarem.

A menina estaria tendo um surto psicológico devido à falta da irmã?

"Kirstie acena com a cabeça suavemente. Olha para o livro e o fecha, olha para mim, de novo, e diz:
- Mamãe, por que você continua me chamando de Kirstie?
Não respondi. O silêncio impera. Então falo:
- O quê? Não entendi, querida.
- Por que você continua me chamando de Kirstie, mamãe? Kirstie está morta. Quem morreu foi a Kirstie. Eu sou a Lydia."

Essa não é a única questão. Por que Angus, o pai, age de uma maneira na frente de Sarah, a mãe, e de outra maneira quando está longe dela? Por que Sarah não se lembra de todos os detalhes do dia do acidente? Por que Angus gostava mais de Kirstie do que de Lydia? O que ele esconde em uma das gavetas de seu escritório? Por que a amiga mais próxima de Lydia é tão íntima de Angus? Por que dizem que Sarah precisava de remédios devido a algo que ela fez antes do acidente? Por que Sarah estava sozinha com as duas meninas no dia do acidente? Por que as meninas estavam brincando em um lugar que elas sabiam que não podiam brincar? Por que todas as crianças têm medo de brincar com Kirstie? Ou seria Lydia?

Por que o reflexo de Kirstie no espelho é diferente de quando se olha para ela?

Por que quando Kirstie se deita na cama de Sarah ela parece tão fria?

Como Kirstie parece estar em vários lugares ao mesmo tempo?

Sarah e Angus estão sozinhos com Kirstie naquela ilha? Ou há mais alguém com eles? Lydia?

Sim, são questões demais que prendem a leitura de As gêmeas do gelo até o seu desfecho. Eu não consegui parar até virar a última página. Li todo o livro em um dia. A escrita do autor é instigante, cheia de reviravoltas, descritiva o suficiente para deixar você arrepiado. O leitor não tem certeza se está lendo um suspense, um policial, um mistério ou um livro de terror. Na verdade, depois que terminei, descobri que estava lendo todos esses gêneros misturados de uma forma muito bem feita, muito bem distribuída.

Mas não são só os acontecimentos que estão muito bem escritos. Os personagens seguem o mesmo cuidado. Angus deixa você o tempo todo sem saber o que pensar dele. Em momentos você sente pena. Em outros, raiva. E em outros, você quer ele morto. Até que descobre que ele na verdade...

Já de Sarah, você sente compaixão o tempo todo. É notável o quanto ela sofre pela perda de Lydia e do desespero ao descobrir que pode ter se enganado sobre quem sobreviveu. E quando ela suspeita que a filha morta pode ser um fantasma, você compartilha seu medo, mas também de sua esperança de poder abraçá-la novamente.

"Olho novamente minha imagem no espelho. Kirstie está lá, no espelho, segurando o leopardo. Ela deve ter resolvido vir ao meu quarto e está sorrindo. Parece estar animada. Seu sorriso é vívido, sereno, alegre. Viro para olhar para a minha filha, de verdade, parada lá no meu quarto, tranquila e em paz.
- Oi. Está melhor?
Mas ela não está mais sorrindo. Que mudança rápida. Sua expressão tinha mudado muito depressa. Então, percebo que ela não está segurando o leopardo."

Além de tudo isso, existem mais três pontos de destaque na obra de Tremayne: o primeiro, é que o próprio leitor nunca tem certeza se está acompanhando Kirstie ou Lydia; o segundo, é que o autor não deixa a certeza se existe um fantasma ou se é paranoia de Sarah, até o desfecho; e o terceiro, é que a narrativa é feita em primeira pessoa por Sarah, menos nos capítulos onde Angus é o foco principal, passando para terceira pessoa, deixando o leitor na dúvida se o que Sarah descreve é realmente o que acontece, ou se é Angus quem se comporta de forma diferente.

E o final? Só posso dizer que é lógico, justo, triste, assustador. É um final obrigatório, que deixa a sensação de que você acabou de ler um bom, muito bom, livro.

O único ponto negativo da edição, para mim, são as fotos que ilustram algumas páginas do livro. Elas tentam dar algum acréscimo ao ambiente, mas não conseguem, uma vez que a maioria não reflete exatamente o que acontece naquele momento. Nem sequer as que mostram a ilha e o farol tem o efeito desejado, uma vez que parecem de lugares diferentes. Para piorar, a qualidade delas é sofrível. Acredito que teria sido mais benéfico, em termos de qualidade, se não tivessem sido inseridas na obra.

Quanto à história? Recomendo demais! Compre agora! Leia!

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Temporada de Acidentes - Moïra Fowley Doyle

Sinopse: Guardem as facas, protejam as quinas dos móveis, não mexam com fogo. A temporada de acidentes vai começar.
Acontece todo ano, na mesma época. Todo mês de outubro, inexplicavelmente, Cara e sua família se tornam vulneráveis a acidentes. Algumas vezes, são apenas cortes e arranhões. Em outras, acontecem coisas horríveis, como quando o pai e o tio dela morreram. A temporada de acidentes é um medo e uma obsessão. Faz parte da vida de Cara desde que ela se entende por gente. E esta promete ser uma das piores.
No meio de tudo, ainda há segredos de família e verdades dolorosas, que Cara está prestes a descobrir. Neste outubro, ela vai se apaixonar perdidamente e mergulhar fundo na origem sombria da temporada de acidentes. Por que, afinal, sua família foi amaldiçoada? E por que não conseguem se livrar desse mal?
Uma narrativa sombria, melancólica e intensa sobre uma família que precisa lidar com seus segredos e medos antes que eles a destruam. (Skoob)
Recebido em parceria com a Editora
FOWLEY-DOYLE, Moïra. Temporada de Acidentes. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2016. 256 p.

Todo ano, no mês de outubro, a família de Cara enfrenta a temporada de acidentes. Vamos ser sinceros: esse ponto central da sinopse, por si só, já deixa qualquer leitor cheio de perguntas e, por consequência, a curiosidade para ler o livro nos invade. O que, afinal, é a temporada? Por que ela acontece? Como surgiu? Essas foram algumas das perguntas que me incentivaram a iniciar a leitura e, ainda que nem todas tenham sido respondidas no decorrer do livro, encontrei mais do que imaginava e me surpreendi por gostar tanto da obra.

A narrativa de Temporada de Acidentes, de Moïra Fowley Doyle, é feita pela perspectiva de Cara, em primeira pessoa, com exceção de dois ou três capítulos, intercalados ao enredo, que têm um narrador desconhecido, ao menos a princípio. Pelo ponto de vista da garota, a autora conseguiu demonstrar de um modo pertinente as confusões, as descobertas e os medos próprios da adolescência, sem torná-la chata ou boba. Moïra dosou um tom maduro à voz de Cara, e conseguiu fazê-la verossímil frente às perdas que já enfrentou e a responsabilidade que é obrigada a assumir. 

"[...] Bea pigarreia, hesitante, mas, por fim, fala: - Acho... que essa temporada não vai terminar nada bem, Cara.
Ela tenta me olhar nos olhos, mas estou vidrada nas cartas em cima da mesa.
- Vai ser muito ruim? - pergunto, depois de um tempo.
Com delicadeza, Bea toca minha mão enluvada e responde de modo suave:
- Vai ser uma das piores."

Os demais personagens também não deixam a desejar. Gostaria muito de tê-los conhecido mais profundamente, entendido seus anseios de uma perspectiva mais isenta do que a de Cara, porque todos eles tinham muito a mostrar. Alice, por exemplo, fez-se ver como uma personagem complexa, e os capítulos finais provaram que ela era ainda mais do que se projetava inicialmente. Sam e Bea também têm características marcantes que poderiam ser muito mais aprofundadas, sem contar a mãe das garotas, que possuía história demais para contar. O aprofundamento dos personagens não foi o enfoque do enredo, mas isso não se trata de uma falha do livro, apenas algo que deixa um rastro de curiosidade nos leitores mais inquietos.

O aspecto mais sobressalente da história, aliás, foi a construção da relação familiar. Ficou nítido que, como em todas as famílias, existiam muitos atritos e problemas não resolvidos; mas havia também um carinho e um zelo imenso entre todos eles, e a temporada de acidentes parecia transformar o relacionamento em uma união mais forte do que em qualquer outra família.

"Sinto como se as proteções espalhadas pelos móveis da casa fossem me sufocar, como se não houvesse ar suficiente para respirar. Tenho a impressão de que muita coisa não está sendo dita. Acho que minha família toda é assim: evitamos falar das coisas sobre as quais não podemos falar e cobrimos cada superfície para nos proteger do momento inevitável em que tudo virá à tona."

É bastante difícil classificar o livro em um só gênero literário. Parece um young adult, com uma boa porção de sobrenatural, mistério e romance. O sobrenatural era um elemento que eu não esperava, e por mais que ele tenha respondido grande parte das questões centrais do texto, fica, ao final, a dúvida sobre a veracidade das razões para os acontecimentos. Isso se deve ao fato de que a autora sutilmente implanta essa dúvida no leitor, e cabe a ele decidir se acredita ou não.

Também não esperava por um romance e, sinceramente, essa foi a parte que eu mais gostei no livro. Flagrei-me torcendo por aquele casal improvável, querendo que o impossível acontecesse, e a autora escreveu as cenas entre os personagens de um modo tão doce que eu fiquei com o coração completamente derretido por eles. Simples assim.

"-Estou ridiculamente apaixonado por você - diz ele, por fim.
A rachadura no meu mundo está crescendo. Daqui a pouco, o universo inteiro vai explodir.
- Tentei esconder, tentei esquecer, tentei destruir esse sentimento, mas ele não quer ir embora."

Por isso tudo, Temporada de Acidentes se tornou um dos meus queridinhos do ano. Por razão nenhuma, mas por todas as razões.








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Conjuntando #59: Maio em Fotos

Ei peops, estou devendo atualizações no blog, eu sei. Nas últimas semanas as coisas andam um pouco apertadas, e se não fossem a Ana e o Carlos, acho que o blog ficaria às moscas em junho. Mas essa correria maluca está acabando, só que estou no final de semestre e vocês sabem como é.

Aliás, vocês viram que eu entreguei minha monografia? Gente, a sensação é indescritível, um alívio imenso e uma vontade irracional de sair sorrindo por aí. rsrs Ainda falta a enfrentar a banca, mas acredito que tudo dará certo, especialmente porque eu estudei muito para escrever, e fiquei extremamente feliz com o resultado.

Para hoje, vou mostrar para vocês, com algum atraso, o que apareceu no Instagram do blog no mês de maio. Quem quiser conferir as histórias por trás das fotos, nos visite por lá ;)


Gostaram das fotos? Quais desses livros vocês já leram?

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Duas vezes na floresta escura - Caio Riter

Sinopse: Susana se sentia sozinha naquela cidade em que pouco havia para se fazer. Susana queria que a mãe retornasse, queria poder voltar para seu quarto, para sua escola, para sua amiga Clara. No entanto, sabia que isso ainda iria demorar. Todavia, aquela vida que, num primeiro momento, lhe pareceu insuportável, sofrida, foi se modificando. A garota conheceu a Bethânia, o Caetano, a Nicole. Conheceu também o César, um garoto estranho, que adorava espionar os outros. Até que uma tragédia se abateu sobre aquela cidade tão pacífica. E Susana e seus novos amigos estavam bem próximos dela. Deles, dependia a solução de um bárbaro crime. (Skoob)
RITER, Caio. Duas vezes na floresta escura. Editora Gaivota, 2014. 164 p.

A obra de Caio Riter possui duas características que não encontro nos livros atuais: a similaridade com os livros juvenis da época do colégio, onde jovens se metiam em aventuras policiais; e na construção de uma narrativa diferente, que mistura uma espécie de poesia com frases de efeito.


Como qualquer adolescente, que transforma todos os acontecimentos no maior drama que existe, e isso não é uma crítica, é uma constatação própria da idade, Susana transforma o problema de morar em uma nova pequena cidade em algo que vai além da solidão. No início, ela caminha para o que poderia ser uma crise de depressão. A mãe viajou para o exterior, o pai passa o dia trabalhando no banco, apesar de ser um grande companheiro quando está em casa, a cidade é pacata e sem movimento, a melhor amiga ficou para trás e não há nenhuma forma de se falarem, uma vez que na cidade não tem sinal de celular e o telefone fixo não foi instalado. Ou seja, é quase uma exclusão de qualquer contato humano conhecido. Além disso, existe a floresta escura, de onde Susana sente uma estranha atração, e uma incompreensível aversão do seu interior.


Aos poucos, e com o início das aulas, Susana começa a aprender que para se conseguir amigos, basta a pessoa saber olhar à sua volta. Ela se aproxima de Bethânea e Caetano, dois irmãos que passam por problemas familiares piores do que os dela, uma vez que os pais os abandonaram e eles vivem sob os cuidados da avó. E de Caetano, surge o flerte, os olhares de quem se sente atraído.

Tem também César, um garoto estranho, reservado, que observa tudo e todos na cidade e que faz anotações em uma pequena caderneta, que não deixa ninguém ler. Ele parece atraído por Susana, uma vez que passa direto na frente de sua casa, além de, vez ou outra, parar e ficar encarando a menina de longe.


A eles se juntam Clara, a melhor amiga de Susana, que decide passar uns dias com ela, e outros personagens, mais ou menos presentes, mas que terão sua cota de importância até o final da história. E isso é uma qualidade imensa do autor, uma vez que ele aproveita totalmente a participação de cada um deles. Todos têm algo que influencia o desfecho da história, não estão lá apenas para preenchimento de espaço.

Duas vezes na floresta escura, é dividido em duas partes em termos de narrativa: na primeira, somos conduzidos por uma descrição em primeira pessoa, feita por Susana; na segunda, passamos para terceira pessoa e acompanhamos, também, a ação sob o ponto de vista de outros personagens. Isso, porque é na segunda parte que acontece o assassinato de um dos personagens que mencionei acima, e os garotos se unem, à revelia da polícia e dos pais, para encontrarem o culpado.


A edição da editora Gaivota é belíssima, de um enorme bom gosto, com um capricho e uma atenção aos detalhes que se destaca de qualquer outra editora. Vou tentar explicar: ela consegue ser simples, ao mesmo tempo que a disposição de seu conteúdo, páginas e imagens, é feita de forma harmoniosa, que casa com o conteúdo da história, ou seja, não é feita apenas para os olhos, mas para os outros sentidos também.


Duas vezes na floresta escura é uma daquelas obras pouco conhecidas, que deveriam substituir ou, no mínimo, completar as leituras que são dadas pelos colégios. Ele trata de solidão, exclusão social, abandono patriarcal, amizade, inveja, ciúme, preconceito, traição, pedofilia, tudo sem ser uma salada, mas sabiamente dividido, inserido de forma orgânica. É um exemplo de como temos leituras atuais que transmitem e ensinam as mesmas coisas, ou mais, do que os clássicos que somos obrigados a ler nessa fase, com a vantagem de serem atuais, de se conectarem com nossa realidade e não com a de nossos avós. É uma pena que livros como este não sejam amplamente distribuídos e mais divulgados. Os adolescentes estão perdendo uma belíssima leitura.

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A Caderneta Vermelha - Antoine Laurien

Sinopse: Caminhando pelas ruas de Paris em uma manhã tranquila, o livreiro Laurent Letellier encontra uma bolsa feminina abandonada. Não há nada em seu interior que indique a quem ela pertence — nenhum documento, endereço, celular ou informações de contato. A bolsa contém, no entanto, uma série de outros objetos. Entre eles, uma curiosa caderneta vermelha repleta de anotações, ideias e pensamentos que revelam a Laurent uma pessoa que ele certamente adoraria conhecer. Decidido a encontrar a dona da bolsa, mas tendo à sua disposição pouquíssimas pistas que possam ajudá-lo, Laurent se vê diante de um dilema: como encontrar uma mulher, cujo nome ele desconhece, em uma cidade de milhões de habitantes? (Skoob)
LAURAIN, Antoine. A Caderneta Vermelha. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2016.

Conheço muito pouco sobre a literatura francesa, mas, no último ano, as obras dessa nacionalidade têm chegado até mim com maior frequência. Também tenho assistido a alguns filmes oriundos daquele país e, por alguma incrível coincidência - ou pela utilização indiscriminada e recorrente dos mesmos critérios pelos autores - quase todas as histórias que conheci até hoje têm uma construção semelhante: um objeto perdido, alguém encarregado de encontrar seu dono, pouquíssimas pistas e uma busca quase irracional que, é claro, tem tudo para resultar em um romance. Foi o que aconteceu, por exemplo, em O leitor do trem das 6h27 e, agora, em A Caderneta Vermelha, de Antoine Laurain.

A construção assemelhada entre as obras, devo ressaltar, não se trata de um problema, e longe de mim reclamar disso; trata-se de uma constatação que implica, na verdade, na confissão de que essa característica tem me cativado mais a cada leitura, especialmente pelas sutilezas que os franceses conseguem inserir em seus textos e pela doçura de cada um desses romances. A forma como isso é colocado transparece certa bondade intrínseca dos personagens, e a falta de malícia, o interesse pelo ser (não pelo parecer ou pelo ter) dá base mais sólida aos sentimentos deles.

"Eram quase onze horas da noite. Sempre sentado no chão e agora rodeado de objetos, Laurent estava mergulhado na caderneta Moleskine vermelha que guardava em dezenas de páginas os pensamentos da desconhecida, às vezes rasurados, sublinhados ou escritos em maiúsculas. A letra era elegante e desenvolta. Ela devia tê-los registrado ao sabor de seus impulsos, certamente em varandas de cafeterias ou durante trajetos de metrô. Laurent estava fascinado por aquelas reflexões que se sucediam, aleatórias, tocantes, desmioladas, sensuais. Ele havia aberto uma porta que levava à mente da mulher da bolsa lilás e, embora se sentisse meio descortês por ler as páginas da cadernetinha, não conseguia largá-la." (p. 26)

A Caderneta Vermelha tem como apaixonante pano de fundo a cidade do amor, Paris. A cidade, porém, não é protagonista nesta história, e sim a caderneta de Laure, repleta dos seus pensamentos mais aleatórios e desinibidos. São esses pensamentos volúveis que despertam a atenção de Laurent, a tal ponto que toda a vida do livreiro passa a ser influenciada pelo fato de ter encontrado a bolsa de uma mulher desconhecida.

Mesmo com suas pouquíssimas páginas, que não chegam a cento e cinquenta, o autor consegue desenhar aos leitores os aspectos mais essenciais de seus personagens. Claro que não há aprofundamento sobre cada um deles, isso nem seria possível, mas o pouco que se passa a conhecer permite que o leitor tenha as arestas e desenvolva, dentro delas, todos os demais aspectos acessórios. Eu adoraria conhecer um pouco mais sobre alguns personagens, como Willian, Claire, Chloé, e os protagonistas, mas a delimitação feita por Laurain é suficiente para compreendê-los.

"Chloé suspirou e prosseguiu: Ela é muito apegada ao passado, o espelho é antigo, uma lembrança de família, o espelhinho da avó, talvez, o perfume não é comum, ninguém mais usa Habanita, ela escreve coisas espantosas na caderneta, ganha dedicatória no romance de um autor que você venera... É uma mulher para você, concluiu, com um sorriso irônico." (p. 51)

O fato de Laurent ser um livreiro também agrega muito à trama. Em primeiro, porque os livros fazem parte do dia a dia do personagem. Em segundo, porque uma obra tão concisa consegue referenciar uma quantidade de livros e autores como jamais tinha visto, de JK a Modiano, de Marc Levy a Huysmans. Modiano, inclusive, chega a fazer parte da trama, e como leitora, foi incrível ser engolfada por toda essa literatura.

Os capítulos de A Caderneta Vermelha são curtos e a leitura é bastante rápida. Para se ter ideia, li o livro em apenas uma hora. Eu adorei seu enredo e, para quem quer conhecer um pouco da literatura francesa, aí está uma ótima opção.

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Além das Páginas #5: Pré-estreia do filme Como eu era antes de você


No dia 14/06, terça-feira, às 21:00 horas, aconteceu, aqui em Belo Horizonte, uma das pré-estreias do filme Como eu era antes de você, adaptação do livro homônimo. O convite foi feito ao Conjunto da Obra pela editora Intrínseca e, claro, não deixamos de prestigiar o evento. :)


Fui recebido por uma das moças do Espaço Z, uma empresa que organiza esse tipo de evento. Havia uma fila separada apenas para os convidados, bem como a sala onde foi exibido o filme. Para minha surpresa, muitas pessoas foram convidadas e a sessão encheu.


Antes de entrar, passamos por duas áreas separadas: uma onde existiam dezenas de baldes de pipoca, que podíamos pegar. A outra, dezenas de copos de refrigerantes.


Devidamente abastecidos (rssssss), fomos conduzidos para a sala. Uma das moças do evento se apresentou antes do filme começar e disse que tinha uma supresa: existiam quadro envelopes com brindes presos debaixo de quatro cadeiras. Já imaginaram a confusão de todos procurando, não é? Os brindes eram sacolas com marcadores e livros Como eu era antes de você


Depois dessa surpresa, veio outra: Emilia Clarke e Sam Clafin apareceram na telona agradecendo a presença de todos na pré-estreia, pedindo para aproveitarmos o filme e compartilharmos com nossos amigos as nossas opiniões.

E quanto ao filme?


Bem, tudo que está no filme, está no livro, cuja resenha tem no blog e você pode ler clicando aqui!

A adaptação é totalmente fiel, sem qualquer modificação. O que existe é a supressão de dois detalhes que no livro incomodaram um pouco, e, sabiamente, retiraram da película. 

Quais?

O primeiro foram diversas partes da relação de Lou com a família. A convivência entre eles ficou mais leve, dinâmica, menos chata. Treena, a irmã de Lou, também ficou mais simpática, mais amiga e sua participação acabou causando simpatia. 

O segundo detalhe é a relação extraconjugal de Stephen, o pail de Will. No filme, ele não trai Camilla, o que no livro era um desvio de atenção da história principal e não tinha qualquer sentido em existir. 

De resto, está tudo lá, igualzinho ao livro. A corrida de cavalo, o casamento, a dança na cadeira, a viagem, a meia com riscas de abelha. Alguns diálogos, inclusive, são reproduzidos palavra por palavra. E, sim, Emilia e Sam estão perfeitos nos papeis e fazem o povo rir e chorar no cinema. O filme, igual ao livro, conseguiu ser engraçado e triste na medida certa, sem ser depressivo. E o final... lindo!

Acho que todos vão gostar. E quem não leu o livro, aproveite e leia. Mesmo achando que o filme ficou melhor, o livro tem algo que é insubstituível: você cria intimidade com os personagens por acompanhar seus pensamentos, o que não é reproduzido na telona.

Só por isso, já vale a leitura. ;)

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Promoção: Aniversário Gettub


Em julho, o blog GETTUB completa o primeiro aniversário, com planos para durar muitos mais. Para comemorar, o GETTUB separou DOIS KITS com livros muitos especiais. Um deles tem o último lançamento da editora ROCCO, a versão ilustrada de HARRY POTTER E A PEDRA FILOSOFAL. O outro kit tem SETE LIVROS da editora DARKSIDE, cuidadosamente escolhidos para todos os gostos. 

E para proporcionar tudo isso para vocês, nós convidamos 21 BLOGS E 1 LOJA para ajudarem na divulgação da promoção. Vamos conhecer quem são?

THE HOUSE OF STORIES | CONJUNTO DA OBRA | ROENDO LIVROS | MEU AMOR PELOS LIVROS | PRAXE LITERÁRIA | LIVROS DE ELITE | ESTILHAÇANDO LIVROS | DA IMAGINAÇÃO À ESCRITA | COISAS DE MINEIRA | GORDINHA ASSUMIDA | VOCÊ É TÃO LIVRO | LOST GIRLY GIRL | COISAS DE DIANE | REVELANDO SENTIMENTOS | A LOKA DO LIVRO | MILKSHAKE DE PLAVRAS | LENDO E APRECIANDO | CUPCAKELAND | MALUCAS POR ROMANCES | AMORES E LIVROS | ONE BOOKS OFICIAL | LOJA DEATH BURN

ATENÇÃO

Esta promoção tem uma novidade: ao preencher o formulário de participação, você deverá indicar um(a) amigo(a), informando o NOME e o EMAIL dessa pessoa. Também deverá avisá-la para acessar um dos blogs participantes e preencher o formulário, validando a indicação feita por você. Se seu nome for sorteado, você poderá escolher qual kit quer levar para casa: o da ROCCO ou o da DARKSIDE. O amigo indicado por você, caso tenha preenchido o formulário, leva o kit que você não escolheu.

Ou seja, por exemplo, se você for o ganhador e escolher o kit da DARKSIDE, o amigo que você indicou leva o kit da ROCCO.

Agora, leiam com atenção todas as regras, assistam aos vídeos, onde mostramos os prêmios, e preencham o formulário de participação do sorteio ;)


REGRAS

1. O amigo indicado precisa participar da promoção preenchendo, no mínimo, todas as entradas obrigatórias do formulário, e não poderá indicar como amigo a pessoa que já o indicou. Caso o amigo indicado não tenha preenchido o formulário corretamente, ele será desclassificado e seu prêmio será sorteado entre os outros participantes;
2. Os vencedores precisam residir ou ter endereço de entrega em território nacional;
3. O período de inscrição será do dia 15/06/2016 ao dia 15/07/2016;
4. O Gettub será responsável pelo envio de todos os livros. O prazo de envio é de 30 dias úteis, e o Gettub não se responsabiliza por danos, extravios ou retornos das encomendas;
5. Os vencedores terão um prazo de 48 horas, após o resultado, para entrarem em contato com o Gettub. Caso contrário, o sorteio será refeito para aquele que não tiver entrado em contato;
6. O contato com os vencedores será feito por e-mail, apenas. Então, é muito importante que ele esteja correto ao preencher o formulário;
7. O resultado da promoção será divulgado em até 5 dias após o seu término;
8. Este sorteio é de caráter recreativo/cultural, conforme item II do artigo 3º da Lei 5.768 de 20/12/71 e dispensa autorização do Ministério da Fazenda e da Justiça, não está vinculada à compra e/ou aquisição de produtos e serviços e a participação é gratuita;
9. O blog Gettub se reserva o direito de dirimir questões não previstas nestas regras.

PRÊMIOS

KIT ROCCO



KIT DARKSIDE



FORMULÁRIO

As primeiras 4 entradas são obrigatórias e valem 1 ponto. Todas as outras são opcionais, mas cada uma vale 5 pontos. Quantos mais pontos somar, mais chances tem de ganhar.

a Rafflecopter giveaway

Dúvidas quanto ao sorteio, deixe uma mensagem neste post.

BOA SORTE!

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Voo Fantasma - Bear Grylls

Sinopse: Mãe e filho são sequestrados de dentro de uma barraca numa montanha nevada. Um soldado leal é torturado e executado num pântano remoto. Um avião de guerra desaparecido, contendo um segredo de proporções catastróficas, é descoberto no coração da Floresta Amazônica. Uma única trama une esses três acontecimentos, e só um homem será capaz de desvendá-la: Will Jaeger, o caçador. Jaeger, ex-combatente do Serviço Aéreo Especial britânico, se vê envolvido numa conspiração que pretende fazer renascer das cinzas o Terceiro Reich de Hitler – e que vai levá-lo da África, via Reino Unido, para as profundezas da Amazônia, onde se escondem segredos macabros da Segunda Guerra Mundial. (Skoob)
GRYLLS, Bear. Voo Fantasma. Editora Galera, 2016. 352 p.

O irlandês Edward Michael Grylls, ou Bear Grylls, fez parte das Forças Especiais Britânicas e tem um programa de TV, no canal Discovery, onde ele filma suas viagens até regiões selvagens do planeta, demonstrando como encontrar o caminho de volta para a civilização, usando, para sobreviver, apenas o que tem às mãos. Seu currículo é extenso, bem como suas aventuras. Sua mais recente incursão tem sido escrever histórias de ação, tão frenéticas quanto sua vida.

Voo Fantasma tem como protagonista principal, Will Jaeger, um soldado que perdeu a esposa, o filho e se encontra sob cativeiro em uma ilha africana, por ter participado de uma missão política que deu errado. Resgatado por seu amigo mais próximo, Raff, ele volta para Londres bem a tempo de ser convidado para substituir um amigo, que cometeu suicídio, na participação em uma espécie de Reality Show, onde os integrantes terão que encontrar um avião alemão da Segunda Guerra Mundial perdido na Amazônia, bem como os segredos que ele guarda.

Will aceita, principalmente com o objetivo de tentar descobrir se seu amigo não foi, na verdade, assassinado. A partir de então, conhecemos os dez integrantes desse show, que são, na verdade, soldados e mercenários de diversas nacionalidades, inclusive uma brasileira.

Toda a trama está repleta de reviravoltas, perigos, conspirações, traições, armas químicas, planos nazistas, além de lugares inóspitos, que reservam todo o tipo de surpresa. O autor descreve todas essas coisas sem ser cansativo, apenas com as informações necessárias para que o leitor se sinta dentro do ambiente, e conheça, principalmente, os insetos e animais que habitam a selva amazônica.

Entretanto, exatamente por toda essa adrenalina, não há muito espaço para o desenvolvimento apropriado de cada personagem, nem mesmo de Will. Ele parece estar sempre ligado em alta voltagem, e leva o leitor junto. Isso pode ser bom para aqueles que apreciam jogos de tiros, por exemplo, ou aqueles livros baseados em jogos, onde o foco é apenas na ação e na sequência dos acontecimentos.

Bear Grylls tem uma forma de escrita um pouco confusa e, em certos pontos, fiquei perdido dentro da quantidade de coisas que aconteciam. Entretanto, na sua maior parte, a leitura é agradável. Recomendo para aqueles dias em que você sente necessidade de gastar sua energia, quando precisa de extravasar, como quando assistimos aqueles filmes de ação de antigamente, com os heróis bombados, cuja munição nunca acaba ;)

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Novidades #137: Lançamentos Arqueiro Junho

Galerinha, tenho uma coisa muito importante a dizer para vocês neste mês: a Editora Arqueiro veio com MUITOS livros bons, tantos que ficou até difícil selecionar só alguns para mostrar para vocês neste post.

E também tem ótimos lançamentos da Editora Sextante, para quem gosta de autoajuda e negócios. Vamos conhecer alguns?


Eu sem você, de Kelly Rimmer - Há um ano, conheci o amor da minha vida. Para duas pessoas que não acreditavam em amor à primeira vista, até que Lilah e eu chegamos bem perto de dizer que isso aconteceu conosco.
Eu tinha um bom emprego em uma agência de publicidade e não fazia outra coisa além de trabalhar. Era incapaz de tomar decisões sobre meu futuro e minha casa inacabada e não sabia aproveitar a vida. Até conhecer Lilah.
Lilah MacDonald era uma advogada ambientalista linda e decidida – e, para minha surpresa, detestava usar sapatos. Era uma pessoa tão maravilhosa que é até difícil descrevê-la.
Nosso relacionamento não poderia ser mais improvável, mas me transformou profundamente. Comecei a enxergar as coisas de outra forma e a redescobrir antigas paixões. Lilah me ensinou a viver outra vez e a aproveitar ao máximo tudo o que a vida tem a oferecer.
Ela me proporcionou momentos incríveis, mas também manteve em segredo algo que partiu meu coração. Ainda assim, se há uma coisa que aprendi com Lilah é que o amor pode curar qualquer ferida.
Meu nome é Callum Roberts e esta é a nossa história.

A Garota Italiana, de Lucinda Riley - Aos 11 anos, Rosanna Menici vê sua vida transformada para sempre quando conhece Roberto Rossini, um jovem cantor de ópera.
Depois desse único encontro, ela se deixa guiar pelo próprio talento e embarca numa viagem que, ao longo dos anos, a leva de uma vida simples em Nápoles para os palcos das mais famosas óperas do mundo.
É então que seu caminho cruza novamente com o de Roberto. Arrebatados pela paixão, eles passam a dividir os holofotes e a encantar as plateias onde quer que se apresentem.
No entanto, segredos do passado ameaçam a felicidade do casal e seu relacionamento quase obsessivo começa a afetar a carreira de Rosanna e a vida de todos à sua volta. Com Roberto, ela se vê perdida numa paixão que a consome e sem a qual não pode viver.
Com cenários deslumbrantes e diálogos emocionantes, A garota italiana narra uma jornada de autodescoberta e dedicação à arte e nos lembra que o amor não faz desistir dos sonhos: ele nos dá forças para sonhar mais.

Isso me traz alegria, de Marie Kondo - A japonesa Marie Kondo revolucionou casas – e vidas – após lançar, em 2015, A mágica da arrumação. Seu método sensível de organização se tornou um estrondoso sucesso ao redor do mundo.
Agora, Marie se aprofunda no tema e lança Isso me traz alegria, um guia ilustrado que ensina passo a passo como arrumar da forma mais eficiente possível cada cômodo da casa: do quarto ao banheiro, da sala à cozinha.
Cheio de dicas práticas e explicações detalhadas, o livro ensina como guardar cada tipo de roupa, documento e utensílio, como arrumar armários, armazenar alimentos, organizar maquiagens, CDs e fotografias, como envolver as crianças no processo e muito mais.
Respondendo às principais dúvidas dos seus clientes e leitores, Marie aborda temas que ficaram de fora do livro anterior e reafirma a etapa mais importante do seu método: descobrir, entre tudo aquilo que está à sua volta, o que realmente lhe traz alegria – e descartar o restante.
Quando nos cercamos apenas de coisas que amamos, a vida flui de forma muito mais leve. A bagunça não retorna e tudo se transforma. E é aí que a mágica acontece.

Três coisas sobre você, de Julie Buxbaum - Setecentos e trinta e três dias depois da morte da minha mãe, 45 dias após o meu pai fugir para se encontrar com uma estranha que ele conheceu pela internet, 30 dias depois de a gente se mudar para a Califórnia e apenas sete dias após começar o primeiro ano do ensino médio numa escola nova onde conheço aproximadamente ninguém, chega um e-mail. Deveria ser no mínimo esquisito, uma mensagem anônima aparecer do nada na minha caixa de entrada, assinada com o bizarro nome Alguém Ninguém. Só que nos últimos tempos a minha vida tem estado tão irreconhecível que nada mais parece chocante.

Noite sobre as águas, de Ken Follett - Setembro, 1939. Poucos dias após o Reino Unido declarar guerra à Alemanha, um enorme hidroavião está prestes a partir da costa sul da Inglaterra. A aeronave mais luxuosa do mundo tem como destino Nova York, no que deve ser o último voo civil a sair da Europa antes do conflito.
A bordo dela encontram-se tanto a nata da sociedade quanto a escória da humanidade. Contudo, não é apenas a guerra que motiva os passageiros a deixar o continente: eles também querem se distanciar do próprio passado.
Confinados por trinta horas em meio a todo o conforto, porém numa época em que voar ainda é um empreendimento arriscado, eles veem a travessia do Atlântico se tornar uma viagem de crescente angústia, com perigos inesperados que os conduzem a uma tempestade de violência, intriga e traição.
Em Noite sobre as águas, Ken Follett exibe mais uma vez sua escrita magistral ao narrar as histórias dos mais diferentes personagens e fazê-las colidir neste emocionante voo cinco estrelas.

Para conferir mais lançamentos da Sextante, clique aqui. Para ver outros da Editora Arqueiro, basta clicar na estante:


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Trama - Michael Jensen e David Powers King

Sinopse: TODO MUNDO FAZ PARTE DE UMA TRAMA.
O sonho de Nels era ser cavaleiro do reino de Avërand. Filho obediente, ajudava como podia os moradores de sua pequena e tranquila aldeia. Querido por todos e tratado como herói, acreditava que logo seria selecionado como escudeiro da cavalaria.
Mas isso foi antes de ser assassinado por uma figura misteriosa.
Nels virou um fantasma, e agora só uma pessoa consegue vê-lo: a princesa Tyra, herdeira do reino e sua única esperança de entender o motivo do crime. A princípio, a jovem mimada não dá a menor confiança para o rapaz, mas, à medida que o mistério da morte dele vai se desenrolando, os dois percebem que têm em comum um segredo e um inimigo terrível, que pode se disfarçar de qualquer pessoa.
Nels e Tyra não têm escolha. Precisam fugir do castelo, desbravar um mundo oculto repleto de magia e espectros sombrios e encontrar uma agulha, a relíquia capaz de remendar o que foi descosturado na Grande Tapeçaria. E o tempo corre contra eles, pois o fio de Nels está prestes a desaparecer para sempre. (Skoob)
 
Recebido em parceria com a Editora.
JENSEN, Michael. KING, David Powers. Trama. São Paulo: Arqueiro, 2016.

Minhas leituras nos primeiros meses do ano foram recheadas de romance, nenhuma fantasia. Acho que eu estava mais no clima para aquele gênero literário, tanto que um livro se seguiu ao outro e eu só percebi que sentia falta de algo mais "irreal" quando peguei o primeira fantasia do ano, em maio. Por isso, quando vi Trama, de Michael Jensen e David Powers King, entre os lançamentos da Editora Arqueiro, não tive como deixar passar.

A história que dá base ao livro é um pouco complexa, já que cria conceitos novos, como os fios, a Grande Tapeçaria, os Urdidores, Conjuradores e Profetisas, entre outros elementos repletos de magia e características próprias. No início, senti que só compreendia os detalhe superficialmente, e tive receio de que isso se tornasse prejudicial para compreensão da obra. No entanto, com o decorrer das páginas, os conceitos passaram a fazer sentido com mais naturalidade, e eu consegui visualizar a "trama" a que se refere ao título do livro.

"Nels tinha a agulha, mas não sabia o que fazer. O buraco em forma de joia atraiu sua atenção - havia algo felpudo e cinza dentro. Ele manteve o buraco junto do olho e espiou através dele. Fios - milhares de fios iridescentes - estavam esticados pelo salão. Tudo naquele ambiente era conectado mutuamente por fibras que reluziam."

Todo o contexto foi muito bem construído pelos autores. A ideia da Grande Tapeçaria foi original e arriscada, devo dizer, mas, como os conceitos foram bem ajustados, as inovações fazem todo o sentido, ainda mais se considerarmos que se trata de magia. Fiquei encantada pelo mundo criado em Trama, e mais ainda por perceber, no suceder do livro, que a capa diz muito sobre a história.

Não é só de magia, aliás, que o enredo é feito. Existem castelos, princesas, cavaleiros, reis, fantasmas, maldições. E se isso não fosse o suficiente para um bom livro de fantasia, há ainda um equilíbrio perfeito entre romance, comédia e suspense. Nada em exagero, só o suficiente para agradar a todo tipo de leitor. E muita aventura, muita mesmo, então mesmo para quem não gosta de fantasia, é impossível ficar entediado com essa leitura.
 
"- Ah, Nels! - Ela soluçava nas mãos. - É tudo minha culpa.
- O que é sua culpa?
De novo ela não respondeu. Quando Nels olhou para baixo, entendeu o motivo.
Ao lado dela estava um corpo pálido, esmagado sob o carvalho. Ela pegou o dedal caído ali perto e o colocou cuidadosamente na palma da mão do corpo sem vida.
- Meu filho perfeito...
Nels olhou seu próprio corpo no chão. Tremeu e estendeu a mão para colocar no ombro da mãe e consolá-la, mas a mão passou direto, através dela.
A mulher estremeceu enquanto ele recuava."

Os personagens também possuem sua complexidade, e eu gostaria de poder ter conhecido melhor alguns deles, como Gleesel, Jilia e Mylan. Adorei a força que os autores deram às suas personagens femininas, que não ficam à sombra dos homens que as acompanham. Tyra é o maior exemplo disso, pois mesmo quando não tem certeza se consegue enfrentar os obstáculos, completa-se em coragem e faz o que é preciso.

Por isso tudo, mesmo que Trama seja um livro voltado para o público juvenil, há grandes chances de que ele agrade a todos, especialmente àqueles que buscam por uma leitura agradável e inteligente, mas não cansativa. Ademais, ele responde todas as perguntas que sua história suscita, e tem um final bem fechadinho, o que indica que não haverá continuação, ainda que o epílogo abra uma brecha para isso.









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Leituras do Mês: Maio


Galera, eu nem vi maio passar, e meu prazo para entregar a monografia pronta está acabando. SOCORRO! 

Maio foi um mês atípico. Tirei férias do trabalho para escrever o TCC, mas quanto mais eu escrevo, mais dúvidas surgem, eu tenho que voltar atrás e mudar algo. Estou ficando sem tempo - e desesperada, parece que não vai terminar nunca. Mas vai dar tudo certo sim. Tem que dar.

Por conta disso, acho que vocês perceberam como as postagens do blog estão irregulares, né? É que quando eu estou concentrada, não consigo nem pensar em mudar meu foco de atenção. Então, se o foco é a monografia, o blog acaba ficando sem postagens. E eu não tenho mais postagens prontas para serem liberadas, ou eu preparo na hora, ou não posto nada, que é o que tem acontecido. Mas não se preocupem. Até dia 15 eu preciso finalizar isso, então as coisas devem voltar ao normal. Assim espero.

Mesmo nessa loucura toda que são os meus dias atualmente, consegui ler três livros em maio. O primeiro deles foi A Rainha Vermelha, que eu gostei bastante. Estou ansiosa para ler a continuação, Espada de Vidro, que felizmente já tenho em mãos. O segundo livro do mês foi Pasta Senza Vino, um livro nacional que me surpreendeu de diversas formas. Por último, li A Caderneta Vermelha, que recebi para resenhar no Roendo Livros, e logo libero a resenha aqui também.

Essas foram as minhas leituras no último mês. E vocês, leram bastante?

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O Quarto Dia - Sarah Lotz

Sinopse: Em O Quarto Dia, Sarah Lotz conduz o leitor por uma viagem de réveillon que tinha tudo para ser perfeita. Mas às vezes o novo ano reserva surpresas desagradáveis. Janeiro de 2017. Após cinco dias desaparecido, o navio O Belo Sonhador é encontrado à deriva no golfo do México. Poderia ser só mais um caso de falha de comunicação e pane mecânica... se não fosse por um detalhe: não há uma pessoa viva sequer no cruzeiro. As autoridades acham indícios de uma epidemia de norovírus, mas apenas descobrem os corpos de duas passageiras. Para piorar, todos os registros e gravações de bordo sofreram danos irreparáveis. Como milhares de pessoas podem ter sumido sem deixar rastro? Teorias da conspiração se alastram, mas só há uma certeza: 2.962 passageiros e tripulantes simplesmente desapareceram no mar do Caribe. (Skoob)
LOTZ, Sarah O Quarto Dia. Editora Arqueiro, 2016. 352 p.

Como disse na resenha de O Demonologista (que você pode ler, clicando aqui), existem algumas técnicas que auxiliam na criação de uma situação de medo ou susto. No cinema, o mais básico deles é o uso de efeitos sonoros para completar esse objetivo. Mas nos livros, o autor só tem às mãos o uso das palavras para criar na imaginação do leitor o efeito desejado. E isso nem sempre é feito com sucesso.

Não é o caso de O Quarto Dia. Todos os trechos que remetem a algum susto, ou horror, são bem escritos e provocam aquela sensação de que você não está mais sozinho lendo seu livro. A história segue a mesma linha já conhecida de acontecimentos com fantasmas e demônios, com a incredulidade inicial, o aumento exponencial de situações sem explicação, aparições de pessoas que já morreram, propagação de doenças, mortes e a eventual constatação de que a coisa não vai terminar bem. Não para todos, pelo menos ;)


No quarto dia de viagem, algo acontece e o navio perde a capacidade de gerar energia. Existem apenas os geradores de emergência, o que não é suficiente para colocá-lo em movimento. Perdem também o acesso à Internet e a qualquer meio de comunicação com o continente. O ar condicionado para de funcionar, os encanamentos entopem, a comida ameaça acabar e um vírus intestinal ataca metade dos passageiros, causando um caos. Além disso, muitos começam a ter comportamentos erráticos, estranhos, e outros dizem ver fantasmas pelos corredores sem luz do navio.

A narrativa é em terceira pessoa, mas cada capítulo tem como título um adjetivo que descreve um personagem, que, no caso, são sete, e se repete a cada vez que o personagem fica em foco. Todos eles tem alguma espécie de mancha no passado, ou no presente, que deixa em dúvida o verdadeiro caráter que possuem e qual o papel deles diante do sobrenatural.

A Assistente da Bruxa é Maddie, a relações públicas e secretária de Celine, uma vidente famosa que está no cruzeiro para realizar shows, onde convence a audiência de que consegue conversar com seus entes falecidos. Maddie não gosta do emprego que tem, porque sabe que sua chefe engana as pessoas, e sente pena de algumas. Mesmo assim, precisa de seu salário, que não é baixo, e isso a mantém ao lado de Celine, mesmo quando, no quarto dia de viagem, ela passa a agir de forma errática e misteriosa, como se não fosse ela mais, como se estivesse possuída pelos espíritos com quem ela diz conversar.

O Condenado é Gary, um assassino que escondeu o corpo de uma garota com quem passou a noite e matou. Ele sofre as piores consequências após o quarto dia de viagem e em nenhum momento é dado ao leitor a oportunidade de entender os motivos pelos quais ele é louco. Na verdade, só conseguimos sentir verdadeira repulsa e torcer para que o final dele seja bem ruim.

A Criada do Diabo é Althea, uma camareira que precisa lidar com sua chefe autoritária e com todos os eventos inexplicáveis que acontecem no navio após o quarto dia. Ela é a mais sensitiva dos personagens e é quem tem as piores visões dos que aparece nos corredores escuros do navio.

As Irmãs Suicidas são Helen e Elise, duas amigas em depressão que combinam realizar o cruzeiro como uma última viagem, e onde pretendem cometer suicídio. Com a sequência de eventos que vivenciam, aos poucos, conseguem criar um laço mais forte com a vida, pensam até em desistir do intento, mas, talvez, tarde demais.

O Anjo da Misericórdia é Jesse, o médico do navio, que é, sem ninguém saber, um ex-dependente de cocaína. Ele precisa lidar com quase metade dos passageiros doentes, por causa do vírus, com os ataques de histeria, de impaciência e ainda com as visões de pessoas mortas que afirmam vagar pelos corredores.

O Guardião dos Segredos e Devi, um dos seguranças do navio, que descobre a identidade do assassino da moça que encontraram em um dos quartos. Ele tem um passado obscuro, não concorda com as atitudes estranhas de seu superior e precisa descobrir uma forma de deixar em segurança os passageiros do navio.

Blog do Curinga é Xavier, um blogueiro que vai no cruzeiro para desmascarar Celine, a vidente chefe de Maddie. Ele acredita que ela usa as pessoas, e quer encontrar as provas de sua razão para colocar na Internet.


Os caminhos de todos os sete personagens se cruzam em algum momento da história, e alguns deles interagem para resolver alguma situação. Conforme os eventos caminham para o climax, os trechos de terror se intensificam e, no final, somos apresentados a uma solução que deixa em aberto vários pontos, uma vez que o livro faz parte de uma série, iniciada com Os Três.

A leitura pode ser feita de forma independente, mas em algumas partes há referências ao que acontece no livro anterior. Embora não comprometa a leitura ou o entendimento da história, sugiro que leia Os Três antes de O Quarto Dia.

Acho que o horror que sentirá poderá ser ainda maior se fizer isso ;)

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Top Comentarista - Junho


Ei galerinha, tudo bem?
Vocês viram a quantidade de promoções que saíram nos últimos dias? Eu não consegui publicar conteúdos novos por causa do cronograma dessas postagens. Mas acho que ninguém fica chateado com novas promoções, não é? rsrs

E para completar essa semana recheada, teremos também Top Comentarista! Confiram as regras, se inscrevam, participem ;)

Para se inscrever é preciso:
  • Seguir o Conjunto da Obra pelo Google Friend Connect (clicar em "Participar deste Site" na barra lateral direita)
  • Ter endereço de entrega em território Brasileiro.
  • Preencher o formulário abaixo.
  • Comentar em todos os posts publicados no mês de junho, exceto os de lançamentos de novas promoções.

Serão quatro prêmios disponíveis:

1. Box - Saga Encantadas (versão econômica)
2. Eva
3. Enders
4. Estação Onze

  • Seguidas todas as regras iniciais, para participar, basta preencher a primeira entrada do formulário. A primeira entrada confirma sua participação no Top Comentarista, enquanto as demais constituem chances extras, sendo opcionais.
  • Serão considerados válidos os comentários nas postagens do mês de junho se feitos até o dia 1º de julho. Ou seja, será concedido um dia a mais para que os participantes consigam comentar nas últimas postagens do mês.
  • O vencedor será definido por sorteio, dentre os participantes que comentarem em todas as postagens do mês. Apenas depois de feito o sorteio será conferido se o sorteado comentou em todas as postagens do mês. Caso essa regra não seja cumprida, o mesmo será desclassificado, e um novo sorteio será realizado.
  • O sorteado escolherá o prêmio que deseja ganhar da lista de livros citada acima.
  • O sorteado será contatado por email, tendo o prazo de 24h para fornecer seus dados. Caso não envie resposta no prazo, será realizado novo sorteio.
  • O prazo para envio dos prêmios é de 40 dias após o recebimento dos dados dos vencedores.
  • A Equipe do Conjunto da Obra se reserva ao direito de dirimir questões não previstas neste regulamento.
  • Esta postagem também conta para o Top Comentarista.


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Promoção: Aniversário Meu Vício em Livros


Olá pessoal, tudo bem? O blog Meu Vício em Livros está completando 2 anos e estamos em festa! Por isso, junto com o Conjunto da Obra e outros blogs amigos, com o intuito de presentear leitores queridos, resolveu fazer esta promoção super legal com livros + diversos marcadores. A promoção vai até o final do mês. Participem!!

Regras:

- É obrigatório comentar nesta postagem com seu nome de seguidor e e-mail.
- Preencher o formulário Raflecopter corretamente. Você clica em cada opção e faz o que lhe é pedido (Curtir a fan page, seguir os blogs, Instagram, se inscrever no Youtube, etc..). Se não estiver vendo o formulário, dê um tempinho para ele carregar, se não aparecer, atualize a página.
-  A promoção começa no dia 01 de junho de 2016 e termina no dia 30 de junho de 2016.
-  Cada blog é responsável pelo envio do seu prêmio.
- Cada blog tem até 30 dias úteis para enviar o livro, contando a partir do dia em que receber o endereço do ganhador.
- Nenhum dos blogs se responsabiliza pelo extravio de prêmios.
- O ganhador tem 48h para responder o e-mail que será enviado, caso não responda o e-mail com seus dados, o sorteio será refeito.
- É necessário residir em território brasileiro.
- Todas as entradas serão conferidas e caso não sejam cumpridas o participante é desclassificado.




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Boa sorte a todos!

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