Conjuntando #61: Junho em Fotos

Vixi galera, julho já foi. Meu mês foi recheado de emoções, MUITA coisa de uma vez só. TCC, fim da faculdade, leituras, compromissos. Foi um mês bom.

Mas o papo de hoje é ainda sobre junho - porque eu esqueci de fazer esta postagem antes. Quero mostrar para vocês as fotos que apareceram no Instagram do blog em junho, já viram?


Se quiserem conhecer as histórias por trás das imagens, nos visite por lá. E sigam o Conjunto da Obra para acompanhar as novidades.

Leia Mais
8 comentários
Compartilhe:

Sedução da Seda - Loretta Chase

Sinopse: Talentosa e ambiciosa, a modista Marcelline Noirot é a mais velha das três irmãs proprietárias de um refinado ateliê londrino. E só mesmo seu requinte impecável pode salvar a dama mais malvestida da cidade: lady Clara Fairfax, futura noiva do duque de Clevedon.
Tornar-se a modista de lady Clara significa prestígio instantâneo. Mas, para alcançar esse objetivo, Marcelline primeiro deve convencer o próprio Clevedon, um homem cuja fama de imoralidade é quase tão grande quanto sua fortuna.
O duque se considera um especialista na arte da sedução, mas madame Noirot também tem suas cartas na manga e não hesitará em usá-las. Contudo, o que se inicia como um flerte por interesse pode se tornar uma paixão ardente. E Londres talvez seja pequena demais para conter essas chamas.
Primeiro livro da série As Modistas, Sedução da seda é como um vestido minuciosamente desenhado por Loretta Chase: de cores suaves e românticas em alguns trechos, mas adornado com os detalhes perfeitos para seduzir. (Skoob)

Livro recebido em parceria com a Editora
CHASE, Loretta. Sedução da Seda. As Modistas #1. São Paulo: Arqueiro, 2016. 304 p.


Eu sempre gostei de romances de época. Na época do ensino fundamental, em certo momento em que eu já tinha lido todos os livros "para a minha idade" disponíveis na biblioteca - minha única fonte de leitura e que não dispunha de tantos títulos assim -, comecei a ler aqueles romances de banca gracinhas que, na maioria das vezes, se passava em outro momento histórico. Eram uma companhia agradável e cumpriam o papel que eu esperava, de serem ótimas distrações durante minhas tardes silenciosas. Depois do ensino médio, li poucos livros do gênero. Até que, como parceira da Editora Arqueiro, pude solicitar Sedução da Seda, de Loretta Chase, e vi meu coração se encantar por esse gênero que há muito tempo não lia.

Sedução da Seda é o primeiro livro da série As Modistas e conta a história de Marcelline, a mais velha de três irmãs que trabalham duro em uma loja de roupas para sobreviver. Como boa mercenária que é - e boa negociante - ela corre até Paris para fisgar o duque Clevedon ao seu ateliê, com o intuito de vestir a noiva dele, lady Clara. Mas é claro que nada seria assim tão fácil para ela, que precisa manter seus negócios e suas clientes a salvo dos mexericos que surgem assim que ela volta a Londres.

Gente, que livro delicioso! A escrita de Loretta Chase nos mergulha no momento em que se passa a história sem dificuldades, e é fácil se ver no meio de plumas, sedas, rendas, chapéus e seja lá o que mais se vestia naquela época. Por mais que o livro contivesse inúmeras descrições sobre roupas e enfeites, o que eu achei que seria cansativo, isso na verdade só contribuiu para ambientar a história, mesmo porque a autora não perde tempo com firulas. E que mulher não gosta de imaginar aqueles vestidos lindos e imensos de um outro tempo?

"E havia mais aquela novidade: ele entendera o que a loja significava para ela. Em poucas semanas, o trabalho mudara de algo sem importância - na verdade, um alvo de desprezo - para isso. Ela havia lido, em romances, sobre pessoas que não conseguiam falar porque seus corações estavam repletos demais e sempre pensara: Não o meu negro coraçãozinho.
Mas, agora, ela também não conseguia falar, porque tudo aquilo era demais, o que quer que aquilo fosse."

Mas é claro que isso não foi nem de perto o melhor da história, e quase todos os aspectos que tornaram o livro tão agradável se relacionam com a composição dos personagens. Em primeiro lugar, a protagonista é surpreendente. Independente, dona de si, autoritária, ela foge totalmente dos padrões imaginados para uma mulher da época e isso torna o romance mais interessante, já que ela não se submete aos caprichos de ninguém, além dos seus próprios. Clevedon também é irresistível, metido como só um duque pode ser, mas com o coração enorme.

Isso sem falar nos personagens secundários. A relação que a autora criou entre Marcelline e as irmãs dá um toque à história, como se as três se completassem. Cada uma tem seu papel especial na loja, uma função que nenhuma das outras pode substituir, e isso fica nítido em cada capítulo. Há um elo indescritível entre elas e, particularmente, eu adoro relações familiares bem construídas. Há também Lucie, filha de Marcelline, que deu o toque divertido à história. A menina, além de ser uma fofa, é inteligente e parece uma cópia em miniatura da mãe.

"- O senhor não vai mais comprar presentes para minha filha.
- E por que a senhora acha que eu compraria?
- Porque ela é uma manipuladora atrevida, que sabe como convencer os homens a fazerem o que ela quer.
- Igualzinha à mãe - destacou ele"

E ainda tem lady Clara, que eu achei que seria a bruxa da história, porque é comum que os autores optem por criar rixas entre a protagonista e a "rival". Mas isso não acontece aqui, Clara é o total oposto, é meiga e doce, e se torna quase uma amiga de Marcelline. Durante boa parte da leitura eu pensei que ela merecia um livro próprio, e mais tarde descobri que o quarto livro da série terá Clara como protagonista.

O livro dá ainda uma breve introdução sobre o próximo volume, Escândalo de Cetim, já que é neste primeiro que Sophia, protagonista da segunda história, conhece Longmore.

Sedução da Seda me deu algo que eu nem sabia que precisava e eu espero logo ter outra oportunidade de ler mais livros do gênero. É claro que o livro trata de um romance bobo, é meio "mulherzinha" e nem busca debater assuntos mais sérios, mas se a intenção é uma boa distração, este é o livro perfeito.









Leia Mais
10 comentários
Compartilhe:

Conjuntando #60: Filmes de livros que tenho (e não li)


Como boa leitora (e compradora) compulsiva, tenho muito mais livros na estante do que dou conta de ler. Claro que essa onda de comprar e comprar já passou, nos últimos anos me restringi a comprar não mais do que cinco livros para mim - os livros que recebo de parceria, em geral, suprem essa necessidade.

Alguns livros estão lá, parados há algum tempo e, por alguma vontade inexplicável, assisto ao filme antes de ler sua versão escrita.

Decidi compartilhar com vocês os últimos filmes que eu assisti baseados em livros - que eu tenho, mas não li.

1. Clube da Luta


O primeiro deles foi Clube da Luta, protagonizado por Brad Pitt, Edward Norton e Helena Bonham Carter, baseado no romance homônimo do autor Chuck Palahniuk. Como eu não tinha ideia sobre o que o filme (ou o livro) tratava, achei a história toda muito doida, e o final mais doido ainda. rsrs Só que, por mais maluco que pudesse parecer, a história é genial, surpreendente, e eu finalizei com um "como eu não percebi isso antes?".


2. Se eu ficar


Já numa vibe romance, assisti três filmes seguidos, e todos eles baseados em livros. 

Se eu ficar foi o primeiro do gênero, e eu quase morri afogada em lágrimas com a versão cinematográfica da obra de Gayle Forman. O filme é fofo e emocionante.


3. O Melhor de Mim


Assisti também O Melhor de Mim, baseado no livro de Nicholas Sparks. Sim, eu tenho o livro, mas faz tempo que não consigo ler nada do autor, por conta da mesma história água com açúcar de sempre.

Fãs do autor não me crucifiquem, eu gosto dos livros dele que li. Só que, como sei onde a história vai levar, prefiro ler algo que tenha alguma chance de me surpreender. 

O livro está lá, aguardando minha vontade surgir para ser lido. Como um filme não dura mais do que duas horas, aí sim, ok. E, como era de se esperar, a história vai mais ou menos pelo caminho de sempre.


4. Simplesmente Acontece


O último filme da "série" foi Simplesmente Acontece, com Lily Collins e Sam Claflin, baseado no romance de mesmo nome da autora Cecelia Ahern. Eu ainda tenho vontade de ler o livro, especialmente porque gosto dos títulos publicados pela autora. Só que, na busca por um filme fofinho para assistir, escolhi esse. E não me arrependo, é uma gracinha!


E vocês, quais adaptações já viram sem ler o livro, mesmo que ele esteja esperando na estante?

Leia Mais
10 comentários
Compartilhe:

Brutal - Luke Delaney

Sinopse: O que levaria alguém a golpear outra pessoa na cabeça e, na sequência, esfaqueá-la 77 vezes? O garoto de programa Daniel Graydon jamais imaginaria que encontraria tamanha perversão nos clientes com quem saía. Mas viu seu fim se aproximar ao ir contra sua regra de ouro: nunca levar os homens para casa. Seu parceiro sexual e algoz, porém, tinha algo de sedutor e era difícil recusar a proposta de uma noite regada a sexo, e muito bem paga. Daniel tornara-se apenas uma das vítimas de um personagem sombrio, cuja pulsão pela morte o levava a matar com regularidade e método. Cada morte representando um passo adiante no aperfeiçoamento da macabra arte de tirar vidas: cruel, dolorosa, limpa e sem pistas. Um desafio para a polícia de Londres e sua divisão de Crimes Graves do Grupo Sul, liderada pelo atormentado detetive-investigador Sean Corrigan. (Skoob)
DELANEY, Luke Brutal. Editora Rocco, 2015. 416 p.

A partir do assassinato de um garoto de programa, o detetive Sean Corrigan se depara com pistas de outros assassinatos que compravam a existência, há anos, de um serial killer extremamente inteligente, meticuloso e cruel. Começa, então, uma corrida para impedir que o assassino mate novamente. Essa é a premissa básica de Brutal, mas seu conteúdo é muito mais abrangente.

Delaney conseguiu criar dois trunfos enormes em sua obra: o primeiro, é que o autor já fez parte da força policial metropolitana de Londres, o que lhe rendeu bagagem suficiente para descrever, minuciosamente, como as coisas funcionam durante a investigação de um assassinato; o segundo trunfo, é que o livro tem sua narrativa principal feita em terceira pessoa, mas quando o assassino age, a narrativa passa para primeira pessoa. Isso cria um mistério, por não sabermos quem é o narrador, ou seja, o assassino, como também causa uma ânsia maior pela forma cruel com que ele escolhe e mata suas vítimas.

E essa parte, a das mortes, é particularmente angustiante. Delaney não economiza nos detalhes, no sangue, em nada. O leitor acompanha o assassino desde o início de seu planejamento, até a execução do ato. E quando começa a perpetuar o crime, ele compartilha seus pensamentos, seus sentimentos, por mais grotescos e nojentos que sejam. A repulsa é enorme!

"Se vocês fossem sequer capazes de entender a beleza e a clareza do que estou fazendo. Vejam só, meu próprio ser é um testamento à Natureza. A seu caráter impiedoso. Sua completa falta de compaixão. Sua violência. Vocês precisam deixar de lado as regras da Natureza e escolher viver segundo outras leis. Moralidade. Moderação. Tolerância. Eu não."

Sean Corrigan e o assassino são dois personagens inteligentes, que sabem perfeitamente como cada um deles age. Mesmo assim, eles não são infalíveis, nem são gênios do crime. Por isso, o leitor consegue acompanhar o que cada um faz, como faz e compreender como um deles consegue escapar e o outro procurar por pistas. Ou seja, o autor permite que o leitor consiga, por si só, descobrir as coisas.

Embora a narrativa seja detalhista, ela o é apenas em um nível necessário para o entendimento do que acontece. Na verdade, ela é bastante interessante, principalmente para quem não conhece como funciona a burocracia policial, ou como pensa um psicopata.

Mesmo assim, o que senti falta foi um pouso mais de suspense. Isso deve ao fato de que nenhum dos personagens principais, com exceção na parte final, corre risco de vida direto. O que senti durante a leitura, foi curiosidade e necessidade de chegar logo à prisão do assassino. Isso não chega a ser um ponto negativo, mas que poderia ter sido melhor explorado.

E o final de Brutal chega a ser surpreendente, não pela descoberta de quem é o assassino, porque o leitor consegue fazer isso antes do clímax, mas porque surge uma competição de egos entre o detetive e um outro personagem, que não termina, mas se prolonga para além do fim da história. Como Brutal é a primeira aventura de Sean Corrigan, acredito que essa rixa irá continuar no próximo volume da série. E isso é muito bom!

Leia Mais
9 comentários
Compartilhe:

Coroa Cruel - Victoria Aveyard

Créditos da Imagem: Blog Estante Diagonal
Sinopse: Duas mulheres uma vermelha e uma prateada contam sua história e revelam seus segredos.
Em Canção da Rainha, você terá acesso ao diário da nobre prateada Coriane Jacos, que se torna a primeira esposa do rei Tiberias VI e dá à luz o príncipe herdeiro, Cal tudo isso enquanto luta para sobreviver em meio às intrigas da corte.
Já em Cicatrizes de Aço, você terá uma visão de dentro da Guarda Escarlate a partir da perspectiva de Diana Farley, uma das líderes da rebelião vermelha, que tenta expandir o movimento para Norta e acaba encontrando Mare Barrow pelo caminho.
Esta edição traz, ainda, um mapa de Norta e um trecho exclusivo de Espada de Vidro, o aguardado segundo volume da série A Rainha Vermelha. (Skoob)
AVEYARD, Victoria. Coroa Cruel. #0,1 #0,2. Editora Seguinte, 2015. 232 p.

Logo que finalizei a leitura de A Rainha Vermelha, que teve um fechamento chocante e eletrizante, senti que seria difícil me desgarrar do mundo criado por Victoria Aveyard. Para ajudar, eu ainda não tinha recebido meu exemplar de Espada de Vidro, o que me deixou apenas uma opção: ler os contos da série já disponibilizado pela Editora Seguinte. Canção da Rainha e Cicatrizes de Aço estão disponíveis gratuitamente no site da editora ou da Amazon, mas são também vendidos na forma impressa com o título Coroa Cruel.

Canção da Rainha volta ao passado e narra a história de Coriane, uma prateada cantora que viria a se tornar rainha de Norta. O conto mostra os motivos que levaram Coriane a Archeon, a forma como ela conheceu o então príncipe Tiberias VI, e a grande trama de intrigas políticas e críticas por conta de um casamento que não passou pela Prova Real, mas foi consagrado por laços de amor.

Nos livros originais, Coriane é apenas uma sombra, a rainha morta que deixou o filho Cal e foi substituída, no trono ao lado do rei, por Elara. A personagem merecia mesmo mais explicações, e o conto veio a cobrir as diversas perguntas que pairaram no ar em A Rainha Vermelha. O intrigante é que, mesmo sabendo qual seria o final do texto, eu ainda torci para que fosse diferente, tamanha a empatia de Coriane.

"Não existe nada tão horrível quanto uma história não contada."

Cicatrizes de Aço, por sua vez, aprofunda outra personagem enigmática e que tinha muito a mostrar: Farley. Integrante da Guarda Escarlate, a vermelha desafia a tudo e a todos por aquilo que acredita, e é guiada, muitas vezes, pela própria intuição, ainda que receba ordens contrárias. Pelo ponto de vista da personagem, é possível entender melhor a situação política entre prateados e vermelhos, a doutrina de submissão mantida por uma guerra centenária, e as intenções do movimento rebelde da Guarda Escarlate.

No conto, é possível compreender a grande rede criada pela Guarda, sua forte organização resguardada pelo anonimato, os meios de comunicação seguros entre os membros e a forma com que conseguem se infiltrar em qualquer cidade para conseguir suprimentos e armas.
 
"- Se for uma armadilha, a gente escapa - comento. - Já enfrentamos coisa pior. Não é mentira. Todos temos nossas cicatrizes e assombrações. Algumas nos levaram até a Guarda Escarlate, e outras vieram por causa dela. Conheço a dor de ambas."

Os contos de Coroa Cruel não trazem à luz apenas a história de personagens secundários que mereciam mais espaço, mas suprem importantes informações que não constam na trama original.

Além disso, ao definir como protagonistas duas mulheres de lados diferentes da história, uma vermelha e uma prateada, mostram como os estigmas sociais do enredo criado por Aveyard nem sempre se confirmam. Coriane, que faz parte da forte elite prateada, é insegura e cheia de medos; Farley, por outro lado, nasceu do submisso sangue vermelho, mas mostra segurança e força sem iguais.

Canção da Rainha e Cicatrizes de Aço, para ser sincera, são dispensáveis aos leitores da série A Rainha Vermelha. Porém, complementam de maneira rica a trama principal, e, para quem gosta da série, sugiro que faça a leitura.

Leia Mais
8 comentários
Compartilhe:

Semana Especial #2: Influência Católica em Loney


Loney é uma das apostas mais recentes da Editora Intrínseca e, para dar maior visibilidade ao livro, a editora convidou os blogs parceiros para comentarem alguns pontos principais da obra na Semana Especial #Loney. O assunto de hoje é a influência católica do autor na composição do livro.

Desde as primeiras páginas, fica claro que a religião preenche grande parte da vida do protagonista. Não era incomum que, durante narrativa do livro em primeira pessoa, Smith interrompesse a descrição ou a explicação sobre algum acontecimento com observações sobre as crenças repassadas por sua mãe, pela comunidade onde morava e pelos sermões do padre Wilfred. Lendas, histórias repassadas de gerações em gerações e superstições estão por toda a parte na obra.

Esther, mãe de Smith, é uma católica fervorosa, do tipo que justifica cada pequeno detalhe do dia com a presença de Deus, exige que seu filho atue como coroinha e sonha que ele, um dia, opte pela vida religiosa como padre. A relação dela com a Igreja se aproxima de um fanatismo, uma obsessão, inclusive pela necessidade de que cada costume deva ser meticulosamente observado, pois o mais simples desrespeito aos padrões representa uma transgressão grave.

"- Não faça mais isso com ele. Não faça mais isso com você mesma. Amanhã, vamos embora para casa assim que pudermos. Não é culpa de Bernard que tudo tenha dado errado esta semana. É este lugar. Ele é doentio. Não é bom para nós.
- Escute - disse a Mamãe, agarrando subitamente o pulso do Papai -, a sua fé pode ter desmoronado junto com a de Wilfred, mas não tente arruinar a minha também."

Enquanto vive suas próprias experiências, Smith filtra os ensinamentos que lhe foram passados, e começa a transformar sua relação com Deus em algo bastante diferente. Os acontecimentos no Loney, aliás, contribuem de uma forma surpreendente para essa mudança. Fica nítido no livro que, em muitos casos, aquilo que é atribuído ao Céu ou ao Inferno pode não ser nem de perto o que achamos ser, e que qualificar algo pelas suas consequências pode ser apreensivamente equivocado.

Hurley deixa bem clara também a hipocrisia que muitas vezes se esconde sob o manto da religião e o quão frágeis são as crenças baseadas em regras ilógicas criadas pelos homens. Não é sobre a que o autor tece sua crítica implícita, mas sobre a fé cega e irracional, e pensar sobre isso mostra quanta insensatez os homens provocam em nome desta fé.

Loney talvez não tenha esse intuito, mas as reflexões que indiretamente provoca são tão intensas e inquietantes quanto as implicações dos acontecimentos aos personagens do livro.









Leia Mais
13 comentários
Compartilhe:

Conjunto de Ganhadores #21

Oi pessoal, como vocês estão?

A Semana Especial #Loney continua, mas a próxima postagem aqui do blog será amanhã.

Enquanto isso, vou mostrar para vocês as fotos de alguns sortudos que receberam prêmios nas promoções aqui do blog.



A primeira sortuda é a Jaqueline Gomes, de Fortaleza, que ganhou um dos quatro kits de Crepúsculo/Vida e Morte sorteado em parceria com a Intrínseca.

A segunda foto veio da Andreza Silva, de Caruaru, que ganhou o kit Arqueiro na Promoção de Aniversário do Conjunto da Obra.


As fotos acima foram postadas pela Andreza Galvão, também de Fortaleza, que ganhou cinco livros na Promoção de Aniversário do Conjunto da Obra. Menina Má, A Máquina de Contar Histórias e O Leitor do Trem das 6h27 foram enviados pelos blogs participantes da promoção.



A Antonia Isadora já apareceu por aqui antes, e desta vez ela recebeu A abadia de Northanger como prêmio do Top Comentarista de Março.




A última foto de hoje é da Caroline Hellmann, de Joinville, que ganhou Para Todos os Garotos que já Amei e P.S.: Ainda amo você na promoção em parceria com a Editora Intrínseca

Tem algumas promoções ativas aqui no blog, então participe! Quem sabe você não seja o próximo sortudo?


Leia Mais
9 comentários
Compartilhe:

Semana Especial #1: A atmosfera de Loney


Loney é uma das apostas mais recentes da Editora Intrínseca e, para dar maior visibilidade ao livro, a editora convidou os blogs parceiros para comentarem alguns pontos principais da obra na Semana Especial #Loney. Por coincidência, a resenha que o Carlos programou para ontem foi de Loney, e ele descreveu muito bem os sentimentos trazidos à tona durante a leitura. Agora é minha vez de comentar alguns aspectos da obra, e o tema de hoje é a construção da atmosfera do Loney.

"Se o lugar tinha outro nome, eu nunca soube, mas os moradores chamavam de 'Loney' - um estranho pedaço de lugar nenhum entre os rios Wyre e Lune, aonde Hanny e eu íamos toda Páscoa com a Mamãe, o Papai, o sr. e a sra. Belderboss e o padre Wilfred, o sacerdote da paróquia."

O "estranho pedaço de lugar nenhum" denominado na história como Loney parece, pelas veementes descrições de Andrew Michael Hurley, um lugar de beleza sem igual. Composto pela natureza bruta, indomável, rodeado de praias, rios, matas e penhascos, destaca-se como um lugar que congelou no tempo. As poucas construções humanas existentes, quando não destruídas pela ação do mar, são as mesmas há séculos. Porém, a constante chuva e névoa que se abatem sobre o local o tornam intensamente sombrio.

Mesmo que o livro não trouxesse outros elementos que contribuíssem para o terror da história - o que não é o caso, devo ressaltar -, a simples ambientação seria suficiente para manter o suspense. A narrativa não torna explicita essa sensação, mas, mesmo para o leitor, que não vive de verdade a história, é angustiante a persistente lugubridade do lugar. Durante toda a leitura, senti como se a névoa e a chuva me impedissem de ver o que seria claro à luz do sol, e o clima certamente era um elemento crucial para manter o suspense da trama.

Como o Carlos mencionou na resenha, Loney não é um terror com sangue ou fantasmas, mas o desconhecido mantém um medo enraizado. Sem essa atmosfera peculiar do local, duvido muito que o livro alcançasse o mesmo resultado.









Leia Mais
10 comentários
Compartilhe:

Loney - Andrew Michael Hurley

Sinopse: Quando os restos mortais de uma criança são descobertos durante uma tempestade de inverno numa extensão da sombria costa da Inglaterra conhecida como Loney, Smith é obrigado a confrontar acontecimentos terríveis e misteriosos ocorridos quarenta anos antes, quando ainda era criança e visitou o lugar. À época, a mãe de Smith arrastou a família para aquela região numa peregrinação de Páscoa com o padre Bernard, cujo antecessor, Wilfred, morrera pouco tempo antes. Cabia ao jovem sacerdote liderar a comunidade até um antigo santuário, onde a obstinada sra. Smith crê que irá encontrar a cura para o filho mais velho, um garoto mudo e com problemas de aprendizagem. O grupo se instala na Moorings, uma casa fria e antiga, repleta de segredos. O clima é hostil, os moradores do lugar, ameaçadores, e uma aura de mistério cerca os desconhecidos ocupantes de Coldbarrow, uma faixa de terra pouco acessível, diariamente alagada na alta da maré. A vida dos irmãos acaba se entrelaçando à dos excêntricos vizinhos com intensidade e complexidade tão imperativas quanto a fé que os levou ao Loney, e o que acontece a partir daí se torna um fardo que Smith carrega pelo resto da vida, a verdade que ele vai sustentar a qualquer preço. (Skoob)

HURLEY, Andrew Michael Loney. Editora Intrínseca, 2016. 304 p.

Você pode contar uma mesma história de maneiras totalmente diferentes. Algumas são contadas de forma direta, com diálogos entre os personagens, que explicam o que está acontecendo e o que eles pensam. Outras, são contadas através de um narrador onipresente e onisciente, imparcial, mas que consegue transmitir tudo o que os personagens fazem, pensam e sentem. E existem aquelas histórias que são contadas através de insinuações, de descrições que apontam para algo, mas que na verdade querem mostrar outra coisa. Com diálogos dúbios, que ficam no ar, na imaginação do leitor tentar descobrir o que significam. Mas, acima de tudo, com descrições de ações que só ficam claras tarde demais, quando o leitor é surpreendido e se assusta com a verdade.

Loney é esse terceiro tipo de leitura, que não é direcionada para o leitor apressado, que gosta de começar e terminar um livro rapidamente, sem se prender nas páginas, tentando compreender o que acabou de ler. A obra de Hurley não é contada pelas palavras de letras negras, mas, sim, com o que ele não escreve entre elas. Cada diálogo, cada pensamento, cada ação, por mais corriqueira que seja, é impregnada por um duplo sentido, por um aviso de que as coisas não são o que parecem, que cada um dos personagens é motivado e guarda uma verdade dentro de si que não deixa transbordar. Mais do que isso, eles provam, através de suas confissões, que são guiados por uma fé, que é mais uma obstinação, do que realmente um temor a Deus.

"Sentia-se como um homem afogado, debatendo-se em busca de algo em que se agarrar. Uma coisa que poderia ajudá-lo a se manter à tona por um pouco mais de tempo, mesmo que, no fim, ele estivesse fadado a afundar."

Smith, como narrador, não esconde suas próprias imperfeições. Ele não omite o peso que é cuidar do irmão, que é mudo e possui um pequeno grau de atraso mental. Ele se esgueira nas sombras para ouvir as confissões que são feitas ao padre Bernard, e esconde a verdade sobre a morte de Wilfred, o padre que o educou como coroinha. Acompanhamos sua indignação diante da insistência na peregrinação de sua família e vizinhos, comandada por sua mãe, na tentativa de realizar o milagre de curar o irmão. Rodeando todo esse clima de inverdades, temos uma região deserta, fria e hostil, com traiçoeiros pântanos de areia e mudanças de maré que isolam áreas e afogam desavisados. Temos o total isolamento de qualquer coisa que nos traga calor. Ou segurança.

Desde o capítulo inicial, até o penúltimo, o leitor sente, em todas as frases, que algo de muito ruim irá acontecer. É como se estivéssemos assistindo a um filme de suspense, onde a música alta fica constante por toda a película. E quanto começamos o último capítulo, o personagem principal, Smith, alerta que o que ele irá contar a seguir é terrível, é nojento, é totalmente inadmissível. E, mesmo assim, quando terminamos a página final, não sabemos o que pensar. Não sabemos se compreendemos o que acabamos de ler. Não sabemos, sequer, dimensionar o tamanho do horror que aquelas palavras significam. Mas ficamos com a certeza de que o ser humano não tem a menor ideia de como viver. No que acreditar. No tamanho dos atos de crueldade que é capaz de cometer. Não sabemos separar o bom do mau. O milagre da blasfêmia. A fé da obstinação cega. A verdade da total mentira.

"Deixei esta parte por último, mas ela deve ser registrada com o mesmo grau de detalhe de todo o resto. Quando eles chegarem fazendo perguntas, como certamente o farão, preciso que as coisas estejam bem claras, não importa o horror."

Após finalizar Loney, eu precisei pesquisar na Internet sobre o significado de seu final. E fiquei surpreso por constatar que muitas pessoas reclamavam do ritmo lento da narrativa, da falta de diálogos, da falta de ação e de um final que não se mostrava tão assustador quanto imaginavam. Bem, eu li um livro diferente dessas pessoas. Loney não é um terror onde existe sangue jorrando, onde fantasmas aparecem a cada capítulo ou onde o final é um duelo apocalíptico. Loney é muito mais assustador do que isso. É uma leitura intimista, que precisa ser apreciada e não absorvida às pressas, e que guarda o horror nos pensamentos e nas ações egoístas e escabrosas de cada personagem. Ele demonstra o quanto a convicção cega em uma fé, que não reflete a bondade de Deus, pode destruir vidas, de como o ser humano pode usar a crueldade como resposta para o que não deseja, em como nosso desinteresse no próximo pode direcionar os desesperançados para o precipício da morte, e em como a falta de esperança pode ser mais mortal que uma bala no coração.

O horror de Loney reside na essência egoísta do ser humano e na sua competência para realizar, e aceitar, atrocidades em nome de Deus. Ou de outro que não Ele.

Leia Mais
11 comentários
Compartilhe:

A história de nós dois - Dani Atkins

Sinopse: Emma tem 27 anos, é linda e inteligente e vive cercada de pessoas que ama. Prestes a se casar com Richard, seu namorado desde a época de escola, ela não poderia estar mais empolgada.
Mas o que deveria ser o momento mais feliz de sua vida de repente vira uma tragédia. Emma sofre um acidente e é salva por um estranho minutos antes que o carro em que ela viajava explodisse.
Abalada, ela decide adiar o casamento. E nesse meio-tempo descobre segredos que a fazem questionar as pessoas nas quais sempre confiara a ponto de duvidar se deve se casar afinal.
Para complicar, ela se sente cada vez mais ligada a Jack, o homem que a salvou e que não sai da sua cabeça. Jack é lindo, gentil e divertido, de um jeito diferente de todos que ela já conheceu. Por outro lado, é Richard quem ela sempre amou...
Uma mulher, dois homens, tantos destinos possíveis. Como essa história vai terminar? (Skoob)
ATKINS, Dani. A história de nós dois. São Paulo: Arqueiro, 2016. 352 p.

Ainda não tinha tido a oportunidade de ler algo de Dani Atkins, mas, desde que Uma Curva no Tempo foi publicado, esperava pela chance de conhecer a escrita da autora. Logo no meu primeiro mês de parceria com a Editora Arqueiro, o segundo livro da autora estava entre os lançamentos, e eu não consegui evitar a vontade de ler A história de nós dois. Fico extremamente feliz de ter solicitado o livro e ter tido essa oportunidade, porque se trata de um romance incrível e surpreendente.

A sinopse de A história de nós dois entrega muito pouco sobre toda a trama, o que é um ponto positivo à leitura. O leitor conhece somente alguns detalhes superficiais, mas não tem ideia do que realmente está por vir no livro. Eu mesma imaginei algo mais sutil, mais delicado, mas desde os primeiros capítulos a história veio como uma avalanche. Não fazia ideia do tamanho da tragédia que seria narrada na obra, e desde logo me senti tocada pela história de Emma.

O livro é dividido em dois momentos distintos, O fim e O Começo, que se intercalam no decorrer da obra, ambos narrados em primeira pessoa pela protagonista. Ver através de seus olhos contribui para criação de vínculo entre leitor e personagem e o fato de Emma ser uma mulher madura, apesar de todas as dificuldades, e de não ficar se lamentando, fez-me gostar bastante dela.

"- Você devia ter trazido a câmera - continuei.
Ele saiu de sua posição no parapeito e se postou na minha frente.
- Não preciso dela - disse, a voz baixa. - Acho que vou me lembrar deste momento para sempre... e por todas as razões erradas."

Apesar de inevitavelmente tratar de um "triângulo" amoroso, o enredo se destaca bastante dos demais romances que optam por utilizar esse recurso. Há algo de real na construção da história, algo que torna plausível a forma como o romance se desenvolve. A protagonista não se vê dividida entre dois personagens que surgiram ao mesmo tempo, mas entre o homem com quem compartilhou anos e alguém que, de repente, salvou sua vida e estremeceu seus sentimentos.

É importante destacar que a história não trata somente disso. Trata de amizade, de perdão e de amor. E trata também, de uma maneira dura e ao mesmo tempo suave, do Alzheimer, uma doença séria e que requer diversos cuidados. Eu amei cada pormenor conglobado na obra, e por mais que alguns deles tenham sido inseridos com o nítido objetivo de criar obstáculos à trama, não achei que fossem desnecessários ou cansativos. Foi, ao meu ver, uma forma amena de lidar com assuntos relevantes.

A escrita da autora é densa, detalhista, e a leitura acaba sendo, por isso, um pouco mais demorada. Porém, é a forma com que a narrativa se desenvolve que faz o livro ser tão gostoso de ler. A delicadeza da autora para descrever os acontecimentos dá à trama certa leveza, mesmo diante de uma tragédia, e transforma mesmo a cena mais triste em algo belo.

"- Não sou aquilo de que você precisa na sua vida agora, Emma. Mas, que Deus me ajude, estou usando cada grama de força que tenho para não puxá-la de volta aos meus braços e apagar em você a lembrança de qualquer homem que um dia você possa ter beijado!"

E como comentar o final incrível da história? Eu estava conformada que a autora daria um final bom, mas apenas isso, porque tudo indicava o caminho a que ela levaria. Não era aquilo que eu queria, mas não seria ruim, então me preparei psicologicamente para que acontecesse. Só que não foi o que aconteceu, e também não foi bem o que eu queria; a autora conseguiu fazer algo melhor. O último capítulo me deixou de queixo caído e coração palpitando, pois foi incrivelmente lindo. Só aí consegui compreender o real sentido do título do livro.

A história de nós dois é uma história linda, que merece ser lida por todos os apreciadores de um bom romance.








Leia Mais
11 comentários
Compartilhe:

Novidades #141: Lançamentos Intrínseca Julho

Oi pessoal, como vocês estão? Hoje vim falar sobre os lançamentos da Editora Intrínseca em julho. Vocês já viram? Tem muito livro incrível, tanto que fica difícil escolher um ou dois só para colocar na lista. Eu estou com, no mínimo, cinco. rsrs

Vamos conhecer algumas das novidades para este mês?


Pax, de Sara Pennypacker - Peter e sua raposa Pax são inseparáveis desde que ele a resgatou, órfã, ainda filhote. Um dia, o inimaginável acontece: o pai do menino vai servir na guerra, e o obriga a devolver Pax à natureza. Ao chegar à distante casa do avô, onde passará a morar, Peter reconhece que não está onde deveria: seu verdadeiro lugar é ao lado de Pax. Movido por amor, lealdade e culpa, ele parte em uma jornada solitária de quase quinhentos quilômetros para reencontrar sua raposa, apesar da guerra que se aproxima. Enquanto isso, mesmo sem desistir de esperar por seu menino, Pax embarca em suas próprias aventuras e descobertas.
Alternando perspectivas para mostrar os caminhos paralelos dos dois personagens centrais, Pax expõe o desenvolvimento do menino em sua tentativa de enfrentar a ferocidade herdada pelo pai, enquanto a raposa, domesticada, segue o caminho contrário, explorando sua natureza selvagem. Um romance atemporal e para todas as idades, que aborda relações familiares, a relação do homem com o meio ambiente e os perigos que carregamos dentro de nós mesmos.
Pax emociona o leitor desde a primeira página. Um mundo repleto de sentimentos em que natureza e humanidade se encontram numa história que celebra a lealdade e o amor.

Faca de Água, de Paolo Bacigalupi - Os Estados Unidos são uma nação fragmentada e em guerra, devastada pelos efeitos das mudanças climáticas. Os estados de Nevada, Arizona e Califórnia disputam ferozmente um parco trecho do rio Colorado capaz abastecer minimamente suas comunidades, evitando que milhares de pessoas possam morrer de sede.
Quem detém a água detém o dinheiro, e há quem não se incomode em sentenciar cidades inteiras à destruição. Entre essas pessoas está Angel Velasquez, um mercenário de Las Vegas, que há anos manobra o uso das águas em favor dos bem-sucedidos empreendimentos imobiliários da empresária Catherine Case.
Ao surgirem rumores da existência de uma fonte de água na cidade de Phoenix, no Arizona, Angel é enviado para investigar. Com uma carteira repleta de identidades falsas e um carro turbinado, ele parte na busca por informações que parecem evaporar com o calor fulminante e opressivo. Em seu caminho surgem Lucy Monroe, jornalista destemida e contestadora, e Maria Villarosa, jovem imigrante do Texas que sonha em fugir para o norte, onde a água ainda cai do céu. 
Phoenix ganha os holofotes, e a batalha pela água coloca a cidade em pleno colapso. Com o tempo se esgotando, a única esperança de sobrevivência dos três está em suas próprias mãos. Alguém terá de sangrar para que todos possa saciar sua sede. 
Faca de água é um thriller futurista, mas nada improvável, que perpassa por questões econômicas, ambientais e éticas numa narrativa que extrapola o gênero, daquelas que se lê de uma tacada só e depois leva-se um longo tempo assimilando.

Pó de lua nas noites em claro, de Clarice Freire - Quando a noite fica mais escura e as ruas se calam, a maior parte das pessoas dorme e sonha. Algumas, porém, preferem o silêncio para sonhar acordadas. Clarice Freire, autora do best-seller Pó de lua, faz parte desse grupo. É nessa hora que costuma criar suas poesias e seus desenhos. Em seu segundo livro, Pó de lua nas noites em claro, ela vira a madrugada ao avesso em palavras e imagens, dedicando uma hora a cada capítulo, da meia-noite ao amanhecer. Além dos versos que conquistam o público desde 2013, quando foi criada a página Pó de lua no Facebook, Clarice alterna passagens em prosa e poesia, acompanhando sua personagem durante um longo e mágico passeio pela cidade quase deserta. 
Com um humor delicado e muita sensibilidade, a autora desvenda a angústia e a alegria daqueles que preferem a noite ao dia. Sua personagem insone se rende ao desejo de sair da cama e andar pelas ruas em busca de si mesma. Descobre que não está sozinha. Os sentimentos e as lembranças ganham vida, e ela esbarra em personagens como um homem que vaga por viadutos, um vigia noturno e até um misterioso carteiro que lhe entrega correspondências às três da manhã. Com lápis de cor e tinta nanquim, Clarice ilumina a escuridão e continua fiel à missão de Pó de lua: diminuir a gravidade das coisas.


O adulto, de Gillian Flynn - Uma jovem ganha a vida praticando pequenas fraudes. Seu principal talento é a capacidade de dizer às pessoas exatamente o que elas querem ouvir, e sua mais recente ocupação consiste em se passar por vidente, oferecendo o serviço de leitura de aura para donas de casa ricas e tristes. Certo dia, ela atende Susan Burke, que se mudou há pouco tempo para a cidade com o marido, o filho pequeno e o enteado adolescente. Experiente observadora do comportamento humano, a falsa sensitiva logo enxerga em Susan uma mulher desesperada por injetar um pouco de emoção em sua vida monótona e planeja tirar vantagem da situação.
No entanto, quando visita a impressionante mansão dos Burke, que Susan acredita ser a causa de seus problemas, e se depara com acontecimentos aterrorizantes, a jovem se convence de que há algo tenebroso à espreita. Agora, ela precisa descobrir onde o mal se esconde, e como escapar dele. Se é que há alguma chance.
Em seu estilo inconfundível que arrebatou milhares de fãs, Gillian Flynn traça surpreendentes e intrigantes perfis psicológicos dos personagens e tece uma narrativa repleta de suspense ao mesmo tempo em que brinca com elementos clássicos do sobrenatural.
Vencedor de um Edgar Award, O adulto é uma homenagem às clássicas histórias de terror.

O navio das noivas, de Jojo Moyes - Austrália, 1946. É terminada a Segunda Guerra Mundial, chega o momento de retomar a vida e apostar novamente no amor. Mais de seiscentas mulheres embarcam em um navio para encontrar os soldados ingleses com quem se casaram durante o conflito.
Em Sydney, Austrália, quatro mulheres com personalidades fortes partem em uma extraordinária viagem a bordo do HMS Victoria, um porta-aviões que as levará, junto de outras noivas, armas, aeronaves e mil oficiais da Marinha, até a distante Inglaterra. As regras no navio são rígidas, mas o destino que reuniu todos ali, homens e mulheres atravessando mares, será implacável ao entrelaçar e modificar para sempre suas vidas.
Com personagens únicas e uma narrativa tocante, Jojo Moyes conta uma história inesquecível que captura perfeitamente o espírito romântico e de aventura desse período da História, destacando a bravura de inúmeras mulheres que arriscaram tudo em busca de um sonho.
O navio das noivas foi inspirado na história da avó da autora, que fez a mesma travessia relatada no romance para reencontrar o marido no período pós-guerra, e cada capítulo traz citações não ficcionais de esposas e oficiais que viajaram nesses navios.

Quer conferir outros lançamentos programados pela Intrínseca para julho? Basta clicar na imagem abaixo.

http://www.intrinseca.com.br/blog/2016/07/lancamentos-de-julho-2/

Agora me contem: quais vocês gostariam de ler?


Leia Mais
10 comentários
Compartilhe:

Nunca Jamais - Colleen Hoover e Tarryn Fisher

Foto por: Silviane Casemiro 
Charlie Wynwood e Silas Nash são melhores amigos desde pequenos. Mas, agora, são completos estranhos. O primeiro beijo, a primeira briga, o momento em que se apaixonaram... Toda recordação desapareceu. E nenhum dos dois tem ideia do que aconteceu e em quem podem confiar. Charlie e Silas precisam trabalhar juntos para descobrir a verdade sobre o que aconteceu com eles e o porquê. Mas, quanto mais eles aprendem sobre quem eram, mais questionam o motivo pelo qual se juntaram no passado.
HOOVER, Colleen; FISHER, Tarryn. Nunca Jamais. Rio de Janeiro: Galera Record, 2016. 192 p.

Não me matem, mas tenho uma confissão a fazer: nuca tinha lido nada da Colleen Hoover. E acho que se eu não tivesse solicitado esse livro, ainda ficaria um bom tempo sem conhecer a autora. Mas enfim, eu ainda não sei muito bem o que pensar sobre Nunca Jamais, foram bastantes emoções para duas horas de leitura, nossa sem ora. Eu fiquei totalmente fisgada por essa história, não consegui parar de ler até ter terminado tudo. 

A história já começa super tensa quando Charlie, a protagonista, "acorda" sem nenhuma de suas memórias. Ela não sabe quem é, onde está, onde mora, muito menos o que pode ter acontecido com ela. A pergunta que paira no ar é: por que ela não se lembra de absolutamente nada? Para completar o seu desespero, pouco tempo depois descobre que tem um namorado e para que ninguém ache que ela enlouqueceu (será?), tem que manter as aparências.

Mas vocês não sabem da melhor: aconteceu exatamente a mesma coisa com Silas, o namorado. Aí que as coisas se complicam mesmo! Pra buscar as respostas de todas as perguntas que passam em suas cabeças, os dois se unem para tentar descobrir o que pode ter acontecido para ambos ficarem assim. Porém, o quanto mais eles juntam pistas sobre suas respectivas vidas, mais descobrem que o relacionamento dos dois está uma verdadeira bagunça. 

O livro é narrado sob a perspectiva de Silas e Charlie, com capítulos alternados entre eles e vocês sabem que eu adoro isso, deixa a leitura muito mais objetiva. As autoras guardam as respostas até o último minuto e acho que isso pode acabar incomodando alguns tipos de leitores. Para mim, só fez a leitura ficar mais fluida. Como disse ali no primeiro parágrafo, li tudo numa sentada de tão curiosa que eu estava. 

No decorrer da leitura, a gente acaba descobrindo que Silas e Charlie do passado são duas pessoas horrendas, cruz credo. E o negócio é o seguinte: mesmo com os fatos estapeando a nossa cara, não dá para não torcer por eles. O incetivo para isso foi mínimo, fiquei me imaginando no lugar deles. Além do mais, também queria descobrir que doideira era essa que estava acontecendo nesse livro. Aliás, isso também pode acabar se tornando um problema, já que torna a história meio confusa, pelo menos no início.

Gente, o final, não tem nem como comentar o final. Fiquei com vontade de pular de uma ponte de tanto desespero! O que é que foi aquilo, pelamor de Deus? E o pior: quanto tempo terei que esperar para a continuação? A história acaba tão abruptamente que eu até passei a página para ter certeza mesmo que não tinha mais um capítulo, fui feita de trouxa meeeeesmo (não levem isso a mal, por favor)! Vamos agilizar a publicação aí, Galera!


Leia Mais
11 comentários
Compartilhe:

Novidades #140: Parceria Editora Dublinense

Oi pessoal, hoje vim comentar uma novidade ótima para o Conjunto da Obra! Agora somos parceiros da Editora Dublinense e seus selos!

A Dublinense nasceu do não. Ou da Não. Mais precisamente, do não da Não. Há dois anos como sócio da Não Editora, Rodrigo Rosp recebia uma infinidade de originais que adorava, mas que não se encaixavam na proposta bastante específica da casa. Era 2009, surgiu então a ideia de montar uma editora que fosse eclética, que se permitisse navegar à vontade pelos diversos gêneros. E assim surgiu a Dublinense.

O catálogo da editora realmente cumpre a proposta que adotou para si: tem livros diversos e ecléticos. Romances, ficção, biografias, e outros mais. Já tive a oportunidade de ler Pasta Senza Vino, publicado pelo Terceiro Selo. Também já recebi para resenha no blog um exemplar de Respeitável público, que parece ser um ótimo livro nacional.

Agradeço imensamente à Editora por esse voto de confiança, e espero que a parceria seja ótima para os dois lados.

Quem quiser conhecer um pouquinho mais dos livros publicados pela Dublinense, confere aqui.







Leia Mais
11 comentários
Compartilhe:

Guerra do Velho - John Scalzi

Sinopse: John Perry fez duas coisas no seu aniversário de 75 anos: visitou o túmulo da esposa e alistou-se no exército. As Forças Coloniais de Defesa, misteriosamente, estão recrutando idosos para conquistar novos territórios interestelares. Detentores de uma tecnologia inovadora, as FCD são capazes de criar supersoldados com habilidades jamais vistas, e um exército disposto a arriscar tudo. (Skoob)

SCALZI, John Guerra do Velho. Editora Aleph, 2016. 368 p.

Escrever ficção-científica não é fácil. Não apenas nos dias de hoje, mas sempre. Já fazia tempo que não lia nada do gênero, por isso, quando encontrei Guerra do Velho nas livrarias, não pensei duas vezes e comprei. Não me arrependi.

A base de uma boa ficção-científica é o quanto o autor consegue convencer o leitor de que todas as tecnologias, sobre as quais ele está lendo, tem todas as possibilidades de ser real algum dia. A isso é necessário adicionar um personagem carismático, ou mais de um, enigmas, aventura, locais exóticos e muita ação. Com essa receita, o autor tem, praticamente, um sucesso garantido.


Bem, Guerra do Velho tem tudo isso. John Perry, o personagem que narra a aventura, ganha o leitor já nas primeiras páginas. Não apenas por sua história, tão normal que poderia ser a de qualquer um de nós, mas, também, pelo fato de ter tão pouco conhecimento sobre o que o espera quanto o leitor.

No início, a única informação que John tem, e nós também, é que quando se atinge a idade de 75 anos, qualquer pessoa, homem ou mulher, pode se alistar nas Forças Colonias de Defesa e sair do planeta para participar de guerras de conquistas de novos mundos. Com isso, existem alguns benefícios: de alguma forma (não vou revelar aqui como, porque seria spoiler), a pessoa volta a ser jovem para poder servir o exército no seu auge físico; pode servir por dois anos, ou até dez anos, no máximo. Depois desse tempo, a pessoa é realocada em alguma colônica humana. E aí vem a única desvantagem: uma vez alistada nas Forças Colonias de Defesa, a pessoa nunca mais poderá retornar à Terra.


A premissa, por si só, já é bastante empolgante. Acredito que muitas pessoas, ao atingirem seus 75 anos, tenham a percepção que estão entrando no estágio final de suas vidas. Qual melhor estímulo do que ganhar a possibilidade de recuperar décadas de juventude e recomeçar uma nova vida?

Claro que as chances de morrer em uma das muitas batalhas em que participam é enorme! E essa parte é comovente em Guerra do Velho. Com exceção de John, muitos dos personagens secundários aparecem em um capítulo, para morrerem no seguinte. Mesmo com tão poucas participação desses personagens, o autor consegue transmitir empatia suficiente para o leitor se importar com eles. Diversas vezes, parei a leitura e senti um aperto no coração.

Conforme avançamos nos capítulos do livro, descobrimos que ele trata de muito mais do que apenas uma aventura espacial. Entre os trechos de ação, surgem temas como espionagem, preconceito, insubordinação, traição, compaixão e, claro, romance. Este último acontece já na parte final, quando somos surpreendidos pelo aparecimento de um personagem que ninguém esperava. A partir desse ponto, a aventura ganha um contorno mais urgente, causa medo pela possibilidade desse personagem, que não é o principal, sofre o mesmo que os outros secundários. E, então, não conseguimos deixar a leitura até chegar à última página.


Guerra do Velho é uma ficção-científica original voltada para os amantes do gênero. Talvez o leitor que não é acostumado com esse tipo de leitura, sinta uma pequena dificuldade nas partes em que o livro descreve as tecnologias e os alienígenas que aparecem. Para eles, deixo um recado: a essência da criatividade de um autor, reside, essencialmente, na sua capacidade de criar coisas novas, que não existem na nossa realidade, e descrevê-las de forma tão convincente, que o leitor é levado a acreditar no que está lendo. Então, leia. Leia e descubra um novo mundo com o qual você não está habituado, mas que é extenso e é incrível!

Leia Mais
11 comentários
Compartilhe:

Promoção: Aniversário O Maravilhoso Mundo da Leitura



O blog O maravilhoso mundo da leitura completou 04 anos, e claro que não poderia passar essa data em branco. Para isso a comemoração será feita junto com outros blogs, com uma promoção recheada de livros, mimos e marcadores.
As regras da promoção são bem simples, somente a primeira entrada é obrigatória e todas as outras são chances extras. Cada blog é responsável pelo envio de um determinado prêmio e para isso terá até 90 dias para enviá-lo. Não nos responsabilizamos por perdas ou extravio por conta dos correios. O ganhador terá 3 dias para responder o e-mail enviado, caso isso não ocorra um novo sorteio será feito. A promoção inicia dia 10/07 e vai até o dia 10/08.
Pirâmide Vermelha – Pobre Leitora
Amante Desperto – Mulheres Românticas
Beijada Por Um Anjo – Seguindo o Coelho Branco
15 marcadores sortidos – Da Imaginação à Escrita

a Rafflecopter giveaway

Volta Para Mim – A Menina que Comprava Livros
A Lista – Every Little Book
O Lado Feio Do Amor – Tudo que Motiva
10 marcadores sortidos – Sobre vícios

a Rafflecopter giveaway

Madrugadas de Desejo – Pausa Para Pitacos
O Príncipe dos Canalhas – O maravilhoso mundo da leitura
20 marcadores + folhetos + mousepad – Milkshake de palavras

a Rafflecopter giveaway

Top School 3: Código Secreto – Conjunto da Obra
Coma Outbreak – Eu Pratico Livroterapia
Oníria – Livros, a Janela da Imaginação
17 marcadores sortidos – Coisas de Diane

a Rafflecopter giveaway

Indo Longe Demais – Seja Cult
Redenção + 12 marcadores variados – Lisossomos

a Rafflecopter giveaway

O Encontro – Uma Conversa Sobre Livros
Se Alguma Vez... – Minha Velha Estante
30 marcadores e 1 bottom – Blog Alegria De Viver E Amar O Que É Bom!

a Rafflecopter giveaway

Desperte Comigo, Caminhos Cruzados e Feitiço da Paixão
Amor e Disputa, Desejo Sem Fim, 2 em 1(Um Sheik na Cidade e Mãe e Mulher) 
O maravilhoso mundo da leitura

a Rafflecopter giveaway

Boa Sorte!!

Leia Mais
9 comentários
Compartilhe: