Belas Maldições - Neil Gaiman e Terry Pratchett

Sinopse: Um descendente direto de O Guia do Mochileiro das Galáxias escrito por dois dos maiores autores britânicos de fantasia O mundo vai acabar em um sábado. No próximo sábado, e ainda por cima antes do jantar. O que é um grande problema para Crowley, o demônio mais acessível do Inferno, residente na Terra, e sua contraparte e velho amigo Aziraphale, anjo genuíno e dono de livraria em Londres. Depois de quatro mil anos vivendo entre os humanos, eles pegaram um gosto pelo mundo, e o Armagedom lhes parece um evento bastante inconveniente. Então, para evitar o fim do mundo, precisam encontrar a chave de tudo: o jovem Anticristo, agora um menino de 11 anos vivendo tranquilamente em uma cidadezinha inglesa. Em seu caminho, acabarão trombando com uma jovem ocultista, dona do único livro que prevê precisamente os acontecimentos do fim do mundo, caçadores de bruxas ainda na ativa e, quem sabe, até os Quatro Cavaleiros do Apocalipse. Mas eles precisam ser rápidos. Não é só o tempo que está acabando. (Skoob)
GAIMAN, Neil e PRATCHETT, Terry. Belas Maldições. Editora Bertrand, 2017. 350 p.

Belas Maldições é uma reedição, a décima quarta, de um grande sucesso de Gaiman, desta vez em parceria com Pratchett. Como o livro foi escrito em 1990, ele foi revisto pelos autores e teve alguns detalhes atualizados para os dias de hoje.

A história do demônio Crowley, a serpente que convenceu Adão a morder a maçã, e do anjo celestial Aziraphale, o encarregado dos portões do paraíso, que convivem pacificamente e tentam impedir o fim do mundo por interesses próprios, é recheada de referências, sarcasmo, indiretas, bizarrices, piadas, entre outras muitas coisas, que tornam a leitura uma tarefa prazerosa, mas cansativa.

Cansativa, porque existem muitos personagens, a maioria deles com indicações dúbias de quem são, ou o que fazem, conversas de duplo sentido, referências que se misturam entre a ficção e a realidade, muitos nomes estranhos, etc., obrigando o leitor a uma atenção maior no que está lendo.

Prazerosa pelos mesmos motivos. É impossível não rir e se espantar exatamente com tudo o que está no parágrafo acima. É divertido procurar no texto o que os autores realmente querem dizer, quem realmente são os personagens e o que realmente irá acontecer.

Neil Gaiman e Terry Pratchett nunca disseram quanto cada um escreveu da obra, existem relados diferentes deles mesmos, dependendo da época e dependendo de quem pergunta. O que é igual nas respostas, é que eles trocaram muitas ideias por telefone, criando, aos poucos, todas as sequências da narrativa. Isso, de certa forma, explica um pouco o quanto ela é confusa em certos momentos, e o quanto alguns diálogos acabam se tornando desnecessários para a trama. O que fica parecendo é que os autores estavam se divertindo, fazendo os personagens trocarem ideias que eles mesmo tinham, mas sem ser conclusivo para a história.

Apesar de todo humor negro existente em Belas Maldições, a mensagem final que o livro entrega, independente da religião do leitor, uma vez que os personagens são todos da Bíblia, é universal. O que os autores passam é que uma pessoa não nasce má, ela se torna má, devido a diversos fatores, como sua educação, sua família, seus amigos, o que acontece de ruim com ela, enfim, devido a todas as influências negativas que recaem sobre ela durante a vida. Mesmo o anticristo, alguém que deveria ser o inferno encarnado, como foi criado acidentalmente por uma família de boa índole, se tornou alguém bom. Até seu cachorro, que é uma cria demoníaca, torna-se um animal dócil que conquista o leitor.

Belas Maldições, apesar de possuir vários trechos confusos e cansativos, é uma leitura ímpar, diferente e inspirada, uma crítica sobre nossa sociedade, nossa religião, nossos costumes, nossos preconceitos, nossas esperanças e sobre o quanto somos facilmente influenciáveis.
Carl
Carl

7 comentários:

  1. Confesso que fiquei na dúvida se leria, devido a parte cansativa, mas vendo pelo lado positivo é interessante essa mensagem que passa aos leitores sobre nascer ruim ou se tornar nos deixa refletindo sobre a questão e gostei também por ser diferente e sobre sermos fáceis de serem influenciados tem mesmo muitas pessoas assim, vejo essas partes como uma boa reflexão.

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  2. Ola!!
    Achei muito interessante os dois autores escreverem juntos e apesar da parte cansativa e confusas e que nos mantem mais atento a narrativa, gostei da mensagem do livro, que ninguém nasce uma pessoa má, são as influencia negativas da vida que a torna má!!

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  3. Normalmente os livros do Neil Gaiman não são um dos meus favoritos, não sei se Belas Maldições mudaria minha visão quanto ao autor, principalmente pelos personagens serem da Bíblia e quando leio algo que faça referência a algo da Bíblia, por não conhecer absolutamente nada, acabo ficando confusa e pelo livro já ser um pouco confuso, acho que me perderia totalmente nele, se algum dia tiver a oportunidade de ler, lerei, mas não é um livro que iria atrás.
    Beijos!

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  4. Nossa esse livro escrito por esses dois autores parece bastante interessante, essa sua resenha me deixou bem curiosa em conferi essa história.

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  5. Amei a premissa do livro, a bela maldição está na minha lista tem um tempo, mas ainda não consegui ler nada do Neil Gaiman, mas só ouço falar bem dos livros dele, então fico muito ansiosa pra pegar uma das obras dele. Não gosto de livros maçantes e com leituras lentas, então não se vou gosta desse livro por causa disso e com certeza vou dar uma chance e ler.
    Adorei sua resenha, beijos.

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  6. Oi, Carlos!!
    Gostei muito da resenha e ainda não li nada desses dois autores, achei bem interessante a premissa da estória mas fiquei um pouco em dúvida devido a leitura ser um pouco cansativa. Mas quem sabe não dou uma chance a ele!!
    Bjoss

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  7. Gosto muito dos livros do Neil Gaiman, porém não sei se leria este por ser uma leitura cansativa e eu não consigo manter o foco.
    Mas gostei bastante dos dois autores escreverem juntos e ainda abordarem um tema tão universal.

    beijos

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